De novo não

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JULIANA



Me dei conta do que fiz com ZL, e foi muito errado, ou não, mas da mesma forma, eu me sentia mal.

Nós conversamos e ficou tudo esclarecido, foi apenas o calor do momento, então, estava tudo bem.


Por mais que eu quisesse esquecer oque aconteceu com meu ex, não dava. Primeiro, não fazia nem uma semana, segundo, que eu acabava pensando no babaca. E aquela cena se repetia muito em minha cabeça.



Como sempre, eu não estava muito bem, então pra descartar logo as suspeitas de uma gravidez, resolvi comprar dois testes.

Minha menstruação vivia desregrada desde o começo da amamentação, já sabendo disso, eu não me preocupava e quase sempre acabava fazendo testes. Pelo fato de amamentar ainda, eu não estava tomando contraceptivo algum, e de uns meses pra cá, acabei não fazendo os testes, mas hoje resolvi fazer de vez. Pra acabar com a patética suspeita de sempre.


Sei que não vai dar positivo, ou vai ? Isso explicaria essa enxurrada de enjoos, mas, logo agora ?? Tomara que não.


— Vamos, meu bem, a mamãe está com pressa —  Peguei a Manu no colo, calcei meus chinelos e tranquei a porta.

Havia uma farmácia bem ao lado do condomínio, então seria uma saída bem rápida.


Apertei o botão do elevador e quando as portas se abriram eu quase babei. Dentro do elevador estava um homem de vinte e cinco a trinta anos, era alto, forte, de lábios carnudos e me olhava com os braços cruzados.

— Você vai entrar ?? — Perguntou depois de com certeza me ver perdida em algum lugar, que com certeza, não era aqui. — Moça ?? — Passou a mão na frente dos meus olhos.


— Me...me desculpa...eu me distrai, vai descer ? — Entrei quando ele concordou e arrumei Manu em meu colo.


— Mamãe......quelo o papai.....tô com xaudade — Disse minha filha esfregando sua mão nos olhos.


Respirei fundo.


— Filha......Eu vou ligar pra ele, tá bom ?. A mamãe tá magoada com o papai.....mas, prometo que ele vem te ver — Ela deitou a cabeça no meu ombro e eu apenas suspirei.


— Quantos anos ela tem ? — O cara me perguntou e enfiou as mãos no bolso.


— Dois aninhos — Sorri e ele fez o mesmo.


O elevador chegou no térreo e eu sai dando tchau, porém ele veio logo atrás, estranhei e fui conversando com a Manu.

Cheguei na farmácia e o rapaz ainda estava atrás da gente.


— Juro que é coincidência — Sorriu ele e pegou a mão da minha filha brincando rapidamente. — E pelo jeito, não sou só eu que está com dor naquele andar, né ? —


— Quase isso....— Estranhei — Mas você não estava no mesmo andar que eu, já estava no elevador quando entrei —


— Bom, eu estava no apartamento da Dona Marisa, no andar de cima, fui trocar uma lâmpada pra ela —


— Olha, ele é bom moço — Rimos.


— Sim, um moço muito bom. Aliás, meu nome é William — Esticou a mão e eu apertei.


— O meu é Juliana, prazer, William —


— O prazer é todo meu — Piscou  e quando a fila andou eu fui atendida.
Pedi discretamente pra farmacêutica um teste normal e um daqueles que mostram os meses.

Sai da farmácia e voltei ao prédio.


Passei o dia brincando com a Manu, dei comida, suco e frutas, sobremesa, banho e quando ela pegou no sono, fui ao banheiro levando a sacola da farmácia.

Da Zona Sul pro Morro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora