Capítulo 12

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Nell Dornan

Vir ao shopping com os meus pais é ainda melhor do que vir com vovô. Por falar nele, já não o vejo há algum tempo.

- Mamãe, quando vamos ter com o avô?

Coloco mais uma batata na boca. Mamãe sorri e limpa a minha boca, que devia de estar suja com o ketchup.

- Vamos no próximo fim de semana, tudo bem? Ele tem estado a viajar.

- Eu sei, ele me disse. Mas eu sou neta dele, ele devia de se lembrar de mim.

- Oh querida, e ele lembra-se. Mas a diferença de horário impede que ele ligue para falar com você.

- Tá bom.

Continuo a comer, enquanto papai e mamãe falam de alguma coisa que não me interessa.

Olho para o lado e vejo um colega meu da minha turma, a passar com a sua família. A senhora, que deve ser a mãe dele, vai a empurrar um carrinho.

O meu sonho era ver mamãe a fazer o mesmo e eu do seu lado a brincar com o neném.

Suspiro chamando a atenção dos meus pais.

- Está cansada, filha? - papai pergunta.

- Sim. Quero chegar a casa e dormir logo.

- Nem pensar, mocinha! Você vai tomar banho antes! - mamãe diz, se levantando.

Eu e meu pai fazemos o mesmo.

- Não posso tomar amanhã de manhã?

- Nós sabemos que se a mamãe disser que sim, você não vai tomar. Portanto, vai tomar quando chegar a casa.

- Chatos! - eles riem e é nesse ambiente descontraído que vamos até ao carro.

Coloco o meu sinto e peço para papai ligar o rádio, ele liga e uma música romântica começa a dar.

Vejo papai a colocar uma mão no joelho de mamãe e ambos a sorrirem um para o outro.

Com essa última memória, fecho e os olhos e acabo por adormecer.

- Filha... - uma voz distante me chama.

- Hum... - resmungo, mas a dona dessa voz, começa a fazer cócegas.

- Vamos dorminhoca. É para acordar!

- Não quero.

- A banheira já está cheia, com os seus sais preferidos. - ouvindo isso, abro os olhos e saio a correr do carro, deixando para trás mamãe.

Corro para o banheiro e realmente a banheira já se encontrava cheia.

Eu não gosto de tomar banho, mas quem em sua sa consciência, rejeita um banho de banheira com água quente e alguns sais? Exatamente, só pessoas com problemas mentais.

- Vejo que já ocupou o lugar que eu vinha ocupar agora. - mamãe entra, apenas com uma toalha enrolada no seu corpo. - Posso?

Dou espaço para ela. Ela deixa a toalha cair e se senta à minha frente na banheira. Logo me jogo nos seus braços e me sento de costas para ela, enquanto brincamos.

Começamos a bater um papo de mãe e filha

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Começamos a bater um papo de mãe e filha. Algo que nunca tivemos.

Só saímos da banheira quando a água começou a esfriar. Mamãe se enrola na sua toalha e enrola outra no cabelo.

Ela pega noutra e enrola em mim. Depois me pega ao colo e me coloca em cima do lavatório.

- Vamos passar um pouco de creme. Sua pele está seca. - diz colocando creme na minha cara. Sorrio para ela.

- Mamãe? - a chamo

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- Mamãe? - a chamo.

Viu correr um risco, mas eu preciso de falar isto com ela.

- Oi, filha.

- Posso fazer uma pergunta?

- Claro! - diz espalhando o creme pelas minhas costas.

- Você e o papai podiam me dar um irmãozinho?

Mamãe para o que está a fazer. Ela não estava a contar com ela pergunta.

- Porquê filha?

- Me sinto sozinha. - digo triste, baixando a cabeça.

Mamãe se abaixa à minha frente e levanta a minha cabeça.

- Vamos esperar que você melhore e depois voltamos a falar sobre isso, pode ser? E você tem a mamãe e o papai.

Concordo.

Já sabia que ela ia falar isto. Mas eu com um irmão iria melhorar e bastante. Deixando as paranoias, que para mim não são paranoias.

Mamãe cuida de mim em silêncio, assim como eu.

Assim que tenho o meu pijama vestido, saio do banheiro e vou para o meu quarto, correndo.

Entro e fecho a porta, trancando-a. Me sento de costas para a porta e começo a chorar.

Isto estava a correr tão bem. Porque mamãe teve que estragar tudo, não me dando um irmão?

Eles parecem dois coelhos. Tenho que dormir com os ouvidos tapados e ela não é capaz de aceitar me dar um irmão?

Merda para a minha vida!

Me inclino para o chão. Minha cabeça bate na madeira.

(...)

Jamie Dornan

Vejo Nell a passar a correr para o seu quarto. Ela entra e bate a porta. Ouço o som da chave a rodar.

Como Dakota diz 'O que é bom, dura pouco'.

- Dakota! - grito por ela. Ela sai enrolada numa toalha do banheiro.

Os seus olhos estão vermelhos, o que me diz que acabou de chorar.

- A culpa foi minha. - ela trata logo de dizer.

- Que merda você fez?

- Nell me pediu um irmão. Eu não neguei! Apenas lhe disse para esperarmos até ela melhorar.

- Porquê? Você podia apenas ter dito vinha conversar comigo. Você teria evitado uma crise! - falo alterado.

Não penso em agredir a mulher que amo, isso está fora fora de questão, mas neste momento estou muito irritado.

- Se você me da licença, vou dormir com a minha filha hoje.

Viro-lhe costas e bato à porta do quarto dela, chamando por ela.

- Filha? - sem resposta. - Filha? - nada.

Vou até a uma das gavetas que existem no pequeno móvel do corredor e pego a chave mestra. Coloco na fechadura e assim que abro a porta, o meu mundo cai.

- Filha! - vou com os joelhos ao chão, vendo minha pequena deitada no chão.

Verifico a sua pulsação e está fraca. Pego nela com cuidado e a coloco na cama. Me deito ao seu lado e fico esperando ela acordar.

***
Não se esqueçam...

Nem tudo é um mar de rosas...

Do Ódio ao Amor (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora