Resolvendo problemas

2.9K 163 31
                                    

JULIANA


Uma semana passou desde o dia do churrasco, as coisas estão como sempre.

Aquela tal de Laila passou umas duas vezes na loja e eu sempre me segurando pra não voar nela.

Não sou tão otária, C.R tá me traindo, pode até não ser ela, mas que ele tá, isso eu sei que tá.



A Manu não acordou legal hoje, então fiquei com ela. Ela estava com febre, até passou durante o dia, mas de algumas horas pra cá, estava altíssima.

Eu já parecia uma desesperada ligando pro pai dela e nada.
Passei mensagem pro Felipe e nada, pra Nick e nada também.

Já era da manhã e ninguém me respondia, peguei meu celular outra vez e liguei pro ZL, foi o único que atendeu.


— Ei, tá aonde ??? —

— Tô em casa, minha folga hoje, que foi ? Aconteceu alguma coisa ? —

— O filho da puta do seu chefe, não me responde, nem no rádio, nem no celular particular e nem no de trabalho.
A Manu tá ardendo em febre, já dei remédio e não passou, não sei mais oque fazer —

— Tô indo aí, fica pronta que vou levar vocês no hospital — Desligou e eu fui arrumar a Manu.



Eu sei, hoje em dia tem carros por aplicativo, se alguém não sabe dirigir, opta por esse meio. Mas até eu descer o morro com ela no colo, e achar um motorista que aceitasse vir o mais perto possível do morro pra me ajudar, iria demorar demais.

E a obrigação era do irresponsável do C.R, ele tinha carros a disposição dele a qualquer hora, e o mínimo que poderia fazer sendo pai era estar disponível pra levar a própria filha ao médico.

Bufei enquanto arrumava minha filha e engoli o choro. Aprendi a fazer isso muito bem nos últimos meses.




ZL

Mandei mensagem pro C.R e nada. Mandei pro Bracinho e ele disse que C.R tava no escritório, a Laila tinha acabado de entrar e o patrão expulsou todo mundo.

Bufei e mandei outra mensagem pra ele, avisando oque eu ia fazer.

Vesti minha blusa e sai de casa com o carro.

Entrei na casa do C.R e vi Manu toda encolhida no colo da Juh. Ajudei ela com a bolsa e quando as duas já estavam no carro eu dei partida pro hospital. Juliana ficou pianinha pelo jeito estava putona.

— Tá bem ? —


— Não tem como — Suspirou. — Desculpa ter te acordado —


— Tá louca é ?, fica susa, nem dormindo eu tava —


Manu chamou o pai e ela explicou que ele não podia ir. Deu uma desculpa qualquer e logo chegamos no hospital.

Sai do carro, peguei a bolsa e a gente entrou.

Ela fez a ficha e a gente ficou esperando uma cota, a Manu queimava de febre, Juliana estava na maior preocupação e eu também, com esses bagulho de criança não se brinca.

— Me dá ela, descansa um pouco —


— Não, fica tranquilo, eu tô bem — Sorriu forçado, e deu a chupeta pra Manu. — Se você quiser, pode ir embora, eu fico com ela —


— Me dá ela, Juliana — Falei sério e ela me deu a Manu. Levantei arrumando ela no braço. — Para de ser besta e fica aí que eu já venho —


Fui pra recepção e olhei uma loira aguada, ela esboçava uma puta mal vontade de trabalhar.

— Eai, só tem três criança pra ser atendida e pelo jeito tu nem levou as fichas pro médico. Como é que vai ficar isso aí ? —

Da Zona Sul pro Morro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora