Um novo 'eu'

3.5K 300 157
                                    

O zumbido da máquina preenchia a sala, junto com uma cantiga que Amren murmurava. Ainda era cedo e raios de sol passavam pelas folhas, iluminando o ambiente irregularmente. Seriam apenas três tatuagens: uma em minha mão direita; uma atrás de minha orelha; e uma na perna.

De acordo com Am, cada tatuagem tinha uma importância e por isso, ela devia ter muito cuidado ao escolher as cores, os traços e os lugares. Ela me disse que, dependendo da situação, uma tatuagem mágica pode não surtir efeito se estiver em lugar desfavorável. Por isso, ela escolheu cada lugar baseado na minha fisionomia e aura.

Pelo menos foi isso que ela me disse enquanto mergulhava a maquina em um pote com tinta preta. Ocasionalmente nós conversavamos, normalmente sobre coisas sobrenaturais que me maravilhavam. As vezes ela falava sobre como era o submundo, asvezes ela me avisava que aquele traço poderia doer e as vezes ela só... falava.

Era calmante e reconfortante. Aquele lugar tão estranho e remoto, com demonios e magia era tão... familiar. Aquilo era reconfortante, e aquilo me fez querer saber mais e mais sobre a família que eu arranjara.

- Então...- eu comecei, procurando como iniciar esse assunto- Quem é Alex?

- Ah é, eu esqueci que você não conhece muito a nossa família...- ela riu- Alex é o nosso irmão mais novo. Nós somos seis pessoas na família, mas eu, Alex e Amine somos os mais próximos.

Seis pessoas. Os pais, que são os donos do próprio inferno; os herdeiros, que tem uma personalidade tão... inesperada; e... Quem seria? Ah, Salem! Eles realmente consideram ele como da família então.

- Logo você vai conhecer o Alex. É costume se apresentar para os novos membros da família!

Eu sorri diante do comentária, mas logo parei quando um traçado da máquina doeu. Apesar da tatuagem na mão não doer tanto quanto deveria, por causa da magia de acordo com Amren, ainda incomodava hora ou outra. Mas os resultados já valiam a pena. Estavamos trabalhando naquela tatuagem por mais ou menos meia hora, e a tinta negra já cobria quase toda mão. Suas linhas e traços faziam parecer que a minha mão havia sido enfaixada por uma ecuridão viva, mística.

 Suas linhas e traços faziam parecer que a minha mão havia sido enfaixada por uma ecuridão viva, mística

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois de mais dez minutos, Amren me avisou que havia acabado a primeira tatuagem, a tatugem de poder. De acordo com ela, essa tatuagem me permitiria utilizar um pouco de poder que todo corpo humano deixa adormecido.

Minha mão não sangrava como quando se faz uma tatuagem, e ao invés de uma dor lacitante, apenas uma dormencia cobria a minha mão direita. Eu mexi um pouco, para ver o resultado final e sorri ao ver aqelas linhas negras bem traçadas. Nunca vira uma tatuagem como aquela que cobria a minha mão, mas ainda assim parecia familiar.

Antes de eu agradecer, Amren já tirava o meu cabelo de perto da minha orelha direita. Ela tirou um grampo da caixinha que estava arrumando e prendeu metade do meu cabelo, deixando a metade direita completamente fora do alcance de minha orelha. Ela trocou as agulhas grossas da máquina para pequenas e finas, mais delicadas.

Um amigo lá de baixo...Onde histórias criam vida. Descubra agora