Churrasco

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JULIANA


O fim de semana chegou bem rápido e eu já tinha até falado com a Rita, mas infelizmente ela disse que não poderia cuidar da Manu, porque os sobrinhos que ela não via há muito tempo iriam visitá-la. Eu concordei e fiquei tranquila, afinal ela sempre era muito solidária e prestativa em tudo, e mesmo que não fosse, não posso obrigar ninguém a fazer nada. 

Ficar de bico virado por coisas bobas como essa, seria muita infantilidade da minha parte ou de qualquer outro adulto racional.

Decidi então levar a minha filha para o bendito churrasco, ficaria um pouco de tempo só pra curtir um pouquinho e logo voltaria.

Eu amo o pessoal e toda a felicidade quando algo da certo, mas durante a madrugada quando Manu fica chatinha e muito cansada a ponto de não conseguir dormir, quem cuida sou eu, então prefiro ficar menos, permitindo somente o tempo suficiente dela brincar, comer e interagir e não se cansar ao extremo, porque quem paga o pato sou eu.

Nesses dois anos aprendi muita coisa, uma delas foi mandar gente mexeriqueira e opiniões alheia irem a merda.
Muitas pessoas queriam dar pitaco na criação da Manu ou me ensinar a cuidar, pra ser realista só aceitei conselhos da Rita, ela sim tinha experiência e sabia oque falava. De resto, era só pra terem o prazer de se intrometerem.
Hoje em dia, preso imensamente o bem estar da minha princesa e minha saúde mental.



Meu namorado saiu de casa hoje pra resolver somente algumas coisas, disse ele que seria tudo extremamente rápido. Iria conferir alguns lucros e realizar o pagamento dos meninos.
Ele me pediu para ir na frente com nossa pequena, pois logo chegaria lá.

Tomei um banho rápido pois estava em casa sozinha com a Manu e ela estava acordada.
Outra coisa que aprendi, vida de mãe não é fácil e as preocupações só aumentam. É sempre um olho nos afazeres e outro na cria.

Depois de me secar, vesti um short jeans desfiado e uma blusinha solta de alcinhas. Tudo isso enquanto olhava a dondoca fuçando e bagunçando todo o meu quarto.

Coloquei brincos, pulseira e uma correntinha no pescoço, meu namorado gostava de me ver cheia dessas coisas que ele amava me dar, então, hoje iria bem trabalhada pra agradá-lo. Não vivo em função disso, é claro, até porque nem Jesus Cristo que é santo agradou a todos, quem dirá eu, Juliana, que sou cheia de defeitos. 

Mas tenho em mente que as vezes agradar alguém que nos ama não faz mal nenhum e também não arranca pedaços.
Soltei o cabelo e coloquei um tênis Air Force preto, arrumei uma bolsinha pequena com as coisas da Manu e fui arrumar ela.

A maioria deixa os filhos prontos primeiro, mas essa era a única forma de arrumar a Manu pra não sairmos atrasadas, babadas ou sujas. Se não fizesse assim, a criança sempre dava um jeito de acabar toda encardida e eu chova por estresse, então, pra isso não acontecer mais, só tive que mudar a ordem das coisas.

Coloquei um shortinho nela pelo imenso calor que fazia, uma blusinha de alcinhas com babados fofos na frente e fiz em seus cabelos um penteado preso, pra facilitar as brincadeiras com as crianças, não sujar o cabelo e evitar prováveis piolhos.


Por fim, ela mesma escolheu o tênis, claro que foi oque mais ama. Nick havia dado a ela um Adidas todo rosa que piscava. Manu babava toda vez que via as luzes, pra falar a verdade ela mais olhava o tênis do que andava.


Cheguei na quadra com a miniatura de gente no colo e a bolsa de lado.
Nick já veio nos agarrando e me chamando pra sentar com a Bruna, a namorada do tal Matheus.

Ela já tinha ido na loja, pegar algumas roupas que C.R mandou, deixei todas a disposição dela e pelo visto, soube combinar bem, estava muito linda.
Sentamos juntas e logo os meninos chegaram. Felipe pegou a Manu e já saiu pra brincar, esse parecia mais criança que a própria afilhada.


