tão namorando?

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Oi gente!

Então tenho duas coisas pra falar pra vocês. A primeira é sobre não ter postado sexta. Bom, na sexta eu só tinha conseguido escrever um capítulo muito curtinho, então preferi deixar pra postar um capítulo comprido hoje (espero que a espera valha a pena pra vocês).

A segunda é que já estamos chegando na reta final da fanfic, e meu coração dói só em escrever isso. Tem sido tudo muito maravilhoso e eu queria agradecer a vocês por cada comentário e cada curtida, vocês são incríveis, sério!

Sem mais enrolação, boa leitura!

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As pessoas costumam dizer que o ano só começa depois do carnaval, e até São Paulo que é conhecida como a cidade que nunca para poderia confirmar tal afirmação. Com a chegada da quarta feira de cinzas a cidade volta a sua rotina, sem mais desfiles ou blocos. As cores esmaecem e o clima de correria já não é mais motivado pelo tempo limite para se atravessar a avenida, e sim pelos prazos de entrega de trabalhos. O samba dá lugar a sinfonia de buzinas do trânsito, numa metamorfose dolorida.

O período pós festividades de fim/começo de ano era inevitável, e junto com ele sempre vinha certa melancolia. Marcela costumava ficar baixo astral na primeira semana de volta ao trabalho, sempre se prendendo as boas lembranças do carnaval, ano novo e afins, e esse ano estava pior porque voltar a rotina corrida significava ficar longe da advogada. Num primeiro momento ela achou que seria bom fazer um detox de Gizelly, mas assim que acordou e não sentiu o corpo da outra mulher ao lado do seu sua opinião mudou. 

Como nunca havia vivido uma ligação desse jeito com alguém antes ela não tinha parâmetros, então não fazia a mínima ideia se era normal sentir tanta falta assim da capixaba. Já havia namorado, obviamente, mas nunca havia estado propriamente apaixonada pela outra pessoa. Estava com medo de estar se tornando dependente demais da outra mulher. Sempre havia sido muito destemida também, mas a relação com a advogada havia mudado isso nela também. O medo agora era um companheiro de viagem, se infiltrando em qualquer brecha que sua insegurança e inexperiência com relacionamentos amorosos deixavam.

Havia contratado sua secretária, finalmente. Milena era jovem e estava cursando a faculdade de veterinária, o salário da clínica ela usaria para bancar os próprios estudos. Marcela decidiu que ela era a escolha perfeita quando viu que a mulher amava os animais tanto quanto ela, além de saber que estaria a "ajudando" a concluir a faculdade pela qual ela mesma também era apaixonada. Em fato, a loira estava em busca de seu mestrado, então a história de Milena havia a tocado num lugar mais pessoal do que profissional.

A veterinária estava fazendo aplicações para faculdades, tanto no exterior quanto no Brasil, há alguns anos. Ela até conseguia passar em algumas, porém os momentos em que ela era chamada nunca eram propícios. A mulher até havia feito alguns vestibulares e mandado aplicações para algumas universidades naquele ano, mas se fosse ser bem franca já havia perdido as esperanças de conseguir cursar.

A primeira semana na clínica havia sido de correria, porém com menos trabalho para a veterinária do que nos últimos meses. Ter uma secretária realmente fazia a diferença. No escritório de Gi as coisas também estavam a todo vapor, os casos chegavam aos montes e a advogada tinha que tomar cuidado pra não se afogar em meio aos papéis de sua mesa. Ela tinha um péssimo hábito de focar muito no trabalho e esquecer-se do resto de sua vida e sua sorte foi ter amigos que vivem a puxando de volta pra realidade.

Todos os dias naquela semana pós carnaval quando ela chegava em casa Ivy a ligava, perguntando das novidades e a atualizando das coisas em Vitória. A mineira sabia como a capixaba era e esse era um bom jeito de faze-la manter a cabeça no lugar.

see you againOnde histórias criam vida. Descubra agora