Something in the Way

32 2 0
                                    

Eram 06:56h da manhã do dia 16 de fevereiro de 2030 quando Regina acordou e começou a alertar a casa do ataque que ocorreria em algumas horas. Vinicius foi o primeiro a ser alertado, mas a líder estava perplexa e levemente estressada que o rapaz, justamente no seu turno de vigia, estava dormindo depois de ter transado com Lisa. Ambos eram irresponsáveis e a mesma não deixaria que eles ficassem de vigia juntos novamente, mas aquela não era a hora de pensar nisso e muito menos de discutir sobre.
O casal se trocou rapidamente e foi ajudar a líder a acordar todos, assim, logo estavam todos reunidos na sala.

— Seguinte, o Luiz instalou o rádio dele de novo e eu consegui escutar que vamos ser atacados de novo! - A menina de olhos verdes começou, enquanto olhava todos que estavam em uma roda. Automaticamente suas feições mudaram, todos estavam perplexos e extremamente assustados. Mal tinham conseguido superar os acontecimentos da noite passada e agora, em menos de oito horas, já estavam tendo que se preparar para enfrentar mais uma situação perigosa. — É o mesmo grupo da outra vez, Luiz verificou e disse que é a mesma frequência que o rádio estava na casa dele!

— Por mim, dessa vez a gente fica e luta contra eles! - Endrick deu de ombros. — Já vencemos eles da última vez, matamos todos os caras que estavam lá e com o grupo em choque e separado... Se nos reunirmos e montarmos um plano, tenho certeza que vamos vencer.

— Não é bem assim que funciona. - o líder interrompeu o pensamento do amigo. — Agora temos várias pessoas machucadas, eu, o Oliveira, o Fael emocionalmente abalado, o Henry que nasceu e... - parou sua fala como se estivesse se esquecendo de algo, mas automaticamente se lembrou e aparentemente, a todos os que estavam na casa: — A Bedin... A gente precisa decidir o que fazer com ela!

— Como assim o quê fazer com ela? ELA MORREU! - Rafael exaltou seu tom de voz, ele era o único sentado no ambiente. Estava incrédulo e completamente neutro. Sua feição não demonstrava sentimento algum e parecia estar vazio.

— Fael... - Kaique iniciou sua fala tentando explicar, mas sua esposa tinha mais jeito com essas coisas então a mesma interrompeu-o lançando um olhar para o líder deixar com ela. Ele assentiu.

A psicóloga ajoelhou na frente do mais novo pai daquela casa e explicou a situação para o mesmo.

— Fael, todos nós estamos contaminados pelo vírus do Zumbi... Infelizmente foi algo que empesteou a humanidade. - engoliu seco e segurou na mão que restara do amigo. — Não é a mordida que transforma, ela apenas ativa o vírus, pois nós morremos. Então independente de ter sido mordida ou não, ela vai se transformar porque ela... - engoliu seco antes de continuar e foi cortada pelo mesmo.

— Porque ela morreu... - algumas lágrimas escorreram do rosto do rapaz. — Eu não acredito que ela vai se transformar, quem vai matar ela?! Se vocês escolherem matar ela, ENTÃO ME MATEM TAMBÉM! - levantou rapidamente do sofá e deu um soco na mesa de centro na sala.

— Dá pra pelo menos fazer silêncio?! - a líder exigiu ao grupo, afinal, tinham algumas pessoas vindo tentar matá-los e ninguém precisava de mais fatores que denunciassem que eles estavam naquela casa. Por ser um condomínio fechado, teriam mais chances de fugir pois os invasores teriam que procurar em qual casa eles estavam.

- Fael... - Isabela estava receosa do que diria naquele momento, afinal, era algo extremamente pessoal que ela iria revelar ao grupo todo em instantes. - Acho que a Bia estaria decepcionada se ouvisse isso de você... Sei como é difícil lidar com essa perda, mas conhecendo a Bia esses dez anos eu posso e você também pode garantir que ela iria querer que você fosse forte e pensasse no Henry acima de tudo! - respirou fundo e quando pareceu que seria cortada pela fala do mesmo, sobrepôs sua voz dando continuidade a seu pensamento. - Eu e o Kaique descobrimos que não podemos ter filhos um pouco antes do apocalipse começar... - sentiu o marido abaixando a cabeça ao escutar o que sua mulher dizia, era um fato muito triste para o mesmo que sempre almejou ser pai. - Nós tentamos e quando eu engravidei dois anos atrás, eu perdi o bebê antes dele completar 2 meses... E você... - começou a chorar enquanto falava. - Você teve a oportunidade de ser pai mesmo em meio a esse caos então pensa em quanto o Henry vai querer te conhecer daqui uns anos...

The Anarcotarios' Zombie ApocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora