pegar ou largar

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Dessa vez a atualização veio bem no começo do dia, rs.

Boa leitura!

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Era uma manhã atípica em São Paulo, já que o Sol despontava em todo seu esplendor a leste e as nuvens quase não marcavam presença no céu incrivelmente azul que cobria a capital. Um dia lindo para pedalar no Ibirapuera ou caminhar na Paulista, porém tudo que Marcela conseguiu fazer ao abrir os olhos foi xingar mentalmente o astro rei. A luz do mesmo transpassava a cortina, indo diretamente na direção dos olhos da veterinária. Sua cabeça doía e a claridade indesejada não ajudava em nada.

Marcela se senta em sua cama e suas costas estralam por inteiro. Ela não se recordava como havia ido parar ali já que sua última lembrança era dela fugindo da advogada se trocando, porém aquela era sua última preocupação no momento se fosse ser bem honesta. Se questionou como conseguiu se cobrir, se nem ao menos havia tido a capacidade de tirar a colcha da cama.

Foi até a sala e verificou que a advogada ainda dormia, embora metade de seu corpo estivesse descoberto – como a mesma afirmou que eventualmente ficaria na noite anterior. Seguiu até a cozinha a fim de pegar um remédio para se livrar da dor de cabeça e assim o fez, aproveitando a viagem e já passando um pouco de café bem forte. Não era sua bebida matinal preferida, mas sabia que era a melhor opção em dadas circunstâncias.

Estava tomando sua xícara do líquido amargo quando viu a figura da advogada na porta. Os olhos da morena estavam inchados pelo sono e a cara estava levemente amassada, mas a veterinária sabia que suas próprias olheiras e seu cabelo não a deixavam muito para trás no quesito look manhã pós bebedeira.

— Bom dia. — Disse a loira enquanto soprava o conteúdo de sua xícara.

— Bom dia. — Gizelly responde com um leve sorriso.

— Quer um pouco de café? Acabei de fazer.

— Eu vou estar aceitando. — Disse a outra mulher adentrando o cômodo.

Marcela não pode deixar de reparar o quão bem a advogada vestiu sua camisola. Tentava não focar no corpo da outra mulher, mas seus olhos não paravam de a trair um segundo sequer. Gizelly reparou a secada indiscreta, mas optou por não fazer caso e botar o descaso na conta do sono. Pegou o café quente e o tomou de uma vez, sabia que postergar só faria o amargo se alastrar mais e mais por seu paladar – e se tem uma coisa que a advogada não gosta é de café sem açúcar.

— Como está suas costas? — A advogada pergunta colocando a xícara que usou na pia e se apoiando no mármore gelado da mesma.

— Hum... bem? — Marcela diz confusa.

— Você dormiu toda desajeitada, não sei como não tá toda quebrada hoje.

— Eu dormi... Como você sabe?

— Fui no quarto agradecer pela noite. — A advogada diz corando e desviando o olhar. — Você já estava dormindo.

Então foi você que me cobriu. A loira não pode conter um pequeno sorriso de surgir em seus lábios. Gizelly sai da cozinha e Marcela vai colocar sua xícara na pia, já aproveitando e a lavando. Quando volta para a sala, Gizelly já está vestindo suas próprias roupas e o sofá está arrumado, com tudo devidamente dobrado, como se nem tivesse sido usado.

— Acho que deu minha hora. — A advogada fala pegando sua bolsa e a colocando em seu ombro.

— De nada.

— De nada o que, Marcela?

— Pela noite. — Marcela sorri, usando o truque da advogada de retomar um assunto passado sem aviso prévio e a morena vira os olhos sorrindo.

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