❀~✿ ❀~✿ ❀~✿ ❀~✿Na manhã seguinte, lá estava a Mariah toda pensativa enquanto colocava tudo o que precisava para a missão no porta malas do carro:
Quando ouço a palavra já me dá um aperto no coração, eu só consigo pensar em crianças triste e mal amadas sendo cuidadas por pessoas que não ligam a mínima para elas — enquanto pensava uma lágrima solitária escapou.
— Mary — chamou Israel—, está tudo bem?! — Ele estava segurando umas caixas nas mãos.
— Oi Isra — secou a lágrima disfarçadamente e forçou um sorriso. — Estou bem sim, obrigada.
— Me engana que eu gosto — crispou os olhos.
— Nos vemos logo Isra, me deseje sorte — disse com um largo sorriso nos lábios, dessa vez um sorriso sincero.
Mariah estava com um misto de ansiedade, empolgação, tristeza e medo. Era tudo novo para ela, tanto trabalhar infiltrada quanto o orfanato em si. Ela sempre fazia doações generosas para instituições desse tipo, mas nunca tinha entrado em um orfanato.
Demorou bastante para chegar no endereço, mas enfim chegou. Ao longe ela avistou um muro com um pintura bem velha, já estava até meio descascada, dava para ver apenas o telhado da casa, ela conferiu mais uma vez o endereço e sim, era o lugar certo. Ela estacionou o carro e tocou a campainha, em alguns minutos ela ouviu o barulho da chave girando, seu coração disparou naquele momento.
Eita, porque isso? — pensou respirando fundo.
Logo a porta se abriu e apareceu uma senhora, só de olhar para ela já dava medo! Ela aparentava ter uns 60 anos, acho que nunca tinha sorrido na vida, usava um tipo de touca na cabeça sei lá, parecia mais era um lenço, tinha a pele clara, porém parecia castigada pelo sol.
— Bom dia senhora — disse Mariah estendendo a mão. — Eu sou a Mariah. — Ela colocou o melhor sorriso nos lábios.
— Você deve ser a desenhista — disse sem nenhuma emoção. — Pode me chamar de Onilda. — apertou a mão da Mariah que ainda estava estendida.
Oh! A bruxa Onilda.
Pensou, mas sem querer um sorrisinho se formou, porém se sentiu repreendida com o olhar frio da Onilda.
— Sou a desenhista sim senhora — concertou a postura. — Estou ávida para conhecer as meninas!
— Hum... pra mim isso não é necessário, mas as vezes o orfanato tem umas coisas bobas e insignificantes ao meu ver. — Ela tinha um olhar que dava medo.
— Entre, só espero que esse projeto não demore muito pois precisamos voltar para nossa rotina.
As mãos da Mary estavam suando de nervosismo, ela limpou as mãos no vestido, respirou fundo e seguiu a "miss simpatia”.
Ao adentrar o estabelecimento sentiu um frio na espinha, a casa parecia aqueles casarões mal assombrados dos filmes de terror. Chegaram em um sala que tinha apenas um sofá surrado.
— Sente-se — Ordenou a Onilda, saindo do local.
Mariah se sentou imediatamente, o tom de voz usado pela Onilda a fez arregalar os olhos.— Porquê eu estou desse jeito?
— Disse alguma coisa?
— Desculpe, pensei alto.
A Onilda começou andar novamente. Mariah tomou coragem e a enfrentou:
— Dona Onilda, a direção do orfanato me enviou, não sou uma intrusa e nem uma das garotas que vivem aqui, então gostaria que me tratasse pelo menos como uma adulta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Seus Olhos [Concluído]
LosoweMariah Simões ─ uma mulher que tem a peculiar habilidade de analisar as pessoas através do olhar ─ estava em grande atrito, pois sua carreira como agente secreta e seu romance precisavam conciliar com seu estilo de vida cristã. Aonde as incríveis ha...