— Gente, o C.R disse que ia vir rápido e até agora nada, você sabe dele, Matheus ? — Ele ficou meio sem saber oque falar e engoliu seco, dizendo a seguir que não, estranhei mas deixei pra lá.


— Ai, amiga, ele deve estar resolvendo algum beó — Sorriu alegre vendo uma grande bandeja de carne. — Olha, as carnes já estão saindo, vamos comer. Depois a gente vai dançar, vem se distrair, FP tá com a Manu, relaxa um pouco — Olhei de longe Felipe vigiando a Manu enquanto ela brincava com algumas crianças e Nick me puxou juntamente com a Bruna.





C.R

Eu estava quase subindo pra quadra quando a Laila apareceu com uma das lingeries que disse que comprou. Me disse que eu tinha que aprovar e não deu outra. Tranquei a porta e fomos pro finalmente.

Quando ela começou a se vestir outra vez, vi no sutiã a etiqueta de uma das distribuidoras, onde a Juh pegava as coisas pra vender aqui no morro.


— Eai, Laila, foi pro shopping comprar isso aí ? — Acendi um cigarro branco depois de colocar minha bermuda.


— Não...comprei aqui mesmo, acho que é Juliana o nome da vendedora, sabia ?. O mesmo nome da sua mulher — Vestiu a blusa. Muita coincidência —


— O mesmo, né ?.....— Fui até ela e a peguei pelo cabelo, encostei a piranha de cara na parede chapiscada e levei a outra mão pro pescoço dela, começando a apertar. — Olha aqui, sua vagabunda ! Você não paga de simpatia com ela não, tá entendendo ? Se chegar a entrar naquela loja de novo, vou dar tanto na sua cara, que você nem vai precisar fazer esforço pra não raspar os dentes na hora de fazer seu trabalho em mim. Acho que tu não ia gostar, logo agora que tirou o aparelho, não ia ficar legal sem os dentes —

— Tá bom, me desculpa, não vai mais acontecer. Eu juro que não foi na má intenção, eu juro.... — Falou com falta de ar e o rosto comprimido contra a parede.


— Então, o recado tá dado — Virei ela e desci um tapa na cara da safada. — Não me provoca, não sabe do que eu sou capaz, Laila. Agora rala pra quadra, caralho ! — Ela saiu e eu fui atrás.

Laila entrou na quadra e eu eu entrei procurando a Juliana, achei ela com a bunda chacoalhando mais a Nicolly e a Bruna. Falando a real, odiava saber que ela estava dançando quando eu não estava perto.


Vi Matheus e ele apontou pro Felipe do outro lado da quadra com a Manu e mais uma pá de criançadinha ao redor.


Fui pro bar e peguei uma cerveja gelada com seu Zé.
Cheguei perto do ZL, e minha filha já tava no colo dele, o marmanjo safado tava ensinando ela a mostrar dedo pro Felipe. Dei um tapa na nuca dele e FP riu.


— Faz isso não, animal. Depois a menina vai mostrar pra Juliana e ela come meu fígado —


— Fala pro seu papai. Vou te chamar pras ideia, vagabundo — Ela repetiu e até as crianças menores deram risada, a pilantrinha começou a bater palmas e eu dei minha cerveja pro FP e peguei ela.


— Qual é chefia, os padrinhos e os pais ensinam coisa boa, já os tio maloca, ensinam isso —


— Cala essa boca, doente ! — A Manu repetiu oque eu disse e dessa vez eu gargalhei.
Juliana veio ver como tava a neném, e eu fui beijar ela, mas recebi um olhar de raiva. — Qual é, patroa ? —





OIIII MINHAS VIDASSSS, COMO VOCÊS ESTÃO ???.
MUITO CRETINO ESSE C.R E ESSA LAILA, MAS A FESTINHA VAI ACABAR LOGO LOGO.
NÃO SE ESQUEÇAM, EM, VOTEM E COMENTEM, ISSO ME AJUDA DEMAAAIS, BEIJOS AMOREEES.

Da Zona Sul pro Morro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora