Capítulo 3.

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Capítulo 3:
Sete horas.

A manhã já havia chegado, estava um dia frio como os outros, com grandes nuvens cobrindo Seoul, e um marco de que provavelmente iria chover.

Essa madrugada havia sido tensa, não havia voltado para casa, queria acompanhar cada mínima coisa de perto.

Desde o retiramento do corpo - algo que eu raramente acompanhava - Até a coleta dos vestígios da cena do crime, e o levamento até o laboratório.

Estava sentado à mesa do meu escritório, com as janelas fechadas, somente com a luz do computador como fonte de iluminação.

Tinha uma polaroid em mãos. Encaro a figura da foto, o sorriso, a face animada, e me levo mentalmente a aquele dia.

Guardava a pequena foto comigo, atrás da caminha transparente do celular, quase como um amuleto.

A foto que continha Rose, deitada na cama do meu quarto, na casa dos meus pais, sorrindo e olhando animadamente para mim, que estava por trás da câmera.

Era para ter sido uma gincana aquela dia, mas momentos antes, a chuva nos pegou desprevenidos, e tivemos que cancelar tudo.

Desprevenidos.

Rose foi pega no trânsito desprevenida também certo?

Por isso a indulgência entre os horários, por isso que ela estava com a mesma roupa que saiu de casa.

Por isso que ela não estava comigo no maldito horário do crime.

Soltei a foto, a deixando cair sobre a mesa, dessas vez, ocupando minhas mãos com um relatório da perícia, e do laboratório.

A comparação entre as duas rosas.

"É comprovado que as duas flores, tem compatibilidade botânica. E produtos químicos - Não identificados - De fertilização a encubação"

De acordo com os investigadores, não dava para se dizer se os produtos de fertilização a encubação - motivo para as rosas durarem tanto tempo intactas - eram mesmo iguais. Já que não dava para se dizer o que foi usado.

Mas ambos eram extremamente bons.

As duas rosas tinham a mesma forma de botânica, até o corte do caule era extremamente parecido.

Mas de acordo com os pesquisadores, qualquer pessoa com um ótimo conhecimento, e um bom tempo de experiência, poderia cultivar rosas daquela maneira.

Várias floriculturas tinham o mesmo tratamento.

Mas esses não são os fatos chocantes.

Depois de duas horas parada. As pétalas brancas, começaram a sugar o sangue da vítima - aparentemente com outro produto químico não identificado - e se tornaram vermelhas.

O que arregou ainda mais a suspeita de que seria uma pessoa diferente de The Roses.

Ela não faria isso. Não pode fazer isso.

Larguei o papel na mesa. Puxei novamente a polaroid.

Acariciei a foto, como se de alguma forma, pudesse me sentir com Rose em meus braços, acariciando seus cabelos.

𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐡𝐢𝐭𝐞 𝐑𝐨𝐬𝐞𝐬 • 𝐊𝐢𝐦 𝐓𝐚𝐞𝐡𝐲𝐮𝐧𝐠Onde histórias criam vida. Descubra agora