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Sem revisão.

Giovana.

Na semana seguinte Paula, a professora me entrega a prova da semana anterior com um zero enorme escrito na folha.

Olho pra ela que me encara debochada. Tenho vontade de socar a cara dela. As vezes meu sangue ferve. Mas não deixo meu espírito barraqueiro falar por mim.

___ Espero os zerados depois da aula pra refazer a prova. __ Fala me encarando com um sorrisinho cínico.

Não sei qual o problema dela comigo.

Não tenho culpa se as explicações dela sobre os conteúdos são totalmente sem sentido e difíceis de compreender e eu tenho que debater com ela até que toda a turma entenda.

E não, eu não sou a aluna chata que fica debatendo com o professor coisas bestas e insignificantes. A Paula que é uma professa que complica as coisas mais fáceis pra parecer que são difíceis e no fim não é.

Mas talvez ela só tenha medo que eu fale pra alguém que vi ela aos beijos com um garoto da minha turma quando todo mundo sabe que ela tem um noivo.

Noivo esse que eu não conheço mas já ouvi geral falando o quão bonito e gato ele é.

__ Megera __ Clara sussurra pra que só eu possa ouvir __ fiquei com 0.5 e ela ainda riscou metade da minha prova. __ neguei com a cabeça observando Paula explicar um novo assunto. __ Se eu não soubesse que o noivo dela é um gostoso diria que ela é mal amada assim por falta de sexo. __ olhei para a tagarela ao meu lado.

__ Ela tem mesmo um noivo? __ perguntei curiosa.

__ Tem sim, muito gato e dizem que é louco por ela e faz tudo pra fazer ela feliz  __ olhei pra Paula novamente.

Automaticamente me lembrei do Iury, eu era louca por ele e fazia de tudo para ver ele feliz. Mas não foi o suficiente, afinal fui traída e ele ainda engravidou outra.

O que pessoas como ele e Paula precisam pra se sentirem felizes a ponto de respeitarem o relacionamento?

Se o noivo da Paula era tão lindo, gato, gostoso e louco por ela, como dizem, porque ela o traiu com aquele cara?

Era esse tipo de coisa que não entenderia nunca.

__ Espero que esteja com o trabalho que pedi aí __ Paula falou me entregando a prova. Era um total de 7 alunos na sala. Passava das 18:30 da tarde quando ela encerrou a aula normal dela e nos recrutou para refazer a prova.

__ Essa prova tem o dobro de questões da outra. __ falei passando as folhas.

__ Exatamente, vocês tem até as 8 horas para me entregar. Podem pesquisar nas anotações do caderno e do trabalho que pedi, porém não quero nada tirado da internet. Se tiver algum comentário plagiado da internet, eu vou saber e dar zero na média final. __ Bufei. Cada questão tinha um texto enorme para ser lido. Isso demoraria bem mais do que imaginei.

Mandei uma mensagem rápida avisando  minha mãe que ficaria até mais tarde na faculdade e desliguei o celular.

As próximas horas foquei na minha prova, se eu não tivesse muito afim de ganhar um diploma e ter uma profissão já teria desistido na primeira questão.

Fiquei por último na sala quando ouvi a porta bater mais forte me assustando e fazendo olhar pro homem que me encarou sério mas sem graça.

__ Não quis atrapalhar, pensei que a Paula ainda estivesse aqui. __ analisei ele por alguns segundos.

Era o moreno bonito que me chamou atenção na conveniência e que ficou com a minha pasta de trabalhos. O mesmo que tratei mal desnecessariamente.

__ Tudo bem. __ disse guardando meu material __ tinha terminado já, a Paula saiu da sala dizendo que nos deixaria mais a vontade e ficou de receber as provas na última sala do bloco R. __ falei indo até porta.

__ Caramba, pra que essa mulher foi se esconder tão longe? __ dei de ombros.

__ Não sei, mas tô indo lá deixar minha prova. __ Ele me seguiu. Já estava muito escuro fora das salas e ainda conseguia ver alguns alunos chegando na faculdade para as aulas do noturno.

__ Você é a estressadinha da pasta né? __ Ele perguntou de repente.

__ Sim e não. __ falei sem graça. __ Aquele dia estava num mal momento e fui bem desnecessária com você. Desculpas de verdade. __ Ele me olhou e esboçou um pequeno sorriso.

__ Tudo bem. Sou Eduardo. __ Sorri pra  ele.

__ Giovana. __ me apresentei também. Pra quê? Não sei. Mas se ele se apresentou, aproveitei o embalo.

__ Eita porra?! __ exclamei dando um passo pra trás assim que abrir a porta da última sala do bloco R. 

Eduardo me olhou estranhando e antes que pudesse impedir ele abriu a porta que eu havia acabado de fechar e rapidamente vi sua feição mudar.

[...]

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