Perdão

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JULIANA


Três dias se passaram sem que C.R aparecesse em casa ou até mesmo no morro, eu estava preocupada.

Felipe, disse que ele saiu muito nervoso, e mesmo com meus erros, ele não podia ter me batido, não de novo.

Já era tarde da noite e eu estava sentada no sofá sentindo dor e medo, eu não conseguia nem pensar em muita coisa, apenas no meu bebê e no pai dele.

Levantei apoiando no sofá e peguei meu celular, procurei o número dele e liguei. Como da última vez, caiu na caixa postal, então, deixei recado.

— C.R......eu.....eu tô com dor....o neném não tá bem — Senti uma pontada insuportável e algo escorrendo.

— Não, não, não — Coloquei a mão no meio das minhas pernas e senti o sangue quente, minha mão ficou inundada.

Caminhei até a porta abrindo a mesma enquanto tentava me segurar, sentia as lágrimas correndo pelo desespero e a dor.

— Xenon, me ajuda......me ajuda..... MEU FILHO, POR FAVOR, ME AJUDA ! —

Xenon, correu pra me segurar, fui sentindo minhas pernas falharem e ele me pegou no colo.

— Caralho, Juh ! — Puxou a chave do carro de C.R, que estava pendurada no chaveiro e já abriu a porta, me colocando deitada no banco de trás.

— MATHEUS, DÁ UM LIGUE NA BRUNA PRA CUIDAR DA MANU. FALA COM FP, MAS NÃO ARREDA PÉ DAI, EM !! —

Deu partida em alta velocidade pro hospital.

Segurei minha barriga já grandinha.

— Senhor, por favor, me ajuda.....não deixa ele......ele ir embora. Não tira esse bebê da minha vida — Supliquei em prantos me contorcendo com a dor.



XENON

Até eu comecei a orar dentro do carro, ver ela daquele jeito, deu uma tristeza da porra. Ia ser muito difícil se ela perdesse o bebê. Ultrapassei uns três sinais vermelhos, C.R que se vire com a multa depois.

Cheguei no hospital e abri a porta de trás pegando a Juliana no colo de novo, entrei rápido.

— Alguém ajuda aqui, ELA TÁ PERDENDO O BEBÊ, CACETE !! —

Os seguranças correram e já vieram dois médicos também. Colocaram ela na maca e saíram, passei as mãos na cabeça, tentando não pensar o pior e fui pra fora.

Peguei o celular e fui ligando repetidas vezes pro C.R.

— Esse babaca, não vai atender esse merda não ? — Falei comigo mesmo e depois tentei de novo.

— C.R ? C.R, porra ? Tá me ouvindo ? Aonde tu tá ? —

— Qual é menor ? Tava tirando um tempo, oque é ? Fala aê, vai logo !

— Maluco, a Juliana TÁ NO HOSPITAL, NO SÃO BENTO, VEM LOGO, ELA TÁ PERDENDO O BEBÊ, SEU BOSTA ! —

Ele desligou na minha cara e eu liguei pro Matheus em seguida, me certificando que já tinha alguém cuidando da Manu. Ele disse que Nick e Felipe já estavam avisados e a Bruna cuidava da Manu.

Desliguei e entrei na recepção pra ter alguma notícia da Juh.

— Mano, a mina que eu trouxe, como ela tá ? — Perguntei a uma recepcionista.

— Ainda não fomos informadas, mas vou procurar saber.
Pode me dizer, qual o nome dela ? Precisamos fazer a ficha, sabe se ela tem outros filhos ? —

Da Zona Sul pro Morro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora