A Espada de Lilith (Livro 1)

O eclipse solar

— Prometa que vai me contar o que aconteceu na casa dos horrores — começou a menina antes que eles saíssem. Haviam se passado alguns minutos. Já estava quase na hora do café da manhã.

— Que tal fazermos uma fogueira e convidar o Elliot hoje à noite?

— Não ferra Crawford, eu estou falando sério.

— Okay, sem fogueira. — o menino disparou antes de abrir a porta principal e inalar o ar puro que vinha das árvores. Ele vestia uma camiseta bordô, e um calção jeans. Nos pés do demônio, sapatos sociais repousavam.

Ela, por outro lado, estava com um shorts jeans e uma camiseta larga cinza, de sua banda favorita. Naquele dia de sol, seus pés exibiam um chinelo — o que era um milagre.

O casal caminhou até o lugar onde a mesa estava posta na noite passada. Vários habitantes trabalhavam felizes e contentes, cantando músicas e falando em simultâneo. O demônio riu quando Maya fez uma careta, ela não gostava muito de multidões.

— Como foi à caverna? — questionou uma voz, os dois se viraram. Era Chade, com seus olhos violetas e a aparência séria. Usava um vestido curto floral, parecia tão liso e aconchegante em seu corpo pequeno.

— Foi revelador — o demônio soltou — Maya aprendeu a libertar seu escudo.

Annybethy que já passava por lá, ouviu a conversa. A menina que já sorria se alegrou ainda mais. Era uma druida agitada, que nunca conseguia ficar parada, isso eles logo perceberam. A moça correu até a escolhida e a abraçou.

— Parabéns Lauren. Sabia que você seria a primeira.

— Por que diz isso? — a menina questionou.

A druida começou a andar, ajudando a colocar os pratos na mesa.

— Bom...já havia libertado ela uma vez e tem sentimentos muito fortes dentro de si. Não leve a mal — ela olhou para o namorado da jovem — Mas você é um demônio; e o arcanjo nem mesmo vai tentar libertar o dele. A primeira mulher já libertou o dela e Helena não conseguiu mais depois que sua irmã morreu. Elliot ainda é muito novo em tudo isso e Mulder, bom... Mulder é uma elfa.

— E o que isso tem a ver exatamente?

— Nada, na verdade — a druida respondeu. — Ela só... Tem muitas coisas na cabeça. Quer voltar para Arcana mais do que qualquer um de vocês.

— É compreensível. — Maya indagou, antes de ver um menino pálido e uma mulher estranha saírem da cabana — Peter — chamou ela — Quem é aquela?

— Hum... — o demônio a examinou. De longe, apenas o que via era uma mulher num vestido branco-floral que ia até os pés e um jovem magrela, mas quando eles chegaram perto, ele avistou olhos violetas muito brilhantes e cabelos da mesma cor, que desciam na altura do pescoço. — Olá Mulder — cumprimentou ele.

A elfa sorriu. A menina ao lado escancarou a boca em surpresa. Era mesmo aquela mulher? Então essa era sua real aparência? Ela era linda. Maya a examinou. Sua pele era lisa como porcelana, e ela tinha orelhas pontudas, caninos afiados e dentes muito brancos. Seus cabelos eram grossos e sedosos. Mulder vestia um vestido que ia até à altura dos tornozelos, e pequenas flores roxas se desenhavam no tecido, exaltando a beleza de seus olhos.

— Uau... você é maravilhosa, parece que saiu de um conto de divindades. — a menina elogiou.

— Obrigada querida. Você fez a mesma cara que o Elliot, e disse exatamente as mesmas palavras, às vezes, vocês parecem a mesma pessoa. — ela sorriu — Há um tempo eu queria tirar esse feitiço e não conseguia, alguma coisa no hospital me impedia.