Capítulo 13: A Expulsão

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I've paid my sentence, but committed no crime.
(Eu cumpri minha sentença, mas não cometi nenhum crime)

- Ágata, o que você vai fazer?

Minha amiga parecia assustada, e eu entendia o porquê. Chamei todos para a sala principal e não contei a ninguém o motivo, nem mesmo para Alexia.

Mas todos estavam apreensivos, minha cara deixava bem claro que eu não estava para brincadeiras. Não precisei dizer nada, apenas encarava a todos com um olhar de ódio que eu fazia como ninguém capaz de calar até o homem mais corajoso.

Olhei para minha amiga e pela primeira vez no dia dei um sorriso, mas não um sorriso verdadeiro, um sorriso maldoso que só fez Alexia ficar ainda mais preocupada.

- Sabotagem!

Ela franziu a sobrancelha sem entender mas eu dei de ombros.

- Quem falta?

Alexia verificou mentalmente os presentes.

- Acho que estão todos...

- Ótimo!

Limpei a garganta alto para que todos olhassem para mim.

- Como vão as sabotagens?

Ninguém respondeu. Continuei:
- O que foi? Estão sem ideias? Eu posso ajudar...

Olhei ao redor. Caleb me olhava com estranhamento.

- Caleb, por exemplo, ama seu carro como se fosse parte da família, por que não vão lá fora riscá-lo? Não, calma! Eu tenho uma ideia melhor ainda! Por que não me fazem seduzi-lo? Aí eu perco meu amigo e nós dois perdemos nossos poderes. Vitória em dobro!

- Ou que tal Poly? Por que não dão um microfone para ela? Tenho certeza de que ela iria adorar.

- Não, já sei! Rony! Por que não fazem uma bomba de mentira e colocam no seu quarto? Porque claro, todo muçulmano é terrorista!

- Que tal a Niccole? Por que não jogam ela da janela? Até porque todos lembrariam (e conseguiriam) abrir as asas com o pânico! Imagina alguém com acrofobia então!

Respirei fundo. Não me lembrava de ter usado tanta ironia de uma só vez. Aliás, não me lembro de ter sentido tanta raiva antes. Acho que esse era o discurso mais intimidador de que eu já fizera em toda minha vida!

- E eu? Uau! Eu tenho uma lista de como vocês poderiam me sabotar! Que tal começar pelo fato que já se passaram três meses e eu ainda não consigo fazer nada? Sou a pior cupido que existe! Que tal jogarem isso na minha cara?

Olhei para meu público, todos estavam cabisbaixos com a expressão repleta de remorso. Continuei:
- Vocês percebem como isso é horrível? Estamos utilizando do medo, forçando assuntos delicados, aderindo preconceitos, e para quê? Para nos formarmos? Isso justifica mesmo toda essa crueldade? Nós somos cupidos! Somos anjos, não demônios! Pregamos o amor, não o ódio! Isso tem que acabar! Agora!

Todos ficaram em silêncio por algum tempo até que Niccole começou a aplaudir e um a um todos seguiram seu exemplo, até que todos estavam me aplaudindo, fiquei morrendo de vergonha, afinal, eu não tinha feito nada de especial, fazer o máximo para impedir hostilidades, era minha obrigação como humana, não acreditava merecer créditos por isso...

Mesmo assim, fiquei feliz com aquele ato, pois significava que eles estavam ao meu lado, concordavam comigo.

Ou seja, significava o fim das sabotagens...

Ou seja, significava o fim das sabotagens

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