Foi mal

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C.R


Entrei no apartamento em silêncio e vi Juliana, ela estava de frente pro espelho, passando a mão na barriga, estranhei mas não falei nada.

Prestei atenção no reflexo dela pelo espelho e no que ela falava, ela realmente estava grávida, a barriga já estava bem marcada, como não vi aquilo antes ?

Mano, comecei a sentir muito ódio, eu não podia acreditar na porra que ela tava falando. Sentia meu sangue ferver e quando me viu, ela se virou assustada.

Tive que quebrar as coisas pra não quebrar ela, sabia que me arrependeria depois e não queria machucá-la.



Parei na garagem de casa e sai do carro.

Esperei Juliana entrar em casa

— Vai pro quarto !! — Rita veio querendo saber oque aconteceu.

— Ela tá grávida.....GRÁVIDA ! E me escondeu isso ! — Soquei a porta com raiva.

— Eu tô numa.....numa vontade de... — Fechei a mão de novo e encostei a cabeça na parede.
— De bater nela, que você nem imagina, Rita —

— Você sabe que já não podia fazer isso antes, agora então, não pode mesmo.
Cláudio, meu filho, sua raiva vai passar, conversa com ela, tenta entender os motivos, você não pode crucificá-la —

— Ela transou com outro cara, Rita, transou com outro cara, esperando um filho meu....isso é uma puta falta de respeito, pô — Coloquei as mãos na cabeça bufando. — Eu vou falar com ela —

Antes da Rita falar mais alguma coisa eu subi pro quarto.

Entrei e vi Juliana sentada na cama, fechei a porta e passei a chave.

— Tá afim de bater um léro ? — Ela negou. — Mas vai —

Sentei numa cadeira na frente dela, tirei a arma da cintura e coloquei na cômoda.

— Eu não vou falar com você, não depois de como me tratou....até de puta tu me chamou, C.R — Me encarou.

— É melhor falar por bem, do que por mal —

Ela prendeu o cabelo e eu vi a marca da minha mão no pescoço dela.

— Então, tu pensava em esconder por quanto tempo ? — Apoiei as costas na cadeira.

— Sinceramente ? O quanto desse — Cruzou os braços. — Você vai me bater ? Bate logo, que eu estou cansada da noite passada e quero ver minha filha —

— Porra, pro teu bem....não me provoca — Olhei pra ela e suspirei. — Quem é esse cara, que você transou ? —

— Nem adianta, você não vai saber quem é — Descruzei os braços e levantei. — Abre a porta, não quero conversar. Eu só quero ir embora com a Manu, C.R —

— Juliana.....senta o rabo nessa porra dessa cama e vamos conversar, antes que eu sento a mão em você, eu tô tentando e você não tá colaborando, porra —

Me olhou, com certeza sentindo muita raiva, mas acabou sentando na cama.

— Você tá querendo oque ?. Que eu peça desculpa ? Eu não vou ! Eu, NÃO, vou !
Eu escondi, sim, esconderia de novo, você foi um filho da puta comigo —

— Eu quero arrumar as coisas, mas porra, eu vivia atrás de você igual um cachorro. Pedi desculpa, uma pá de vez, Juliana eu estava tentando, e você vai e me esconde essa gravidez.
Mano, você sabe que não tem coisa mais sagrada na minha vida do que um bebê, ou uma criança, e tu me esconde isso. Escondeu porque ? O filho não é meu ? É isso porra ? Deve ser isso, né ? Por isso conheceu outro tão rápido — Levantei com raiva.

Da Zona Sul pro Morro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora