Capítulo 4: O Arco de Ouro

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Sometimes I just wanna die. And people... Well, people don't care.
(Às vezes eu só quero morrer. E as pessoas... Bom, as pessoas não ligam)

- Como assim vocês não podem fazer nada?

Eu estava indignada e com o ódio transparecendo em meus olhos.

- A senhorita deveria ter anotado o número do trem e o número da porta!

Quem falava era um cara de rosto pálido, cabelos castanhos divididos ao meio e olhos cansados e percebi pelo seu olhar que ele não se importava com o que eu tinha para dizer.

- Acabou de acontecer! Você acha mesmo que eu iria me atentar com a merda do número do trem? Eu nem pensei em fazer isso na hora! Por que pensaria? E como eu anotaria qualquer coisa? "Ah, desculpe-me, senhor estuprador, mas será que teria como você parar de me assediar só por um instante para eu me concentrar em anotar o maldito número da porta do trem e não no seu pau sujo se esfregando em mim?"

Eu estava gritando e com lágrimas nos olhos, o que acabou por atrair a atenção de vários curiosos ao redor.

- Eu só estou fazendo meu trabalho. Sinto muito, não há nada que possamos fazer. Sugiro que você pegue o metrô de volta e tente fazer um boletim de ocorrência em seu destino.

Me afastei revoltada e com lágrimas que não paravam de escorrer por meu rosto. Não iria entrar de novo no metrô. Não conseguia.

Foi uma caminhada de quase meia hora da 72 St até a Pomander Walk. A noite estava fria e eu tremia por conta do frio e do medo pelo choque que eu havia acabado de passar.

Cruzei os braços tentando me aquecer e olhei para trás pela milésima vez para ter certeza de que não estava sendo seguida, minha boca rachada e roxa pelo frio.

Finalmente, lá estava o prédio vermelho em ruínas cintilando para mim como um oásis cintila para alguém perdido no deserto.

Estendi o colar de arco e flecha que já estava no meu pescoço. Não importa quantas vezes eu visse aquela transformação, tinha a certeza de que sempre ficaria boquiaberta.

Subi os degraus brancos de mármore, entrei pela porta semicerrada e fui literalmente correndo para meu quarto e encontrei Alexia deitada lendo de bruços na sua parte da beliche.

Quando notou minha presença fechou o livro e perguntou se sentando:
- Por que você demorou tanto? Patrícia não ficou nada feliz quando não te viu no jantar!

As lágrimas escorreram em meu rosto e Alexia rapidamente saltou da cama para me abraçar, um abraço quente, afetuoso, demorado.

Ficamos um bom tempo assim até que ela se afastou.

- Quer conversar?

Fiz que não com a cabeça, a cara inchada pelo choro. Ela olhou para minha cama.

- Vem, vamos desfazer essa mochila e dormir juntas, ok? Não sou tão espaçosa assim! - disse dando um sorrisinho forçado tirando a mochila das minhas costas e fazendo carinho no meu ombro.

- Vem, vamos desfazer essa mochila e dormir juntas, ok? Não sou tão espaçosa assim! - disse dando um sorrisinho forçado tirando a mochila das minhas costas e fazendo carinho no meu ombro

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Uma flecha no coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora