New Frontiers

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Kaique foi o primeiro a aparecer, logo todo o resto do grupo apareceu em suas costas. Feliz que o quarteto havia voltado são e salvo, andou rápido até perto do carro, fechando imediatamente seu sorriso quando avistou apenas dois dos integrantes. Seu coração foi a boca. Seus olhos encheram de lágrimas antes mesmo que algo tivesse sido dito. Parecia que seu mundo tinha sido desmoronado.
Endrick e Emily desceram do carro, ao mesmo tempo. Se apoiaram juntos no capô do carro. O engenheiro e a antropóloga estavam tremendo, receosos e mal sabiam por onde começar, mas aquilo só assustava mais o restante do grupo.

— Endrick... - o líder só disse isso, e o amigo entendeu o recado.

— Ela e a Regina ficaram lá no hospital, a gente teve que voltar sozinhos...

Um momento de silêncio tomou conta do ambiente. O jornalista colocou as mãos no rosto e andou freneticamente de um lado para o outro.

— QUAL O PROBLEMA COM VOCÊS DOIS? PORQUE VOCÊS DEIXARAM ELAS LÁ?

— A gente não voltou porque a gente quis, escutou o que o Endrick disse? TIVEMOS QUE VOLTAR! - a antropóloga continuou.

— TIVERAM PORQUE?

— Porque escutamos no rádio desse carro que achamos que um grupo ia atacar um lugar em Mauá, e a descrição era muito parecida com o casarão então voltamos correndo pra cá, optamos por salvar o grupo e não duas pessoas que nem sabemos se estão vivas ou não...

Endrick olhou rapidamente para Emily, que acabara de pronunciar todas aquelas palavras e deixar o grupo que ali estava mais apreensivos ainda. A amiga havia vindo o caminho todo dizendo para ele confiar em Regina e tranquilizando o mesmo, e agora na frente do restante do grupo, disse a verdade na lata, sem hesitar.

— Vocês o que...? - perguntou pausadamente, o líder que parou de andar e encarou ambos com uma feição devastadora. Não sabia o que sentir. Raiva, angústia, medo, tristeza... tudo passava no sistema nervoso do homem.

— Não sabemos... - engoliu seco. Endrick quase chorava, sabia que de certo modo aquilo era sua culpa. — Se elas estão vivas.

Minutos longos de silêncio tomaram conta daquele lugar. Kaique começou a chorar igual uma criança. Sentou no chão, dobrou os joelhos e colocou a cabeça para baixo, cobrindo seu rosto com os braços.
Rafael sentou do seu lado, junto com Esther e ambos colocaram as mãos nos ombros do líder. Ficaram alguns minutos assim. Endrick também chorou.
O relógio batia 18h15 quando Tiago e Lucas surgiram logo em seguida, como subiram a pé, demoraram mais para chegar. Logo se juntaram ao grupo, sem saber muito o que estava acontecendo, então, o médico quebrou o clima.

— Cade a Isa e a Re?

— Os dois deixaram elas lá porque ouviram no rádio do celta que estavam atacando um grupo que pela descrição, parecia o nosso. - Esther explicou e abaixou a cabeça, estava levemente decepcionada mas não tinha nenhuma opinião formada, pois não havia escutado a história toda.

— E porque ninguém esperou por elas? - Lucas perguntou, curioso e preocupado.

— Porque não sabem se elas estão vivas... - Rafael suspirou e lágrimas tomaram conta de seus olhos.

Mais alguns segundos de silêncio se instauraram quando Kaique levantou a cabeça, saiu do chão e enxugou suas lágrimas. Caminhou até Endrick e colocou a mão em seu ombro, Esther e Rafael também se levantaram ao ver a cena, se prontificaram em apartar caso o líder fizesse algo inesperado.

— Eu confiei em você... - lágrimas ainda marejavam seus olhos, mas não escorriam. — Mas eu confiei na pessoa que disse para não confiarmos nem na nossa própria sombra... - uma lágrima escorreu e foi logo seca pela outra mão do líder. — Eu estava errado sobre você.
O jornalista se afastou. Ficou encostado em uma pilastra, olhando para um ponto fixo. Muitas coisas passavam em sua cabeça e nenhuma delas era boa. Rafael entrou no casarão e voltou para fora com seus amigos, trazendo um copo d'água para o mesmo.

The Anarcotarios' Zombie ApocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora