Nell Dornan
Depois do almoço, que foi à base de graças, sobre os enjoos de mamãe, eu e ela fomos no deitar um pouco.
Papai saiu para ir falar com o arquiteto, sobre a reforma da nossa casa nova.
- Me fale sobre sobre garoto. - minha mãe diz, assim que nós deitamos na cama, no quarto dela e de papai.
- Ele se chama Thomas, é da mesma sala que eu. Manda-me bilhetes todos os dias, a dizer frases fofas.
- E você fala com ele?
- Somos amigos. - falo suspirando.
Eu tenho feito muitos amigos. Desde que me tornei amiga de Babá e me abri mais para o mundo, que passei a ter mais amigos. Comecei a ser amiga de meninas que antes zoavam comigo, por causa das minhas crises.
Eu não guardo rancor de ninguém, mas vou sempre me lembrar disso.
- E você gosta dele.- não foi um pergunta e sim uma afirmação. - Filha, você sabe que pode falar comigo sobre tudo.
Olho para ela, que me dá um sorriso carinhoso.
- Eu sei. Mas eu não sei o que sinto por ele. Quando leio os bilhetes dele, meu coração dispara, quando passo por ele, fecho os olhos e absorvo o cheiro do perfume dele.
Mamãe ri.
- A minha bebê está apaixonada.
- Eu só tenho 11 anos.
- Quase 12. Daqui a um mês.
Ela fala, me lembrando. Já não me lembrava que fazia anos.
- Ah pois é. Com as provas, até te esqueci.
O bom de eu fazer anos, é que faço nas férias. E não tenho que me preocupar em fazer a festa num fim de semana, para puder ter os meus amigos comigo.
- Eu e seu pai percebemos. E como estão a correr?
- Bem. Ainda não sei a nota de nenhuma. Os professores demoram muito tempo a corrigir.
- É porque têm muitos alunos.
Eu respiro fundo. Coloco a mão na barriga da minha mãe e a olho.
- Vocês vão me amar menos, quando eles nascerem?
Mamãe me encara, brava, posso dizer assim.
- O quê? Claro que não! Nós vamos amar todos por igual. Eles vão querer mais atenção ao início, mas você também terá a sua atenção. Você não gostou de ir ter dois irmãos?
- Eu sempre quis um irmão, mas vieram logo dois. Dividir os meus pais com um devia de ser mais fácil do que dois.
Mamãe ri e faz um carinho no meu cabelo.
- Nós podemos não te ter dado a atenção suficiente em pequena, mas agora você terá. E sobre nos dividir, bem, quando eles estiverem a dormir, eu e seu pai seremos só seus.
Eu não para os meus carinhos na barriga dela. Saber que os meus irmãos estão ali, faz-me sentir feliz, mas ao mesmo tempo assustada.
- Foi uma surpresa para nós os três, mas eles serão bem vindos, certo?
- Sim. Eu vou amar ter alguém para brincar. Espero que venham duas meninas.
Mamãe gargalha.
- Seu pai vai enfartar antes dos 40 se vierem duas meninas. E quando eles nascerem já você vai querer brincar com outra coisa.
- Mãe!
Eu posso ser pequena, mas não sou inocente. Sei muito bem, do que mamãe está a falar.
- Desculpa, filha, mas é verdade. Você vai ver que eu vou ter razão.
- Papai nunca me vai deixar namorar.
- Se o garoto for atencioso com você, carinhoso, meigo, fofo, dar um puxões de orelha, de vez enquando, seu pai vai aprovar. Seu pai é muito ciumento, mas é bom isso.
- Eu gosto assim do papai.
- Com ciúmes? Ou mais próximo de você?
- Os dois. Ele antes era muito distante e cheirava muito a álcool. - mamãe dá um sorriso triste. - Agora ele é mais divertido, mas simpático, tem um cheiro agradável. - ela faz uma careta. - Nem venha Dona Dakota! A senhora sempre gostou do cheiro de papai.
- E ainda gosto. Mas os seus irmãos não. - ela pousa a mão por cima da minha.
- Vocês já pensaram em nomes?
- Nossa, Nell! Eu soube da gravidez à pouco tempo. Não tivemos ainda tempo de pensar nisso.
- Posso eu escolher?
- Hum... Pode.
- Dos dois?
- Sim.
Abro um sorriso grande e beijo a bochecha de mamãe. Fecho os olhos, aproveitando os carinhos de mamãe.
- Descansa mamãe. - sinto ela sorrir.
- Eu vou, filha, eu vou.
Depois disso, não me lembro de mais nada. Só de acordar e sentir a cama vazia. Abro um olho e vejo que estou sozinha no quarto.
Lá fora já está escuro. Olho para o relógio no criado mudo, e vejo que já passa das 8 da noite.
- Nossa, eu dormi muito! - falo para mim mesma, coçando os olhos.
A porta se abre devagar. Papai coloca a cabeça para dentro e sorri, quando me vê acordada.
- Ah, já está acordada. Pensei que tinha que dormir no chão!
Rio do seu comentário. Ele caminha até mim e beija a minha testa.
- Sua mãe me falou sobre Thomas. - o nome do meu amigo é cuspido. - Seus olhos brilharam, quando mencionei o nome dele.
Dou um sorriso envergonhado e começo a mexer no cabelo.
- Não quero que ache que eu vou ficar chateado. Eu só quero o seu bem. Quero que você seja feliz, e quero conhecer esse garoto. Ele vem à sua festa, não vem?
- Eu ainda não convidei ninguém.
- Você anda a estudar muito. Precisa de se divertir mais, Nell.
- Mas eu preciso de ter notas altas, para conseguir entrar naquele colégio!
- Você vai entrar nele, mesmo que tenha zero em todas as matérias.
Olho chocada para ele.
- Ah, já me estava a esquecer, que sou filha do grande poderoso Jamie Dornan. - Papai solta uma gargalhada e começa a fazer cócegas. - Por falar nisso, quando é que vamos de férias? Eu quero ir àquele novo hotel que você mandou construir em Paris. - falo, depois de uns minutos, quando papai para de me fazer cócegas.
- Não sei. Ainda me queria casar com a sua mãe, antes de ela ter os bebês.
- Você ainda nem a pediu em casamento. - eu o lembro.
- Eu já tenho o anel, mas não tenho coragem para lhe pedir. E se ela não aceitar? Estamos juntos há muito tempo, mas nunca falamos em nós casar.
- Mamãe vai aceitar! Ela te ama. Se você quiser, pode fazer o pedido amanhã. Eu vou dormir na casa da Babá e assim vocês têm mais privacidade.
- Não é má ideia. Fale com Bárbara, a pergunta se pode ir lá dormir. Mas depois do jantar. Sua mãe fez lasanha!
Não espero que ele diga mais nada. Apenas salto da cama e corro até à cozinha.
❤
Semana de maratona! 😘
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Do Ódio ao Amor (CONCLUÍDA)
FanfictionJamie e Dakota, ambos de 28 anos, com uma filha de 10 anos, Nell. Eles amam-se, mas nao admitem. Todos os dias têm discussões, o que não é nada saudavel para a pequena. Nell, ouve as discussões. Todos os dias chora por os seus pais não serem amoros...