— Me conte todas as novidades! —a voz doce soou em meio ao silêncio da casa quase vazia. Maya e a amiga estavam no andar de cima, no quarto de Maya, com pepinos nos olhos e a face suja de produtos de beleza. Carly era a melhor amiga de Maya desde a sexta série, fora ela a primeira amiga na troca de colégio. Carla Richard Thompson tinha cabelos loiros que chegavam em sua cintura, e olhos azuis como pedras brilhantes. Tudo nela era perfeito, as sobrancelhas, os cílios, o nariz, o formato da boca, os ombros estreitos, o corpo escultural, os dentes alinhados e brancos, os dedos finos e longos, as pernas altas. Ela era o modelo de garota perfeita, não havia nenhum defeito em si, até mesmo sua voz era agradável aos ouvidos.
Passaram o fim da noite de domingo conversando, Maya contou sobre Jonathan — não a parte arcano é claro, e Carly contou sobre sua viagem com os pais. É claro que a amiga já tinha visto tudo nos stories, mas ver de novo era obrigatório.
— Foi mágico, mamãe falou que da próxima você tem que ir.
Maya se lembrava da última vez que viajou com Carly e a família, o pai não saia do escritório do hotel, e a mãe passava mais horas bêbadas do que sóbrias, mas foi divertido. No fim, a companhia de Carly concedeu a ela uma viagem perfeita.
Dia 25 de fevereiro de 2019 às 5:00am.
Maya acordou com o barulho do secador. Encarou a porta do banheiro e viu uma Carly de robe branco, depois pousou seus olhos no relógio.
— Você viu a hora?
— Você viu a minha pele?
— Eu preciso dormir mais!
— E eu preciso arrumar isso.
O despertador tocou depois de uma hora, Maya levantou ranzinza e com fome. Queria mais cinco minutos, alguns míseros minutos. Foi em direção ao banheiro e tratou de tirar a preguiça matinal e encontrou uma Carly Thompson na cozinha, na melhor aparência.
— Sei que você odeia que acordem você, por isso eu preparei o seu café com gosto de morte.
Maya riu.
— Obrigada.
As duas tomaram café juntas por um tempo até que Maya subiu para trocar de roupa.
— Bom dia Kinsley — soou uma voz calma e orgulhosa do outro lado do cômodo quando ela entrou.
Maya gritou, mais de surpresa do que de medo eu acho. Depois de alguns minutos apenas o encarou sem expressão alguma.
— O que faz aqui? — questionou a jovem cruzando os braços.
Antes que ele pudesse responder, a jovem loira chegou empunhando uma frigideira.
— Porque você gritou? Oh! Você deve ser o Jonathan, eu vou...
— Guardar essa frigideira, Rapunzel. — advertiu a ruiva
— Isso isso — disse a outra, antes de fechar a porta.
— Jonathan é? — questionou o bruxo a encarando. — Decepcionante, pensei que tínhamos uma ligação.
— Porque você desapareceu? — ela o interrompeu, caminhando até o guarda-roupa.
— Estava ocupado. Pesquisando algumas coisas...
— Por uma semana inteira? — gesticulou, segurando algumas peças de roupa. O tão temido uniforme escolar.
— Pelos meus cálculos, foram apenas quatro dias, três se não contarmos com hoje. — respondeu ele enquanto vislumbrava a mortal caminhar lentamente até o banheiro. Maya fechou a porta. — Eu diria que você deve estar com saudades, mas deve ter passado esses dias em companhia mais agradável, não é? Com o Jonathan!
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A Espada de Lilith (Livro 1)
FantasyOs olhos da fera a encararam com curiosidade. Ela dormia envolta por cobertores leves, parecia ter um gosto tão bom, ele quase podia sentir o gosto do sangue dela escorrendo pelo chão, manchando as paredes de escuro. O que sentiria ao cortar sua pel...