A residência

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10 de abril de 2019, na residência Craw'ley/Kins'ford (?).

A casa era mesmo magnífica. Era uma casa rústica no meio da floresta que ficava a quilômetros de distância. Por um tempo, a garota apenas a encarou. Uma parede de folhas ocultava metade da fachada, e as árvores que rodeavam o lugar quase a escondiam. O segundo andar era a única coisa que aparecia de longe, com a madeira escura e o telhado alaranjado.

— Está esperando o quê? Pode abrir.

Maya encarou-o. Após terminar a reunião, Peter disse ter uma surpresa mundana para ela. E agora, ali estavam eles. Na frente de uma cabana.

— Não sei se deveria.

Ele entregou-lhe a chave e entrelaçou seus dedos aos dela. Maya caminhou até a varanda, uma luz fraca iluminava o ambiente. O parapeito de pedra e as vigas de madeira fizeram seu coração se aquecer. Ela achou fofo, sempre quis morar numa cabana quente e aconchegante. Empurrou a porta e vislumbrou um corredor amplo e claro. Ao fim dele, ela conseguia ver uma adega de bebidas; um sofá vermelho, e um tapete felpudo. Sorriu, antes de abrir duas portas, uma à direita — o banheiro e outra à esquerda. O cômodo se mostrou como um quarto, com a cama aconchegante em seus lençóis amarelos. Uma poltrona descansava em um canto junto a um abajur.

— Vamos continuar. — advertiu o garoto atrás dela.

Peter tirou seus casacos e os posicionou nos ganchos do pequeno armário. A sala e a cozinha ficavam nos fundos da casa, ela conseguia ver muito bem ambos os cômodos agora. Estavam parados perto de uma ilha de pedra branca e preta, com lugar para sete indivíduos. A cozinha que ficava desenhada à esquerda era completamente magnífica: os armários de um bordô deslumbrante se misturavam ao preto da mesa e a adega na parede, e traziam um ar de modernidade à pequena casinha. Logo perto da ilha, se encontrava um sofá vermelho em L.

A sua frente se projetava diante dos olhos dela uma lareira em pedra. A casa era perfeita. Perto das janelas ficava o sofá, a sua frente, uma lareira de tijolos à vista. O tapete combinava tanto com a sala como com a cozinha. Na mesma parede das janelas, existia uma grande estrutura espelhada, exibindo garrafas e mais garrafas — tanto de whisky, como de outras bebidas.

E abaixo da escadaria inúmeros livros se amontoavam debruçados uns nos outros. Maya amou o piso de madeira, andar deslizando com as meias naquele piso foi a única coisa que passou pela sua cabeça.

— Porque está me mostrando tudo isso Peter? — perguntou ela.

— Bem vinda a minha casa, my lady — ele esboçou um sorriso — Vem, vou te mostrar o segundo piso.

Maya encarou-o. Eles passaram por uma poltrona avermelhada e um puf, e subiram as longas escadas. O parapeito de madeira rodava o ambiente todo do quarto em L, e lá de cima, ela podia ver a grande sala e seu sofá magnífico.

No piso de cima, havia dois cômodos. Ela vislumbrou uma mesa branca encarando-a primeiramente e logo após, na parede ao fundo, um piano de cauda cor de vinho. Não pode deixar de pensar em Beethoven quando pousou seus dedos pelas teclas. Embora o som saísse péssimo. No centro dao segundo cômodo, ela agora via uma cama a encarando com desdém. Tinha a tonalidade amarronzada, com cobertas avermelhadas; e a cada lado, descansava um bidê; com um copo de uísque solitário à esquerda.

— Precisa de uma foto — ela apontou. — Está meio vazio. — ele riu, talvez colocasse uma foto algum dia.

— Como conseguiu essa casa?

— Comprei ela em um leilão, contratei uma design e fiz umas mudanças, quebrando umas paredes aqui, pintando outras ali, e depois arrumei de um jeitinho mundano.

A Espada de Lilith (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora