A escolhida sentou na poltrona perto da porta da varanda, antes de começar a chorar.. Foi à primeira vez na vida que ela parecia realmente prestes a morrer de coração partido.
— Eu não aguento mais — ela sussurrou para ninguém em especial. Precisava apenas tirar aquilo do peito antes que se afogasse completamente. — Me dê a droga de um sinal, me diga que eu estou indo na direção certa! Eu tenho a porra de um demônio na cabeça e me dizem que eu não posso fazer nada! Por que você me escolheu então? Porque toda essa história de conter o mal, se na hora que você quiser, você vai fazer ele sair e comandar esse mundo!
Maya ficou olhando para a cidade por um tempo. O tempo havia se escurecido e estava chovendo, e quando ela percebeu, abria os olhos de um sonho longo e revelador. Quando seus olhos se abriram, ela imediatamente se sentou, olhando em volta. Havia tido um sonho estranho, uma voz que encheu o ambiente e a dominou de tal forma que ela jamais sentiu algo parecido.
— Não se sinta culpada, maninha, as coisas simplesmente acontecem. Eu vou destruir o mundo, você vai morrer tentando salvá-lo. É nosso destino.
Maya fechou os olhos, não fazia ideia de como poderia entrar em sua mente novamente. Isso não era uma coisa dita com palavras mágicas; assim como o pássaro de fogo. Ela explodiu, era uma teoria que poderia estar certa, precisava ser estudada e analisada, mas poderia estar certa. A garota alisou a saia xadrez e respirou fundo. Precisava arrumar um jeito de fazê-lo parar de falar. Como fazia um demônio na cabeça parar? Nem mesmo os feiticeiros poderosos de Arcana teriam chance, pensou ela rindo. Ela precisava aceitar estar num campo minado, e dentro de sua cabeça, tinha uma bomba que poderia explodir a qualquer minuto. Porque tudo tinha que ser daquele jeito? Sempre. Ela não poderia mudar o passado e conhecer seus pais, saber o que acontecer, e agora, a mesma coisa com Magnum. Ela não conseguia fazer nada. Respirou por alguns minutos observando o sol majestoso que se projetava acima de tudo, acima de todos. Vislumbrou os raios que se separavam em diversas direções. Parecia uma coroa divina. Um brilho intenso que emanava do próprio deus. Radiava todo o mundo com sua luz que parecia infinita, mas não era. Maya se confortou com aquilo, mesmo o sol, uma bola tão grande e bela, teria um fim, um dia, então o anticristo também. Ela se lembrou das palavras em seu sonho, uma por uma, eram em uma língua estranha, uma língua que ela não fazia ideia que existia.
Sempre acreditou em sonhos, sempre acreditou que eles revelassem uma mensagem do subconsciente. Lá estava ele, imóvel, esperando por ela. Maya escrever no bloco de notas.
— Está tudo bem? — ela ouviu, minutos após terminar. Se sentia eufórica, viva até.
— Quero que pesquise isso para mim, quero saber que língua é e o que ela quer dizer.
Peter encarou o papel.
— Não sei o que significa "Drax", mas se trocarmos por. — ele pegou a caneta e rabiscou — Quem disse isso a você?
— O que significa? — questionou ela antes de ouví-lo falar
— A recompensa do que sempre sonhou não está tão longe do alçance de seus dedos, confie nele e em você. Assinado Harper. Quem é Harper? —gesticulou o caído.
Maya pegou o papel e o jogou no lixo.
— Não faço ideia —disse ela. Peter sabia que ela estava mentindo, mesmo não sabendo o porquê, nem lembrando de nenhum ser com esse nome antes.
— Maya — chamou um arcanjo das escadas. — Talvez tenha em Arcana um lugar que te ajude.
...
— Vamos começar o treinamento de verdade amanhã. Eu vou a Arcana.
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A Espada de Lilith (Livro 1)
FantasyOs olhos da fera a encararam com curiosidade. Ela dormia envolta por cobertores leves, parecia ter um gosto tão bom, ele quase podia sentir o gosto do sangue dela escorrendo pelo chão, manchando as paredes de escuro. O que sentiria ao cortar sua pel...