Eu já sei

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JULIANA


Entrei no apartamento com algumas sacolas e fui direto pro quarto.

Guardei tudo no devido lugar e depois tomei um banho. Assim que me sequei, vesti apenas a calcinha e uma camisola preta de seda com renda, que havia separado antes do banho.

Depois de comer algumas besteiras fui pro sofá e liguei a TV.

Enquanto assistia um filme, senti o sono se aproximar e não demorou para que eu dormisse.

Acordei com a campainha tocando e olhei o relógio na parede.

Duas horas de sono.


— Já vai ! — Falei alto e levantei, prendi o cabelo num coque frouxo e andei até a porta.

Ao girar a maçaneta e puxar, vi Will apoiado no batente da porta como se tentasse sensualizar.

— Isso é jeito de ficar quando toca a campainha das pessoas ? — Dei risada.


— Desculpa...— Riu também e mostrou um ursinho rosa ainda no plástico. — Eu comprei pra Emanuelle, não sei se você vai deixar ela ficar. Mas quando eu vi, lembrei dela —


Peguei o ursinho.


— É muito fofo, ela vai amar. E é claro que eu deixo, você não é nenhum lobo mal — Encarei ele. — Ou é ? —


— Depende do dia.....— Piscou e apoiou um braço por cima da minha cabeça, voltando a posição de antes. — Mas só mordo quando me pedir — Sorriu passando a língua nos lábios.

Senti uma quentura percorrer meu corpo instantaneamente e olhei pra baixo com vergonha. Só então, percebi que eu estava de camisola.

Levantei o olhar rapidamente.


— Espera aqui, juro que é rápido ! — Corri até meu quarto e deixei o urso na cama. Vesti um robe, o fechei e voltei pra porta. — Desculpa, eu acordei com a campainha, então nem lembrei que estava com roupa de dormir —


— Entendi....mas, eu nem estava reclamando — Corei e ele chegou mais perto. — Você está vermelha....oque houve ? —

A proximidade era demais, eu já podia sentir seu perfume.
Suspirei meio sem ar e sem ter como correr.


— Eu.....eu.... N-não houve nada — Gostei daquilo, mas estava nervosa como uma menininha de doze anos antes do primeiro beijo.

Ele se afastou lentamente enquanto sorria e eu o olhei meio perdida.

— Olha....eu comprei comida japonesa, você quer ?? — Voltei ao meu corpo e balancei levemente a cabeça.


— Não sei se é uma boa ideia, acho melhor eu ficar aqui mesmo —


— Qual é, Juh ? Vamos lá ! Não vou fazer nada, a gente só vai comer — Pegou minha mão. — A gente come na sala. Se quiser, eu deixo a porta aberta, tá bom ? —


— Hmmm......tá, okay, eu vou. Me deixa só pegar o celular e já venho —

Peguei o aparelho e enfiei no bolso do robe, fui ao banheiro e escovei os dentes. Ao terminar, voltei pra porta, onde Willian me esperava.


— Te apresento, minha humilde residência — Disse ele ao entramos em seu apartamento. — Porta destrancada, pode conferir. Senta aí, que eu vou pegar a comida, está na cozinha, eu já venho —


Me sentei no sofá e observei a sala. Era bem aconchegante, mas dava pra perceber que um homem morava sozinho ali.

Tinham algumas roupas literalmente jogadas em uma cadeira no canto do cômodo e também chaves de fenda e um grifo no chão. Fora isso, não tinha nada sujo ou camisinhas jogadas pra lá e calcinhas pra cá, como fantasiam nos filmes.

Da Zona Sul pro Morro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora