It's Over

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Mais uma vez o mundo de todos havia parado.
Era como se parassem o tempo cada vez que um do grupo morriam. O relógio marcava 23:56h quando Guilherme partiu. Tiago tremia, chorava, gritava. Estava incrédulo e após alguns longos minutos, estava estático.
Isabela abraçava seu marido e deixava seu rosto virado para o peitoral do mesmo, soluçava de tanto chorar e Kaique tentava acalmá-la, por mais que estivesse externamente controlado, estava do mesmo jeito que a esposa por dentro. Lágrimas também escorriam pelo seu rosto, assim como pelo de todos, exceto de Esther.

— Tirem ele daqui... - Regina apontou para Tiago enquanto se aproximava do corpo, retirando-o de cima do médico que relutou em sair dali e em soltar o corpo ainda quente de Guilherme.

— ME SOLTEM, ME DEIXEM FICAR COM ELE, EU QUERO FICAR COM ELE!

Os gritos atraíram Eduardo, que veio correndo seguido de Rafael e Henry. O pequeno começara a chorar descontroladamente. Foi essa ação que fez Tiago ceder aos amigos e correr para o abraço do garoto, cobrindo seu rosto e chorando tanto quanto ele. Mas ambos se confortavam.

— Posso fazer o resto do trabalho... - Esther se referiu a matá-lo "mais uma vez", para que não houvesse transformação. — Levamos ele lá pra fora e eu termino. Não conhecia ele, vai ser mais simples para mim...

Todos voltaram olhares para garota e assentiram, ela estava certa e se mostrava ser prestativa. Apenas solicitou a ajuda de um dos rapazes, no caso Lucas, para ajudar a levar o corpo para o quintal, e assim, o fizeram.

Ao chegar lá, estava muito escuro para abrir um buraco na terra junto aos corpos dos outros amigos e então, Esther apenas finalizou como dito: pegou um dos canivetes que carregava e abaixou em frente ao desconhecido, cortando sua garganta e imediatamente, muito sangue escorreu em seu pescoço, em seguida, perfurou na altura da testa do falecido. Uma lágrima escorreu do rosto da ex-militar, ela sentia por todos ali.
No dia seguinte a mesma faria o enterro junto a sua fiel companheira Emily.

Todos foram dormir, ou pelo menos tentar. Tiago não pregou o olho durante a noite, assim como Eduardo.
Vinicius ficou rindo e falando sozinho, na percepção dos amigos, durante alguns momentos da noite. Estavam começando a se preocupar com o internacionalista.
Isabela e Kaique acordavam a noite toda, de pelo menos 30 em 30 minutos, nada muito diferente aconteceu com os outros.
Gustavo não apareceu quando Guilherme morreu e também não acompanhou Lucas e Esther até o quintal. Regina e Kaique repararam nisso, trocaram olhares e eles com certeza diziam a mesma coisa: desconfiança.
Henry foi o único a dormir bem e tranquilamente.

15 de Março de 2030
10:24h

O grupo havia acordado por volta das 09h. Já tinham tomado café da manhã e agora estavam todos encaminhados para fazer suas tarefas.
Do lado de fora da casa, as duas parceiras estavam cuidando do corpo, agora frio e pálido, de Guilherme.

— Mi, pode me passar uma pá? - a novata solicitou a companheira, que no mesmo momento pegou uma das pás que estavam do seu lado e entregou para a mesma, sorriu de canto. Ambas começaram a cavar um buraco perto dos outros amigos.

— Acho que já deu pra perceber como as coisas são difíceis por aqui... - riu leve. — Provavelmente já deve ter se arrependido de se juntar com a gente, estamos quebrados. - A antropóloga continuou cavando.

— Não... - suspirou e olhou de canto para a garota morena que parecia brilhar quando a luz do sol batia em seu rosto. — Na verdade eu gostei bastante de todos vocês. Nunca tive uma família e... vocês se parecem com uma pra mim.

— Como assim nunca teve uma família? - algumas gotas de suor escorriam pelo rosto da garota. Ela disfarçou e olhou de canto de olho para Esther. — Veio da cegonha? - brincou.

The Anarcotarios' Zombie ApocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora