A Espada de Lilith (Livro 1)

A família

— Pode me manter aqui o quanto quiser, eu sei que fiz a coisa certa. Ela não teve culpa, foi enganada por uma pessoa que deveria protegê-la. Não importa quanto tempo passe; eu não vou mudar minha resposta. —quando o Arcanjo soltou aquelas palavras o cenário voltou a mudar e ele se viu numa batalha sangrenta. Satanás e seus anjos matavam seus irmãos sem piedade.

— Uriel — chamou um arcanjo — Uriel! Precisamos derrotá-lo, não vou conseguir sem você.

— Onde está Gabriel?

— Está em algum lugar, Lúcifer criou uma legião inteira de demônios e eles estão acabando com tudo. Preciso de você, como nos velhos tempos irmão.

— O que aconteceu com o anticristo?

— Cristo o matou.

— E a mortal?

— Uriel. Não temos tempo

— Uriel! — gritou um ser demoníaco do outro lado do mundo. Imediatamente começou a voar numa velocidade exorbitante. Tinha os olhos como brasas da mais pura ira.

— Tome cuidado irmão. Eu cuidarei de Lúcifer.

Antes que o anjo caído inimigo do regente do sol o atacasse, a sua ilusão mudou. Ele viu o rosto da mortal. Seus olhos fechados para sempre.

— Ela vai sobreviver. — disparou ele. — Ela vai, Maya, volte! — de repente seus olhos vagaram pela floresta a procura de um ser que nunca a deixaria. — Onde ele está? Onde está Abaddon!

— Você o matou. — revelou um anjo ao seu lado, colocando a mão em seu ombro. — Fez o certo.

— Não! Não fiz. Como eu... Por que...?

— Ele iria devastar um país, talvez muito mais que isso, você não poderia deixar.

— Não. Isso é errado.

— Você fez o certo, meu filho — destacou uma voz vinda de toda parte.

— O fim mudaria se eu tivesse entregado Lilith a Anael?

— Tudo que aconteceu e acontecerá, está escrito. Não podes mudar.

— Se eu morrer agora, vou alterar algo — disse ele colocando a lâmina no peito. — Não foi certo, e eu nunca faria isso. Você me ensinou a amar, nunca matar. A acolher, nunca destruir. Porque agora somos soldados em uma batalha sem fim? Somos seres de luz ou não? Somos seus filhos? Eu não sei mais... Porque quer que seus filhos se matem? Luxfer'el é seu preferido! Mikha'el seu protegido... Porque eles têm que batalhar até sobreviver apenas um? Eu não entendo isso pai

— Você nunca mataria Muriel, não é?

— Eu nunca mataria ninguém, fui criado para ser a chama de Deus, não o inferno; não um destruidor, nem mesmo um assassino. Prefiro morrer do que ver um dos meus irmãos perecer por minha espada.

Jonathan deixou a última lágrima cair antes de colocar a espada novamente no peito. E antes que pudesse fincá-la fundo em sua esfera de luz, ele voltou. Seus olhos examinaram a caverna.

— Acha mesmo que não vai matar ninguém? — perguntou um velho homem, de cabelos brancos, e barba enorme. Tinha um cajado e manto verde. E seus olhos eram brancos como bolas de luz.

— Eu vou tentar.

— Nunca matou ninguém?

— O sol sabe queimar, mas acima de tudo, ele aquece. Eu nunca queimei ninguém, nem nunca pretendo fazer isso. Eu mato demônios; mas nunca serei capaz de matar um decaído.

— Eles viraram demônios.

— Eles nunca deixaram de ser seres de luz. E independente de tudo, são meus irmãos. Acaso mataria um dos seus irmãos? Mesmo ele tendo mal genio?