Os cabelos do lorde estavam extremamente molhados deixando-os com aparência "lambida". As costas largas estavam molhadas e sua pele branca ressaltada pelas luzes do candelabro na sala de banhos. Sakura pegou um roupão escuro esforçando-se para não voltar a encarar os músculos ou o sexo do rapaz.
O que ela sentia? Vergonha, curiosidade, interesse... Interesses naturais e instintivos, mas a menina os ignorava.
Na ponta dos pés ela conseguiu colocar o roupão de algodão nas costas largas do rapaz. A rosada como uma boa serva colocou-se a apertar um botão para retirar a água suja do ofurô. Secou o chão molhado, guardou a tigela no local apropriado e passou para o quarto do lorde que nesse momento ligava sua lareira já devidamente vestido.
-Sasuke-sama... Se não precisa de mais nada eu vou me retirar. -Sakura disse ainda um pouco trêmula, tanto pelo medo quanto pelo vestido de algodão verde molhado em algumas áreas.
-Não autorizo a sua saída ainda Haruno. -Sasuke sorriu indo até uma mesa de madeira bem polida em seu quarto.
Seu enorme quarto. O lorde abriu uma gaveta retirando de lá dois enormes livros. Um possuía a capa vermelha e estava repleto de folhas em branco. O outro era um livro de instruções da pioneira em cuidados em todo o reino, Tsunade Senju. O objeto possuía uma capa de couro verde escura. Ele entregou os dois livros à garota.
-Um é para auxilia-la nos estudos. O outro é para que você mesma escreva suas constatações. -Sakura o encarou com os olhos brilhando.
-E-eu não sei como agradecer senhor. -E ela realmente não sabia. Sasuke sorriu minimamente.
-A carta de sua mãe esta dentro do livro vermelho. Agradeça sendo útil. -Sakura agradeceu novamente. A menina encarou os olhos escuros do rapaz. Nesse momento sua postura era impecável... Traduzia toda a nobreza em sua pessoa. Ele encarava a garota miúda, seu vestido molhado em áreas que marcavam as curvas que ele imaginara que ela possuísse. Ele respirou fundo de forma imperceptível, Sakura desviou o olhar.
-O-Obrigada. Tenha uma boa noite. -A rosada conseguiu dizer dando-lhe as costas.
Assim que Sakura saiu do quarto ela foi jogada no chão com força. Ela se virou encarando a silhueta que a derrubara. Aquela imagem assustaria até os mais fortes. Nesse momento a temperatura era gélida, um arrepio percorria a nuca da moça. Todas as luzes se apagaram exceto uma... como se tivesse sido deixada propositalmente.
Um ruído, um grito abafado, um choro reprimido, um grunhido de angústia. Era a mescla de tudo o que Sakura ouvira. Ela começara a tremer. Primeiro ela viu as mãos de pele podre e ensanguentada, depois os braços com um vestido de seda caro e rasgado. E depois um rosto em expressão de fúria, a boca aberta daquela aberração era a responsável pelo barulho assustador.
Nos cabelos uma crosta de sangue seco, o rosto era cadavérico e de pele podre. O sangue vindo daquele corpo flutuava no ar de forma fantasmagórica, como chama de velas. A Haruno não conseguia gritar só permaneceu imóvel com os olhos verdes arregalados. O ser cadavérico chegou perto de Sakura e seus olhos de cor escura mudaram o foco. Quase em cima da garota o espectro apontou para um quarto no fim do corredor, com o olhar ameaçador o espectro agarrou o pescoço da menina.
Sakura começaria a sufocar, mas um raio acertou a cabeça do ser fantasmagórico que derramou um sangue escuro na menina. A moça gritou ao ser levantada por um puxão nos dois braços. Ela tremia. Ela foi empurrada para um quarto que nem sabia qual era. Aos poucos notou ser do Uchiha.
-V-Você v-viu? Eu... Eu... Eu não estou insana, n-não ainda. -Ela sussurrava.
-Não... Você não esta. -Disse o Uchiha servindo-se de uma bebida alcoólica. Sakura não conseguia conter o tremor do próprio corpo.
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House on the Hill [Terminada]
RomanceSímbolos, sinais, signos... Estes, sempre foram mecanismos usados para procurar respostas, respostas para perguntas que não cessavam sobre tudo que nos rodeia. Se pudesse ler a mente da jovem maltrapilha de unhas sujas a cultivar ervas medicinais na...