Minori, a tradução quer dizer "verdade" ou "verdadeiro", mas eu não podia entender o que aquilo representava. Por que a escolha de tantas pessoas, o que elas fariam lá? Estava muito irritada! Irritda por estar ali e confesso que com medo, só queria ir para casa. Os olhares das pessoas dentro da carruagem caíam sobre mim, alguns acompanhados por risos, outros com cochichos, revirei os olhos. Ino permanecia com a postura impecável e um olhar tão feroz quanto o deles. Insatisfeita, coloquei-me a olhar a janela com grossas barras de ferro, com toda certeza estavam ali para impedir fugas.
Estava frio, muito frio devido ao inverno que chegava. Um vento gelado deixava a situação pior, mais fantasmagórica. E então nos aproximamos da casa na colina. A casa que tanto falavam desde a minha infância. Me perguntei por anos sobre o que poderia ser a tal maldição, nem mesmo os mais antigos da vila sabiam. Ninguém ousava aproximar-se.
Chegando perto do enigma, percebi que não se tratava de uma casa e sim de uma luxuosa mansão. Sua arquitetura era bem rebuscada, havia jardins bem cuidados, à sua frente fontes e árvores fortes e verdes decoravam a fachada do lugar. O céu cinzento deixava a casa de tom creme um tanto enigmática. Eu gostaria de fazer perguntas! E gostaria que fossem respondidas. As grandes barras de ferro do portão se abriram por alguns guardas dos nobres do local. Ali moram duques? Foi o que o traste desse barão me disse. Uma vida inteira sem essa gente chata ajudar o meu povo com uma moeda sequer. E agora tenho que fazer parte desta droga de seleção? Senti um solavanco com o parar da carruagem. Um dos capangas daquele velho esquisito abriu a porta do recinto permitindo que todos saíssem. Ino e eu estavamos prestes a sair, mas uma senhorita do recinto nos barrou.
-Nobres primeiro meu bem. -Disse a moça loira com um sorriso cínico. Ino e eu nos encaramos revirando os olhos. E assim todos eles sairam rindo até que restasse a Yamanaka e eu. Sem vontade nenhuma de me levantar, odiando o olhar com o qual minha mãe me encarou quando fui pega, desci os degraus do transporte descontente. O barulho das fontes agora eram escutados de forma mais intensa. Depois de reparar o local, procurava por uma saída. Procurava uma forma de sair dali, claro que permitia que apenas meus olhos vagassem pela paisagem.
-Procurando um caminho para fugir garota? -O velho de voz rouca e cabelos negros me irritava. Ele era estranhamente branco como papel. Revirei os olhos e ele passou por mim rindo debochado, ele parou a nossa frente.
-Meus caros, de anos em anos, têm-se uma seleção! Uma seleção de servos para trabalhar na mansão Minori. Os escolhidos não podem negar o serviço por ordem real do líder Sarutobi Terceiro, o duque e os marqueses daqui são generais de guerra da nossa majestade, eles trabalham aniquilam e protegem os vilarejos do norte. Por isso não nos invadem. Negar-se ao trabalho é negar-se ao Rei e este crime meus caros corresponde à...
-Execução Sumária. -Resmunguei um tanto alto de mais notando os olhares sobre mim. O tal conde arqueou uma sobrancelha com um sorriso surpreso.
-Não esperava que uma... Bem... Exótica...-Ele parecia escolher as palavras. Ri.
-Uma pobretona camponesa usasse tais termos? -Seus olhos se tornaram raivosos.
-Que seja! -Ele empinou o nariz e cruzou os braços.
-Os selecionados ganharão uma boa quantia, assim como a sua família. Porém devem estar à disposição dos senhores! O salário gordo é devido a dedicação das suas vidas para servir aos senhores. -Escravos! Agora estava claro o porque da maldição... liberdade privada. Olhei para o céu escuro pela chuva que viria torcendo para que eu não fosse escolhida.
-Vamos então para a sala de análise! -Orochimaru sorriu de uma forma obscura que por alguns instantes pareceu cruel. Os guardas dele estavam atrás de nós para garantir que não tenha fugas. Os nobres presentes na carruagem seguiam empolgados, e até mesmo Ino. Um nó se formava na minha garganta e meus instintos gritavam "fuja".
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House on the Hill [Terminada]
RomanceSímbolos, sinais, signos... Estes, sempre foram mecanismos usados para procurar respostas, respostas para perguntas que não cessavam sobre tudo que nos rodeia. Se pudesse ler a mente da jovem maltrapilha de unhas sujas a cultivar ervas medicinais na...