Capítulo 19

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Nell Dornan

Depois do almoço, que foi à base de graças, sobre os enjoos de mamãe, eu e ela fomos no deitar um pouco.

Papai saiu para ir falar com o arquiteto, sobre a reforma da nossa casa nova.

- Me fale sobre sobre garoto. - minha mãe diz, assim que nós deitamos na cama, no quarto dela e de papai.

- Ele se chama Thomas, é da mesma sala que eu. Manda-me bilhetes todos os dias, a dizer frases fofas.

- E você fala com ele?

- Somos amigos. - falo suspirando.

Eu tenho feito muitos amigos. Desde que me tornei amiga de Babá e me abri mais para o mundo, que passei a ter mais amigos. Comecei a ser amiga de meninas que antes zoavam comigo, por causa das minhas crises.

Eu não guardo rancor de ninguém, mas vou sempre me lembrar disso.

- E você gosta dele.- não foi um pergunta e sim uma afirmação. - Filha, você sabe que pode falar comigo sobre tudo.

Olho para ela, que me dá um sorriso carinhoso.

- Eu sei. Mas eu não sei o que sinto por ele. Quando leio os bilhetes dele, meu coração dispara, quando passo por ele, fecho os olhos e absorvo o cheiro do perfume dele.

Mamãe ri.

- A minha bebê está apaixonada.

- Eu só tenho 11 anos.

- Quase 12. Daqui a um mês.

Ela fala, me lembrando. Já não me lembrava que fazia anos.

- Ah pois é. Com as provas, até te esqueci.

O bom de eu fazer anos, é que faço nas férias. E não tenho que me preocupar em fazer a festa num fim de semana, para puder ter os meus amigos comigo.

- Eu e seu pai percebemos. E como estão a correr?

- Bem. Ainda não sei a nota de nenhuma. Os professores demoram muito tempo a corrigir.

- É porque têm muitos alunos.

Eu respiro fundo. Coloco a mão na barriga da minha mãe e a olho.

- Vocês vão me amar menos, quando eles nascerem?

Mamãe me encara, brava, posso dizer assim.

- O quê? Claro que não! Nós vamos amar todos por igual. Eles vão querer mais atenção ao início, mas você também terá a sua atenção. Você não gostou de ir ter dois irmãos?

- Eu sempre quis um irmão, mas vieram logo dois. Dividir os meus pais com um devia de ser mais fácil do que dois.

Mamãe ri e faz um carinho no meu cabelo.

- Nós podemos não te ter dado a atenção suficiente em pequena, mas agora você terá. E sobre nos dividir, bem, quando eles estiverem a dormir, eu e seu pai seremos só seus.

Eu não para os meus carinhos na barriga dela. Saber que os meus irmãos estão ali, faz-me sentir feliz, mas ao mesmo tempo assustada.

- Foi uma surpresa para nós os três, mas eles serão bem vindos, certo?

- Sim. Eu vou amar ter alguém para brincar. Espero que venham duas meninas.

Mamãe gargalha.

- Seu pai vai enfartar antes dos 40 se vierem duas meninas. E quando eles nascerem já você vai querer brincar com outra coisa.

- Mãe!

Eu posso ser pequena, mas não sou inocente. Sei muito bem, do que mamãe está a falar.

- Desculpa, filha, mas é verdade. Você vai ver que eu vou ter razão.

- Papai nunca me vai deixar namorar.

- Se o garoto for atencioso com você, carinhoso, meigo, fofo, dar um puxões de orelha, de vez enquando, seu pai vai aprovar. Seu pai é muito ciumento, mas é bom isso.

- Eu gosto assim do papai.

- Com ciúmes? Ou mais próximo de você?

- Os dois. Ele antes era muito distante e cheirava muito a álcool. - mamãe dá um sorriso triste. - Agora ele é mais divertido, mas simpático, tem um cheiro agradável. - ela faz uma careta. - Nem venha Dona Dakota! A senhora sempre gostou do cheiro de papai.

- E ainda gosto. Mas os seus irmãos não. - ela pousa a mão por cima da minha.

- Vocês já pensaram em nomes?

- Nossa, Nell! Eu soube da gravidez à pouco tempo. Não tivemos ainda tempo de pensar nisso.

- Posso eu escolher?

- Hum... Pode.

- Dos dois?

- Sim.

Abro um sorriso grande e beijo a bochecha de mamãe. Fecho os olhos, aproveitando os carinhos de mamãe.

- Descansa mamãe. - sinto ela sorrir.

- Eu vou, filha, eu vou.

Depois disso, não me lembro de mais nada. Só de acordar e sentir a cama vazia. Abro um olho e vejo que estou sozinha no quarto.

Lá fora já está escuro. Olho para o relógio no criado mudo, e vejo que já passa das 8 da noite.

- Nossa, eu dormi muito! - falo para mim mesma, coçando os olhos.

A porta se abre devagar. Papai coloca a cabeça para dentro e sorri, quando me vê acordada.

- Ah, já está acordada. Pensei que tinha que dormir no chão!

Rio do seu comentário. Ele caminha até mim e beija a minha testa.

- Sua mãe me falou sobre Thomas. - o nome do meu amigo é cuspido. - Seus olhos brilharam, quando mencionei o nome dele.

Dou um sorriso envergonhado e começo a mexer no cabelo.

- Não quero que ache que eu vou ficar chateado. Eu só quero o seu bem. Quero que você seja feliz, e quero conhecer esse garoto. Ele vem à sua festa, não vem?

- Eu ainda não convidei ninguém.

- Você anda a estudar muito. Precisa de se divertir mais, Nell.

- Mas eu preciso de ter notas altas, para conseguir entrar naquele colégio!

- Você vai entrar nele, mesmo que tenha zero em todas as matérias.

Olho chocada para ele.

- Ah, já me estava a esquecer, que sou filha do grande poderoso Jamie Dornan. - Papai solta uma gargalhada e começa a fazer cócegas. - Por falar nisso, quando é que vamos de férias? Eu quero ir àquele novo hotel que você mandou construir em Paris. - falo, depois de uns minutos, quando papai para de me fazer cócegas.

- Não sei. Ainda me queria casar com a sua mãe, antes de ela ter os bebês.

- Você ainda nem a pediu em casamento. - eu o lembro.

- Eu já tenho o anel, mas não tenho coragem para lhe pedir. E se ela não aceitar? Estamos juntos há muito tempo, mas nunca falamos em nós casar.

- Mamãe vai aceitar! Ela te ama. Se você quiser, pode fazer o pedido amanhã. Eu vou dormir na casa da Babá e assim vocês têm mais privacidade.

- Não é má ideia. Fale com Bárbara, a pergunta se pode ir lá dormir. Mas depois do jantar. Sua mãe fez lasanha!

Não espero que ele diga mais nada. Apenas salto da cama e corro até à cozinha.

Semana de maratona! 😘

Do Ódio ao Amor (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora