A patricinha do Vidigal

30.

Termino de tomar a água e deixo o copo na pia.

Saio da cozinha apagando a luz e vou em direção do quarto.

Na metade do caminho trombo com alguma coisa e apesar do escuro consigo saber que é o Pedro.

Pedro: sem sono? - pergunta e consigo sentir o seu hálito quente contra minha pele, por ainda estarmos próximos, o que me faz arrepiar.

Eu: é, a-aham - falo gaguejando - boa noite - falo saindo de perto dele

Pedro: Babi, aquilo foi um erro pra você? - pergunta me fazendo parar de andar

Eu: não - falo de uma vez.

Não consigo mentir pra ele.

Pedro: se eu fizesse de novo, você ficaria brava comigo? - fala enquanto anda devagar até mim.

E conforme ele vai andando eu vou me afastando de costas, até sentir a parede gelada atrás de mim.

Eu: eu não... - começo mas paro por não saber o que falar.

O mesmo leva sua mão ao meu rosto me fazendo olha-lo, o que consegui pela pouca luz que tinha naquela parte da sala.

Pedro: eu não paro de pensar em você... - sussurra enquanto desce sua mão até meu queixo me fazendo arrepiar por inteiro.

O mesmo aproxima nossos rostos e roça nossos narizes, deixando nossos lábios próximos.

Eu: isso é errado Peh - sussurro

Pedro: o errado é mais gostoso! - fala logo selando nossos lábios, e dessa vez eu não recuso.

Assim que o mesmo pede passagem com a língua eu concedo, levando minha mão a sua nuca, o puxando pra mais perto.

Pedro abraça minha cintura sorrindo entre o beijo e morde meu lábio, logo voltando a me beijar.

O beijo era calmo, e cada movimento me fazia sentir uma coisa estranha na barriga.

Intensifico o beijo e o mesmo anda comigo até o sofá, me deitando no mesmo e ficando por cima de mim.

Arranho sua nuca levemente e o mesmo passa sua mão por minha coxa subindo até a minha blusa, a levantando devagar enquanto passa seus dedos por minha barriga.

— Que merda ta acontecendo aqui?!

Jamaica Narrando

Nando: que merda ta acontecendo aqui? - pergunta acendendo as luzes fazendo com que a gente se separe na hora.

Eu: não é o que você ta pensando...

Nando: como assim não é o que eu to pensando?! vocês tavam se beijando mano! caralho vocês são irmãos! - fala confuso nos olhando.

Bárbara: cadu.. - fala baixinho o olhando.

Nando: nem vem Babi! que história é essa mano?!

Eu: eu curto ela falou?! eu curto a Bárbara. Pronto! - bufo irritado passando minhas mãos no rosto.

Nando: ela é tua irmã Jamaica!

Bárbara: por parte de mãe..

Nando: ah e agora isso não é mais incesto né?!

Eu: agora nao Nando, por favor cara - suspiro o olhando.

Nando: não tem essa cara, pensa um pouco! Imagina se fosse a dona Tereza. Ela ficaria boladona vei.

Bárbara: merda o que foi que eu fiz? - fala começando a chorar e eu faço menção de abraça-la mas o Nando me olha negando com a cabeça e se aproxima dela se sentando do seu lado no sofá, a abraçando.

Nando: vocês precisam esfriar a cabeça. Pensar um pouco no que rolou - fala me olhando.

Eu: o que tu veio fazer aqui?

Nando: vim ver se tu tava suave, os leks me disseram que tu saiu cedo do baile, ai estranhei e colei pra cá. - fala e eu assinto com a cabeça escutando.

Eu: pode pá. eu vou dar uma volta pra pensar um pouco- falo me levantando

Bárbara: não usa nada por favor Pedro - fala me olhando e eu a olho rapidamente logo desviando o olhar e saio de casa.

Desço o morro e vou até a garagem que eu e os manos guardamos nossos carros e entro no meu logo dando partida.

Dirijo até a orla e estaciono na primeira vaga que eu vejo.

Sei que é perigoso ficar no asfalto, mas tem horas que a gente não aguenta não.

Saio do carro e ando tranquilamente até o mar. Seguro meu chinelo começo a andar sem rumo, tentando refletir sobre o que aconteceu.

O foda é que pra mim não foi errado. Pra mim foi a coisa mais certa que eu já fiz.