O vilarejo

14 2 0
                                    

Depois de uma segunda oração de agradecimento, os copos se encheram de uma bebida que não era alcoólica, mas era maravilhosa. Uma bebida feita pelos deuses, destacou Elliot, antes de emendar que com toda a certeza, era Dionísio. Os habitantes do vilarejo riram, tinham seus próprios deuses para venerar, mas era bom conhecer outra cultura; conhecer outras pessoas.

— Que tal agora? — Maya perguntou para a druida. Olhos brilhantes acenaram com a cabeça. E depois do jantar, a jovem encerrou o feitiço e desligou todas as velas com um vento forte. Foi maravilhoso ver as estrelas brilharem no meio daquela floresta imensa. Maya sentou em um morro e entrelaçou seus dedos ao de Peter.

— Não sei o que quis dizer hoje mais cedo — o anjo ruivo sentou ao lado da primeira mulher. — Mas, não quero que finja. Eu fui idiota em pedir isso a você.

A mulher olhou no fundo dos olhos de Jonathan.

— Eu só queria um sinal de que isso, seja lá o que seja isso, é real, seja mesmo para acontecer. — destacou ela, lembrando da enorme pintura da cabana. Um sol e uma lua.

— Uma estrela-cadente! — exclamou a pequena druida — Uau, são muitas!

O olhar de todos contemplou o céu inteiro.

— Suponho que esse é o seu sinal. — destacou o arcanjo antes de sorrir. Lilith olhou para o céu. Seria mesmo um sinal, ou apenas um golpe de sorte?

Do outro lado, Peter se aproximou do ouvido de Maya.

— My lady, me daria a honra de fugir comigo para algum outro lugar. Para comemorarmos.

— E o que iríamos comemorar, senhor anjo? — a escolhida o encarou, sorrindo.

— Hum... Que tal o meu aniversário?

— Não é seu aniversário Peter.

— Poderia ser. Dia 5

A menina riu, antes de beijá-lo.

— Hoje é dia 8 Peter.

— Exato. Foi o que eu disse, dia 8... Desse mês. Em que mês estamos?

Maya não respondeu à pergunta do demônio. Se despediu de Elliot e disse que precisava descansar. Peter a seguiu.

— Então é seu aniversário — a menina continuou enquanto eles caminhavam pela floresta de volta para a cabana.

— Pode ser — Peter deixou escapar colocando a mão na maçaneta.

Maya deixou sua blusa escorregar pelos ombros e a jogou no sofá. Tirou os sapatos e subiu as escadas a caminho do quarto aconchegante.

— Que tal um café quente?

— Seria ótimo — revelou ela se jogando no chão. Era tão quentinho. A menina olhou para o céu. — Seria tão bom ver as estrelas daqui.

— Feitiço de ilusão — lembrou uma parte dela mesma.

Maya achou estranho o desaparecimento de Magnum assim de repente. Qual foi a última vez que viu ele, ou foi interrompida por ele, nem ao menos lembrava. Isso era ótimo, mas dentro do seu peito ela sentia que algo estava errado, deixou para pensar naquilo, no dia seguinte. Elliot também iria precisar de ajuda.

— Okay... Feitiço de ilusão então. Ah! Vamos ver. Que tal... Gurtwelerych — disparou ela com a mão direita para o céu.

Seu coração se aqueceu quando ela viu aos poucos o teto ficar transparente e mostrar as estrelas cadentes. Peter subiu as escadas lentamente e se aproximou dela.

— Fez um bom trabalho.

— Já imaginou que estaria aqui com uma mundana comum como eu?

— Você não é uma mundana comum...

A Espada de Lilith (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora