Capítulo 5

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Oi, voltei com mais um.
Cheguei do hospital e toca a escrever ahahah.

Escolhi aquela música por escolher. Ou melhor, para não lerem este capítulo de uma forma bruta e sim de uma forma pacífica... 🤷🏻‍♀️😂

Próximo capítulo, vai ser um
pouco pesado... 

Bjs e boa leitura! ❤

Nell Dornan

Faz tresndias que saí do hospital. Se adiantou eu ir para lá? Não.

Meu pai foi nos buscar no dia que tive alta, mesmo comigo a insistir que queria esperar pelo meu avô.

Papai nesse dia nao estava bêbado, e isso aliviou-me, admito. É raro ver meu pai assim, por isso, qualquer coisinha que ele faça de diferente, já me deixa feliz.

Mas isso durou pouco, pois no dia seguinte, ele chegou bêbado a casa. Eu já estava no meu quarto, mas consegui ouvir mamãe a dizer que aquilo tinha que parar, ou ela ia embora.

Ainda não fui a escola, mas mamãe me disse que amanhã já ia, pois estava a acumular matéria. Eu já me sentia melhor, por isso concordei.

- Nell, filha, anda jantar. - Mamãe aparece a porta do quarto.

Estou no meu cantinho, ao menos sei que aqui ninguém me incomoda.

- Papai já chegou? - pergunto, na esperança de pudermos jantar todos juntos.

- Não. - sua voz sai triste.

Eu em todos os meus anos de vida, só vi mamãe a sorrir duas ou três vezes, e não era um sorriso verdadeiro.

Mas, o sorriso que ela dava, ficava-lhe bem e eu gostava de ver mamãe a sorrir.

- Ok. Já vou.

Ela acena e sai. Arrumo os meus desenhos e saio do quarto, indo até ao banheiro lavar as mãos e depois sigo para a mesa, para jantar.

O jantar é silencioso. Não há aquelas perguntas 'Como se sente?' 'Como correu a escola?' 'Está tudo bem?'

Nada. Não há uma única palavra dita.

Quando acabo de comer, pego no meu prato, levo até à banca e sigo para o meu quarto.

Quando estou a entrar, ouço o som de umas chaves a cair. Olho para a porta da entrada e vejo papai chegar. Fico a olhar para ele, no meu cantinho.

Ele segue até mamãe e lhe dá um beijo na testa. Posso estar a alucinar, mas pareceu ver uma sombra de um sorriso, vindo de mamãe. Acabo por sorrir.

Entro no quarto, pego na minha roupa para dormir e sigo para o banheiro. Tomo um banho rápido, pois não gosto muito de água.

Quando estou a sair do banheiro, vou contra a alguma coisa alta. Olho para cima e vejo meu pai a olhar para mim e a sorrir.

- Oi. - digo.

- Oi, princesa.

Amo quando ele me chama assim. Pena que é quando está bêbedo.

- Sente-se bem? - pergunta me analisando.

- Sim.

Hoje por acaso tive o dia bem. Passei o dia a fazer aquilo que gosto, por isso é que não me preocupei com nada.

- Ainda bem. - ele afaga os meus cabelos e entra no banheiro.

Entro no meu quarto, preparo o uniforme para amanhã e me deito na cama. Encaro o teto e logo o sono vem.

***

Acordo por volta das seis da manhã. Preparo o meu café e materiais para as aulas. Visto o uniforme e saio para esperar o ônibus.

Quando entro, cumprimento o motorista e baixo logo a cabeça e vou assim até ao meu lugar.

A esta hora, o ônibus não está cheio, pois eu sou das primeiras a entrar, mas mesmo assim, tem algumas pessoas.

- Olha se não é a garota que gosta de dormir nas aulas. - um garoto, alto de olhos verdes e loiro, fala.

Os amigos deles logo espreitam atrás dele e começam a rir. Ele continua a falar coisas sobre mim, e os amigos a rir.

Começo a ficar sem ar, com a cabeça a doer, o meu peito parece que vai explodir. Quando dou por mim, já estou a gritar:

- Calem-se seus idiotas.

O ônibus inteiro se cala e olham para nós. Envergonhada, abaixo a cabeça e olho pela janela.

Lágrimas começam a rolar pelo meu rosto. Sei que não são de tristeza e sim de raiva. Não as limpo e sim as deixo escorrer. E vou assim o resto do caminho.

Quando chegamos ao colégio, espero que todos saem e quando estou para sair, alguém agarra o meu braço.

- Isto não vai ficar assim! - o tal cara me avisa.

- Me solta!

Ele faz o que peço e corro para dentro do colégio, mais precisamente, para dentro da sala. Mas antes de entrar, ainda ouço ele a gritar 'Bebê!'

Entro na sala a correr e me sento no meu lugar. A sala está vazia e eu agradeço a Deus por isso.

Pego no meu caderno e começo a desenhar. Quando o resto da minha turma começa a chegar, arrumo o caderno e coloco a cabeça entre os braços.

Sinto alguns olhares em cima de mim e até alguns risinhos.

- Você está melhor? - levanto a cabeça e encaro a menina parada ao meu lado.

Eu me lembro dela. Ela era amiga de um rapaz que eu gostava. Se não me engano, se chama de Alicia.

- Oi. Sim.

- Se você precisar de algo, pode vir falar comigo.

Agradeço e ela sai. O professor entra e logo as aulas começam. Claro que eu fui vítima de várias conversar, nomeadamente, dos meninos.

Ao sair da sala, entropeço em algo, fazendo os meus livros caírem todos no chão.

As pessoas que passavam, pararam e começaram a rir. Tentei apanhar os meus livros, mas a minha visão começou a ficar esquisita e não me lembro de mais nada.

Do Ódio ao Amor (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora