Capítulo 22

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Gente. Vocês bateram as metas muito rápido. SCRR. Não consigo visualizar comentários, mas vai deixando que batendo a meta vou atualizando. Muhahaha

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Sentindo minha cabeça queimar, gemi baixo, escutando passos na minha esquerda, me pondo sentada o mais rápido que pude.

Estava num tipo de estalagem simples, das mais baratas que a Comissão costumava a pagar para os agentes executores pernoitarem. Com chão de madeira velho, cama que rangia, paredes descascando, fedor de mofo e com um basculante minúsculo que deveria ser uma janela.

Sentia que tinha dormido no chão de tão duro que era o colchão, aquilo era um inferno. Tinha quase me esquecido de como era desconfortável aquela vida de trabalhador fudido da Comissão. O que me leva a pensar que teria que dar uma boa limpeza em mim mesma, pois da última vez que estive num chiqueiro desses eu peguei pulgas e foi um inferno.

- O que deu em você para passear com agentes por aí? - Lila me repreende como se faz a uma criança.

Crescendo juntas, e fomos o único apoio que a outra tinha por algum tempo. Isso é, até que Lila tentou matar a Gestora por ter me ferido, com uns quatorze anos ela e uns onze de idade eu e depois disso nunca mais a vi. Só chegando de missões e saindo, sem poder se aproximar, caso contrário a Gestora me proibiria de andar pela base da comissão também. Me restringindo ao meu quarto.

Lembrando do que vi ao ir visitar número Cinco, me ponho a chorar, sendo acalmada por ela, que entendeu tudo errado.

- Está tudo bem. Apenas a apaguei e trouxe, porque precisava que você não virasse um inseto e fugisse por aí... Eu te procurei por esse ano inteiro! Estava muito preocupada, gatinha.- me consolando carinhosa, ela se põe a me avaliar.

Com seus cabelos escuros e curtos, traços que lembravam indianos e olhos grandes. Lila tinha até mesmo sotaque e era o que a Gestora tinha como uma filha, pois ao contrário de mim tinha poderes úteis. Duplicar qualquer poder por aí, uma habilidade muito boa.

- Precisamos agir rápido para que você suba na Comissão. A cada dia que passa a divisão deles está mais notória e as pessoas estão sempre lembrando de você, Coelhinha.. - contou agitada, parecendo feliz com o que dizia.

Nunca quis que me vissem como um tipo de símbolo de novos tempos, mas as pessoas na Comissão sempre gostaram bastante da ideia de alguém que vinha debaixo como eles assumir o posto da Gestora.

Especialmente alguém amigável que conhecia de longe os problemas que passavam, pois os benefícios só diminuíam para os operários e para os patrões melhoravam. O que era bom, se não fosse pelo fato de eu, a pessoa que eles queriam, não querer aquilo.

Queria uma família, uma vida normal e todo resto, não a porra de um cargo que sugaria vida de quem estava nele e a faria ser amarga e infeliz. Eu queria Cinco, mas obviamente ele não estava tão disposto a querer o mesmo que eu, iludida sonhava em ter. Eu que não quis ler os sinais que ele me dava. A culpa do coração partido era meu, número Cinco já havia sido bem claro quanto a só ligar para sua família.

- Eu não quero. Odeio a comissão. - conto a ela que acaricia meu cabelo.

- Eu sei, gatinha, mas só o período interino? Um ano e meio e você passa a bola a diante. Você pode voltar para o mesmo dia que partiu, se quiser! Por favor... Com seu treinamento, quem assumir pode ajudar e muito lá. Não tem muito o que perder, certo? Só um ano e meio. - Lila pedindo suave me faz olhá-la com olhos marejados.

Eu amo Cinco Hargreeve. Amo aquele velho ranzinza tanto que não consigo pensar em passar um segundo longe dele, sem brigar, incomodar ou até mesmo instigar ele a me beijar, tocar e transar do jeito carinhoso que ele sempre fazia.

- Ela não está morta Lila! Não posso só entrar lá e mandar ela sair da minha cadeira. - digo a minha conhecida que apenas meneia a cabeça sem ânimo.

- No baile você pode matá-la. Ponha a culpa em qualquer um e só espere sair seu nome. Ela não vive as turras com o lendário Cinco? Põe na conta dele! - sugeriu divertida, me fazendo lembrar do que vi mais cedo.

As mesmas mãos que me faziam carinho enquanto nos beijamos, o mesmo sorriso malicioso e satisfeito... Eram para ela também. E aquilo era horrível, doía mais do que conseguia aguentar.

- Eu odeio ele! - digo entre lágrimas recebendo um olhar confuso da minha conhecida.

Lila que não sabia que eu vinha tendo um caso com ele, concordou sem saber, me dando apoio sem entender nada do que acontecia ali. A melhor parte dela era justamente a de dar conforto a qualquer pessoa sob qualquer circunstâncias, não pedindo muitas explicações sobre, tampouco julgando.

Até mesmo me perguntando sobre meus dias, adorando tudo que eu contava, escondendo de maneira estratégica meu envolvimento com número Cinco dela, que provavelmente iria achar que eu pedi para ter meu coração partido, ainda que me consolasse por isso. Certamente se oferecendo para arrancar o coração dele se eu quisesse muito.

- Vamos conseguir fazer essa morte dela sair, nem que eu tenha que... - começando a falar, me olha assustada. - Merda! Nos acharam...

Antes que pudesse perguntar como ela sabia, noto que Lila parecia procurar um plano de fuga, até que um assobio me chamou a atenção.

Uma sonata que a Gestora amava se ouvia vindo de fora do quarto, onde eu apenas olhei para Lila e gesticulei para que ela partisse com sua maleta.

- Me espere na lanchonete onde eu trabalhava. Acha que consegue? - digo ao pegar as pistolas de Lila, que me jogou cartuchos, todos numa bolsa de lado, da cor preta que ela vivia usando.

Cinco quebrou meu coração. Faria o mesmo ao dele e de brinde livraria a Comissão daquele tumor maligno que era aquela mulher, penso distravando a arma.

- Gatinha. Boa sorte. Eu realmente não te ajudo porque... É pessoal não é? - perguntou curiosa, me entregando sua espada, semelhante a minha.

- Desligue as luzes ao sair e feche a porta. - digo a ela que concorda sutilmente.

Na época escolhemos juntas nossas armas para o treinamento sempre ser o mesmo e nos ajudarmos mutuamente. Uma lembrança qieme faz sorrir e provavelmente a assustou, uma vez que Lila deu dois passos para trás e desapareceu com sua maleta em mãos.

- Peguei você. - a Gestora disse acompanhada de quatro agentes que me apontavam armas.

Entrando no quarto receosos, ao me ver sorrindo como uma psicopata.

- Não estou presa aqui com vocês. - digo respirando fundo antes das luzes se apagarem. - Vocês é que estão presos aqui comigo... E que o jogo comece.

Com isso me ponho a sair da mira deles, usando minha habilidade de mudar, mudando apenas meus olhos para que pudesse ver no escuro. Fazendo naquele lugar mofado um banho de sangue.

Um cujo eu consegui sem pressa me chegar até a Gestora, levando minha espada ao pescoço dela. Fazendo um corte que a fez se afogar no próprio sangue.

Coisa que eu assisti calmamente, esperando que ela estivesse sem forças para relutar, enfim me pondo a sentar sobre ela, pegando a menor faca que achei nos outros que matei, para arancar a cabeça dela, tomando todo cuidado para mantê-la viva o máximo que pudesse.

Ele quebrou meu coração e a Gestora destruiu minha vida por anos. Seria um final perfeito, penso ao pegar a cabeça e colocá-la numa bolsa qualquer que eu tinha levado comigo.

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