Bônus. (Matheus e Bruna)

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MATHEUS


Eu tô na atividade aqui no morro e tá suave de problema.

Não tem nada melhor que deitar em paz, não ficar com medo de invadirem sua casa e te matarem, aqui tem união, esse lugar a gente chama de casa.

Eu fico tranquilo quando a Bruna anda sozinha aqui dentro da comunidade, e ela pelo jeito também gostou da vida nova.


No morro do meu primo mal tínhamos vontade de sair de casa, é só violência e bala perdida, ele mesmo provoca tudo aquilo. Falando nele, eu mal saia, a Bru também não, C.R aconselhou a gente a dar uma segurada por enquanto, caso ele pegasse a fita que estávamos vivos e bem, ia ser pior pra gente.

Minha mina entendeu a situação e não contestou, disse quando não tinha motivos pra ficar indo pro asfalto por enquanto.


...

Levantei da cama cansado e coloquei minha bermuda, sorri e pisquei pra Bruna, nunca vi uma mina tão linda. Papai do céu caprichou demais.

— Gostosa — Bati na bunda dela. — Tu quer água ? — Ela levantou e colocou uma das minhas camisas, sabia que eu babava quando ela fazia isso.


Bruna sorriu e me selou enquanto prendia o cabelo.


— Não. Eu tô é com fome, vou fazer alguma coisa pra comer, você vai querer ? —


— Claro, tu me deixou cheio de fome —


— Achei que tinha matado a fome — Me olhou com um sorriso filho da puta.


— Pode ter certeza que essa fome ai tu matou — A gente riu.


— Bora lá, tô afim de comer também — Abracei Bruna e beijei seu pescoço.


— Te amo — Sorriu pra mim.


— Te amo, princesa — Mano, essa mina é a melhor de todas, só aquele sorrisão lindo, já me quebrava todo.


— Aí, e a criançada lá onde tu tá ? Tá cuidando bem ? Toda vez vejo eles brincando na rua —





BRUNA

Morar aqui estava sendo muito bom, a gente tinha sossego, viamos as crianças correrem a vontade pela rua. As pessoas passam necessidade, mas sempre vejo o pessoal do comando distribuindo as coisas. Sempre cuidam pra todos terem pelo menos oque comer.

Aqui eu já consegui até um bico cuidando de umas crianças, nem cobrei muito, mas pelo menos já não me sentia tão dependente do Matheus.

Falando nele, estava todo saidinho de ontem pra cá, eu sabia bem oque ele queria e como hoje eu não precisei cuidar das crianças me produzi bem pra quando ele chegasse e deu no que deu. Cama.

Chegamos na cozinha e eu pensei no que faria enquanto conversávamos.

— Claro, eu sou uma profissional — Ri e coloquei a mão na cintura. — Eu ajudo eles com a lição de casa, dou o almoço e deixo eles irem pra rua. A casa é pequena, se eles não forem, o bebê passa o dia chorando sem conseguir dormir por causa do barulho. Aliás, é mãe deles que manda eu fazer isso —


— Tendi, mas aê....fica ligada no celular, quando ouvir mensagem responde, viu ?. A gente ta com ameaça de invasão —
Ele encheu um copo com água e tomou num gole só, fez cara feia dizendo que estava quente e foi até o freezer.


— Achei que aqui era tranquilo — Peguei um pacote de carne no congelador empurrando o Matheus pra sair logo da frente e em seguida coloquei a panela no fogo.


— Quanto mais tranquilo o morro, mais chance de invasão.
Morro tranquilo tem muito berro, muita droga e muito dim. E não é puxando saco não, mas uma boa chefia, também —

Da Zona Sul pro Morro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora