sem gracinhas

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Eu tô até meio zonza com a quantidade de mimo nessa última semana, sério, tô mais boiolinha que a doutora Gucci (se isso for possível). Como é bom ser Gicela!

Sem mais delongas, boa leitura!

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O segundo dia de folia havia sido mais tranquilo que o primeiro para as duas mulheres. Como viraram a noite, e consequentemente dormiram menos, decidiram maneirar na bebida. Também foram em um bloco diferente, um menos frenético que o do dia anterior. Marcela sabia que elas iriam exagerar no primeiro dia, e isso somado a uma má noite de sono deixaria as duas acabadas, então escolheu um bloco mais ameno propositalmente.

As fantasias que elas estavam usando eram diferentes também. Marcela permaneceu no tema de seres mitológicos e optou por ir de unicórnio, já Gizelly trocou a fantasia de gatinho do dia anterior por uma de diabinha. A loira achou a fantasia escolhida pela capixaba muito condizente com seu comportamento nos últimos dias, porém não ousou verbalizar tais pensamentos.

Elas chegam em casa mais ou menos no mesmo horário que no dia anterior, por volta das seis da tarde. Começam a tirar os acessórios assim que atravessam a porta. Gizelly pega a toalha que estava sobre a poltrona - pois a mesma havia separado antes - e corre até o banheiro, fechando a porta. Marcela pega seus acessórios, a fim de levá-los até seu quarto, porém é interrompida pela advogada.

— Toma banho comigo? — A mulher pergunta de dentro do banheiro, somente com metade do corpo pra fora. — Hoje a desculpa do estar bêbada não cola.

Marcela pensa no convite, ponderando se aceitaria ou não.

— Tomo, mas sob duas condições. — A loira diz e Gizelly revira os olhos. — Nada das suas gracinhas e só se for lá na suite, o banheiro de cá é muito pequeno.

A advogada abre um sorriso e sai do banheiro em que estava, enrolada na toalha, indo em direção ao quarto da veterinária. A mulher puxa Marcela pelo braço assim que passa por ela. A veterinária quase não consegue colocar suas tralhas sobre a cama por estar sendo literalmente arrastada por Gizelly.

A capixaba é a primeira a entrar na suíte, com a loira logo atrás dela. Quando as duas já estão la dentro, Ma tranca a porta e se vira para a morena em sua frente, sem saber o que fazer em seguida. Gizelly deixa sua toalha cair no chão fazendo Marcela perder o fôlego e entra no box, deixando a veterinária para trás. O chuveiro é ligado e Marcela decide esperar até o vapor de água embaçar um pouco o vidro antes de entrar. Se só de olhar para o corpo da advogada ela já havia ficado sem ar, imagina tendo que ficar próxima a mulher completamente nua?

— Você não vem? — A advogada pergunta e a voz sai abafada por conta do barulho da água.

— Já vou.

Marcela respira fundo e retira a própria roupa, entrando no box em seguida e se esforçando para manter o olhar na direção do colo de Gizelly pra cima. Gi, no entanto, não tem tanta discrição e analisa a loira da cabeça aos pés. Ma estava estática, tanto por vergonha de seu próprio corpo quanto por medo de fazer alguma besteira.

— Eu não vou te morder não. — A advogada fala rindo. Pois com esse olhar você parece prestes a me atacar a qualquer minuto, pensa a veterinária.

O vapor de água deixava o box meio nublado, mas a figura de ambos os corpos era completamente visível. Marcela se sentia sufocada ao estar tão próxima da advogada e não poder fazer nada pois ela mesma havia colocado aquela condição, mas não admitiria isso para a morena. Não daria o braço a torcer tão fácil.

Gi começa a ensaboar o próprio, de costas para a loira. Marcela decide ensaboar o próprio cabelo, já que tinha esquecido de pegar um segundo sabonete corporal e teria que esperar a morena terminar de usar o único que tinha ali.

— Ensaboa minhas costas? — Gizelly pergunta, jogando o cabelo pro lado e oferecendo o sabonete para a loira atrás de si.

A veterinária pega o objeto de sua mão e começa a fazer o que foi pedido pela capixaba. Ela passa o sabonete em suas costas em movimentos circulares, massageando a região, e Gizelly fecha os olhos aproveitando o momento. Quando termina, Marcela coloca o sabonete na saboneteira e faz questão de enxaguar as costas da advogada, sem parar a massagem.

Sem pensar muito, a loira finaliza o carinho deixando um beijo na dobra do pescoço da advogada.

— E a parte do "sem gracinhas"? — Gizelly pergunta, sentindo seu corpo todo se arrepiar.

— Eu disse nada das suas gracinhas. — A loira diz beijando o pescoço da advogada novamente, um pouco mais pra cima dessa vez. — Não me incluí.

Gizelly se vira novamente para Marcela e seus olhares se chocam. A tensão presente ali era tão concreta que poderia ser cortada por uma faca.

Sem mais delongas, Gizelly puxa o pescoço da veterinária e junta seus lábios num beijo quente. Marcela prontamente coloca suas mãos sobre a cintura da advogada, fazendo uma leve pressão sobre a pele desnuda. Sem rédeas dessa vez, a veterinária deixa suas mãos passearem por toda a lateral do corpo da advogada. Gi não ficava muito atrás, já que suas unhas arranhavam da nuca de Marcela até o fim de suas costas.

Quando o ar fica rarefeito, Gizelly entrelaça seus dedos nos cabelos loiros e puxa a cabeça da veterinária para trás, prendendo o lábio inferior da mulher entre seus dentes, fazendo Marcela arfar. Em vingança, a loira empurra a capixaba contra o vidro do box, prensando seu corpo contra a superfície gelada. Gizelly resmunga por conta da diferença de temperatura, mas o resmungo se torna um gemido contido assim que a loira beija seu pescoço e posiciona a coxa direita entre suas pernas.

As duas estavam pegando fogo, e nem a água do chuveiro conseguiria contê-las. Gizelly puxa o queixo de Marcela e beija seus lábios novamente, se esforçando para conter gemidos quando a loira começa a roçar a coxa em seu ponto de pulso. Não era um contato muito incisivo, mas Gizelly estava tão acesa que qualquer tipo de atrito a deixava energizada.

Marcela é a responsável por separar seus lábios dessa vez, e assim que o faz aproxima sua boca do ouvido da capixaba.

— Isso é pra aprender a não me provocar. — A loira diz num sussurro, mordendo o lóbulo da orelha da advogada em seguida.

— Marcela... — A morena diz num gemido.

A loira então se afasta da capixaba e sai do box, se enrolando na toalha em seguida. Marcela sai do banheiro sem mais nem menos, deixando a Gi com um grande ponto de interrogação na cabeça, além de um tesão que não passaria sozinho. A morena bufa, irritada, e decide resolver seu "problema" sozinha já que a veterinária havia a deixado plantada no meio do chuveiro.

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