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 A primeira coisa que noto quando meus sentidos se despertam é que não estou na minha cama. Os lençóis que me envolvem acariciam a pele exposta do meu corpo e um perfume diferente do que estou acostumada sobe pelas minhas narinas, me fazendo sorrir antes mesmo de abrir os olhos.

 Sorriso esse que se desfaz assim que minhas pálpebras se movem.

 É a terceira vez que durmo com Tom Holland, e a segunda em que acordo e ele não está lá.

 Faço uma careta e puxo os cobertores até o queixo, inspirando o cheiro que emana dele o mais fundo que consigo, mas meu estômago ronca alto demais e me impede de voltar a dormir.

 — Poxa, não posso dormir só mais um pouquinho? — resmungo, erguendo o cobertor para olhar minha barriga. Um ronco mais baixo me faz revirar os olhos. — Tá bem...

 Preciso reunir toda a minha força de vontade para chutar os cobertores e me coloco de pé após um longo bocejo, coçando os olhos enquanto sigo até o banheiro. A Reyna do espelho possui cabelos emaranhados, então lavo o rosto e surrupio um pente de Tom para dar um jeito no meu ninho de passarinho particular. Não preciso sentir para saber que o cheiro que sai da minha boca faria qualquer um vomitar, então começo a abrir a porta dos armários até encontrar uma caixa transparente cheia de embalagens de escovas de dentes.

 Franzo o cenho, pois é no mínimo suspeito. De qualquer forma, escolho uma amarela e espremo a pasta de dentes, seguindo então para o quarto.

 Se ele pode fuçar o meu, então eu também posso fazer o mesmo com o dele.

 O quarto de Tom é amplo, apesar de ser incrivelmente simples, para a minha surpresa. Provavelmente caberiam o meu quarto e o de Sara aqui dentro, e meu coração se aperta ao notar que a falta de decoração se deve ao fato de que ele passa mais tempo longe do que aqui. As paredes são brancas, os lençóis são brancos...

 E obviamente, há um poster de algum filme do Homem Aranha na parede. Imagino que seja o primeiro, mas não tenho certeza, e rio ao notar que ele autografou o pôster para si mesmo.

 Após terminar de escovar os dentes, arrumo a cama e saio para o corredor do primeiro andar, agora inundado pela claridade. Ouço vozes no térreo, mas nenhuma parece ser a de Tom, e ao passar por uma das portas abertas a minha frente, entendo o porquê.

 Minha respiração falha, e ele nem sequer precisa me olhar de volta para acabar com qualquer resistência da minha parte.

 Estou a frente do que parece ser uma academia particular, até porque "mini" não se aplica ao cômodo. Ele possui tantos equipamentos que tenho certeza que é muito melhor que muitas academias profissionais espalhadas por Londres, mas não é isso o que chama minha atenção.

 É a pessoa que usa um dos equipamentos.

 Tom está sem camisa, segurando uma barra enquanto seus pés deixam o chão. Há um short caindo em seus quadris conforme seu corpo se levanta e se abaixa, os braços se tensionando e evidenciando cada traço daqueles músculos enquanto sustenta o peso do restante de seu ser. Uma fina camada de suor cobre suas costas alvas e minha boca seca enquanto assisto uma gota solitária deslizar até o short, traçando sua espinha perfeitamente.

 Minha boca está aberta e sinto o ar escapar por entre meus lábios, como se eu estivesse faminta e ele fosse o maldito banquete.

 Minhas bochechas esquentam quando constato que adoraria mordê-lo de verdade.

 Oh, merda!

 Hormônios malditos que estão me fazendo pensar coisas enquanto há algo errado acontecendo dentro da minha calcinha...

All My Life | Tom Holland ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora