15h00min.
— Uau, tudo isso é insano, May. — começou Elliot após saber a verdade. Maya precisava contar, precisava desabafar o quão estranho aquilo era para a única pessoa que ela confiava.
Elliot a abraçou. Era um fardo saber daquilo, imagine viver em sua pele. Pobre May, que almejava tanto a verdade e se deparou com a monstruosidade escondida dela por anos.
— Levanta daí. — começou tirando seus cobertores — Vamos sair!
— E aonde vamos? — perguntou a garota levantando lentamente. Ainda sentia uma dor horrível em suas pernas. E a cabeça parecia latejar.
— Não sei, qualquer lugar. — Elliot disparou puxando-a pela escadaria. — Eu só preciso te tirar dessa fortaleza.
Depois de 30 minutos, os dois estavam caminhando no parque. Aquilo era estranho contando com tudo que vinha acontecendo.
— Tudo não faz sentido — Maya começou, parecia exausta. Seus ombros estavam começando a pesar o corpo todo e as olheiras estavam extremamente negras. Seu príncipe encantado estava ao lado dela, com os cabelos negros voando ao vento.
Elliot parou em um dos carrinhos e comprou para ela uma maçã do amor. Maya amava. A garota sorriu ao pegá-la, no interior, uma esperança se fez nascer.
— Pensei que Peter estivesse mentindo quando disse essas coisas sobre observador e tal... Minha cabeça não parava de pensar nisso e eu não consegui me concentrar em nada, então fui investigar. — Elliot colocou as mãos nos bolsos da blusa de moletom preta que tinha um alienígena pintado de branco com os dizeres "i don't believe in humans".
Maya o encarou, seus olhos pareciam cansados e prestes a desabar, mas frustradamente o sono não lhe vinha.
— Eu sou adotado — o rapaz concluiu, sem olhar para ela. Seus cabelos estavam ocultados pelo capuz negro e nesse momento quase nem apareciam; os olhos graças à luz do parque, brilhavam incessantemente mesmo estando opacos.
Maya arregalou os olhos.
— Eu acabei ouvindo uma conversa dos meus pais. Depois, precisei perguntar. Eu apareci para ela logo depois do meu nascimento. Ainda um bebê. Ela disse que minha mãe parecia louca, dizia sobre uma seita que queria pegá-la, sobre um ser perverso que comandava nas sombras que acabaria me tirando dela. Dizia que eu não estava seguro com ela nem com meu pai, e que viria me buscar quando tudo estivesse bem. Ela disse que eu fui escolhido, que precisava me manter a salvo, me deixar vivo nem que a vida dela dependesse disso. — o garoto suspirou — Tudo isso é apavorante.
— Eu faço ideia. — a menina entrelaçou seus dedos ao dele. — Ainda não sei o que significa a frase que eles tanto dizem "Você é a escolhida". Escolhida por quê, para quê? E quem me escolheu? — ela jogou as mãos para o ar. Seita, a palavra preencheu sua mente — Será que não se trata da ordem? — perguntou, no tanto que lera, sabia que se tratava disso, a Ordem queria apenas estabelecer o poder e reinar sobre as outras nações. Eram feiticeiros que usavam a magia apenas para bem próprio, sem se importar com o equilíbrio moral. Feiticeiros negros como diziam.
— Não sei ao certo... — Elliot suspirou — Não queria contar a você depois de tudo que aconteceu hoje, mas não faço ideia do que está acontecendo. E já que você é especialista em maluquices de Arcana agora...
— Eu não diria isso. Sou expert em não saber nada assim como você. — aquilo fez ela rir. Imediatamente uma pontada atravessou seu peito. Maya abraçou-o antes de puxá-lo até uma pequena fila.
— Um brinde a dois adolescentes anormais — ela sorriu. Precisava fazê-lo feliz. Devia isso a ele, por todas as vezes que o contrário aconteceu. Elliot sempre esteve lá. Sempre imaginou que os dois iriam viver grudados... Talvez não estivesse tão enganada assim. Seria inadmissível se ela fosse procurar um portal sem ele. A droga de um mundo encantado não iria separá-los.
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A Espada de Lilith (Livro 1)
FantasyOs olhos da fera a encararam com curiosidade. Ela dormia envolta por cobertores leves, parecia ter um gosto tão bom, ele quase podia sentir o gosto do sangue dela escorrendo pelo chão, manchando as paredes de escuro. O que sentiria ao cortar sua pel...