Sakura:
Sentia cada membro meu tremer contra o corpo do lorde, estava com medo, com um mal pressentimento. Sem vergonha em dizer que queria a minha mãe! Minha família! Meus irmãos! O sono me tomava ao olhar aqueles olhos de uma vermelhidão sem fim, eu sabia que de alguma forma o meu sono era causado por ele. E então tudo se apagou.
X
Minha consciência retornava do escuro, abri os olhos com muito custo. Eles estavam pesados e a imagem clara a frente era embassada. Aos poucos me sintonizava sobre o ocorrido, e a cada memória relembrada o buraco em meu peito aumentava. Percebi estar em um quarto, um quarto tão grande que parecia ser o tamamho da minha casa. A mobília era tremendamente bem elaborada, talvez nem a mais alta nobreza de Konoha possuísse algo assim. A luz do dia nublado invadia intensamemte aquele quarto. Os lençóis eram de um tecido caro assim como o edredom que eu estava coberta.
Havia uma lareira, uma mesa de centro circular em cima de um tapete liso de mesmo formato. A mesa era de uma grossa e rebuscada madeira. Havia mais três portas no local. Abri a mais próxima de mim me deparando com mais um quarto enorme, era cercado de roupas, acessórios como joias pesadíssimas, sapatos, chapéus fora a decoração. Mais parecia um ateliê de moda. Bati a porta em seguida partindo em direção à outra. Me deparei então com uma grande banheira de porcelana. Sabia o que era por causa de Madame Anna com aqual trabalhei, era feita de um material muito belo e forte. Bati a porta também daquele local. Só conseguia pensar na minha família e no que seria de mim naquele lugar. Eu conseguiria fugir sim! Nem que durassem séculos tentando! Me restava a última porta. Caminhei em sua direção, mas antes que eu pudesse tocar a maçaneta uma pessoa entrou no quarto.
Uma mulher mais madura com a idade de 31 anos aproximadamente estava a minha frente. Seus cabelos eram negros e os olhos de um tom que me pareceu castanho avermelhado, mas se os meus cabelos eram róseos... O que eu poderia dizer dos olhos dela? Sua pele era alva, ela tinha labios cheios e pintados por uma cor qualquer. Ela sorriu de forma simpática.
-Sakura não é? Orochimaru-sama me disse que é o seu nome. -Não conseguia engolir minha própria saliva, não conseguia ser forte, apenas me encolhi frustrada. A mulher fechou a porta atrás dela e caminhou até mim dando-me um abraço que em minha carência julguei ser materno. Senti um afago em minhas costas.
-Tudo bem meu bem, chore. -E assim fiquei por um tempo sentindo a perda de todo o mundo que eu conhecia. Eu não pude nem mesmo me despedir dos meus pais. E então ela me trouxe até a cama e nós nos sentamos.
-Sakura, sou Kurenai Yuuhi. Cuido das eleitas na mansão Minori, sempre que precisar de algo, ou um ombro amigo me procure! Os lordes me contrataram justamente para isto. -Era minha chance de realizar todas as minhas perguntas.
-Sei o que esta sentindo, mas a vida aqui é boa! Saiba relevar os lordes e eles serão bons com você.
-Kurenai...-Minha voz quase não saiu.
-Alguém já conseguiu fugir daqui? -Kurenai sorriu e olhou e próprio colo.
-Raros foram os eleitos que conseguiram. Os lordes não os impedem, permitem que o eleito fuja e então o Rei manda executar o indivíduo e a sua família... Mesmo que os lordes interfiram a favor do pobre coitado. -Meu mundo pareceu perder o chão, já não possuía controle das lágrimas quentes.
-Sinto muito Sakura. -Disse a voz firme e melodiosa.
-O q-que faz um eleito? -Perguntei frustrada.
-Você serve o seu lorde, pode fazer serviços como limpar seu quarto, cuidar da higienização dele... Deve entrete-lo. Não os recuse! É sempre pior. Quanto menos obediente for, pior! Basicamente, um eleito é a companhia perfeita, o fiel servo de um superno.
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House on the Hill [Terminada]
RomanceSímbolos, sinais, signos... Estes, sempre foram mecanismos usados para procurar respostas, respostas para perguntas que não cessavam sobre tudo que nos rodeia. Se pudesse ler a mente da jovem maltrapilha de unhas sujas a cultivar ervas medicinais na...