Ia soltar só amanhã, mas pra que esperar se já tá pronto, não é mesmo?
Boa leitura!
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Gizelly já havia feito inúmeras coisas em sua vida, itens de sua lista "do que fazer antes de morrer". Não que ela tivesse uma dessas literalmente, mas todos nós temos um conjunto de atividades que desejamos tentar ao menos uma vez na vida, não temos? Saltar de paraquedas, aparecer em uma produção audiovisual, escrever um livro, acampar, essas são algumas das atividades não convencionais mais comumente encontradas nas listas das pessoas. Gizelly mesmo já havia realizado duas das atividades previamente citadas, por exemplo, embora não planeje publicar o livro que escreveu e quase tenha morrido ao saltar de paraquedas. Porém, uma coisa de sua lista que ela estaria realizando pela primeira vez era viajar para fora do país.
Durante os dois anos em que Marcela cursou o mestrado a advogada havia focado em elevar sua carreira ao próximo nível, portanto não tirou os pés de São Paulo. Bom, ela fez algumas viagens para Vitória, mas eram visitas de curto período de tempo. O esforço havia valido a pena, já que agora a capixaba era sócia minoritária do escritório em que trabalhava. Conseguir tal posto em poucos anos havia sido uma conquista extraordinária para Gizelly e ela não poderia estar mais orgulhosa de si mesma. Ela estava um passo mais próxima de abrir seu próprio escritório e não poderia estar mais satisfeita.
Focar no trabalho era um jeito de sentir menos falta de Marcela, embora ela tenha demorado pra se admitir aquilo. Querendo ou não, ela tinha saudades de sua esposa. Estavam sempre se falando por FaceTime e etc, porém só quem ama sabe o quanto a ausência do toque machuca. Quando a falta apertava demais, e o recesso estava fora da linha de visão, a loira voava para o Brasil e elas passavam o fim de semana juntas. Era sempre muito corrido, mas era um jeito de matar a saudade, e com o tempo os encontros improvisados se tornaram motivo de ansiedade para as duas mulheres.
E após dois anos levando o relacionamento daquele jeito a advogada estava – finalmente – voando para Davis. Aquela era a última passagem que ambas comprariam pra Califórnia, e esse fato deixava as mulheres eufóricas. Marcela havia concluído o mestrado, ou seja, voltaria pro Brasil junto com a capixaba com o objetivo de nunca mais deixá-lo. Pelo menos não por tanto tempo assim.
Enquanto observava a vista do topo das nuvens pela diminuta janela da aeronave, Gizelly relembrava todo o percurso que ela e a loira tiveram de percorrer para chegar até aquele ponto. Toda a dor, alegria, lágrimas, risadas, tudo que havia as levado até onde estavam na situação atual. O rolo, o quase namoro, o casamento, tudo passava como um filme na cabeça da advogada, a fazendo abrir um sorriso bobo. A história delas era linda, ela sabia disso, ainda mais por ser composta de mais de uma vida. O amor delas havia sobrevivido a duas encarnações e ela estava plenamente ciente de que ele continuaria vivo pra sempre, seja eficientemente ou na memória.
A advogada sabia exatamente quando aquele amor havia atingido seu apogeu, e foi no dia de seu casamento. A morena nunca esqueceria de quão linda Marcela estava, com um vestido branco de silhueta semi sereia e uma cauda que se arrastava pela areia da praia. O cabelo da loira estava solto, com ondas que caiam perfeitamente sobre seus ombros, ela utilizava uma coroa de flores brancas e tinha um brilho no olhar que nem as estrelas seriam capazes de igualar. Não que a capixaba estivesse atrás, com seu vestido evasê ombro a ombro e seu arranjo de flores também brancas. Elas haviam escolhido se casar na praia por diversos motivos, um deles por causa de sua "aliança". A concha tornou-se um símbolo muito importante na vida das duas, e casar-se na praia pareceu mais do que apropriado.
Os votos da loira foram tão lindos que fizeram a capixaba quase morrer de tanto chorar, e vice versa. Quando o celebrante anunciou que elas poderiam se beijar foi uma euforia total, tanto delas quanto de seus amigos e família. Manoela e Mariana chega choraram de emoção ao verem que haviam sido certeiras com suas flechas de cupido – e bom, acabaram se fechando também já que a baiana pediu a publicitária em namoro oficialmente na festa do casamento.
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see you again
Hayran KurguHá quem diga que nós viemos a esse mundo com um propósito, seja ele social, próprio, ou até mesmo amoroso. Mas o que acontece se você não conseguir atingir seu objetivo? Será que temos uma segunda chance? Gizelly Bicalho já viveu uma vez, porém sent...