Feeling Bad By Being Fat

Escuro

-Agora é assim? Você vai me puxado assim pra dentro da sua casa e nem me pergunta nada?- Lance diz em tom brincalhão, cruzando os braços- E se eu não quiser dormir aqui hoje?

-Talvez eu te obrigue a ficar- tranco a porta atrás de mim- E quem falou qualquer coisa sobre dormir?

Apago a luz e respiro fundo.
Com apenas o silêncio e o escuro preenchendo o quarto, caminho até meu namorado e o beijo.

Eu não quero fazer isso, admito em pensamento, consciente do que estou fazendo e de porquê o estou fazendo. Estou usando ele, apenas para me torturar, sinto como se a pele queimasse onde as mãos dele tocam.

Ainda assim, empurro Lance até minha cama, e sento em seu colo, sem parar os beijos. Ele tenta me afastar por um segundo, chamando meu nome, mas eu volto a o beijar segurando seu rosto com minhas duas mãos.

Eu não deveria fazer isso.
Se fosse pra seguir minha consciência eu não o faria. Eu sou desprezível, como eu poderia considerar ter meu corpo nu na frente dele? Como posso levar ele para uma parte tão obscura da minha mente.

Eu me odeio.
Me odeio ainda mais a cada centímetro em que ficamos mais próximos, enquanto afasto minhas mãos do seu rosto o puxando pelo pescoço.

E quanto mais me odeio mais quero me torturar, entrando nesse ciclo vicioso. Ódio, beijo, mais ódio, mais beijo.

-Keith!- ele me para, me olhando com preocupação e eu sinto como se já estivesse nu, exposto e humilhado- A gente tem que...

-Brigar de novo? - sugiro, tentando soar desinteressando, sem sair da posição na qual me encontro.

-Conversar! Por que a gente não pode conversar, debater, resolver as coisas diplomaticamente como adultos?

-Eu não sou adulto, eu sou um adolescentes inconsequente com uma banda de garagem, se você quer namorar um adulto você está com o Shirogane errado.

-Eu to falando sério.- ele suspira, as mãos ainda na minha cintura, agarradas ao tecido da minha blusa.

-A gente sempre brigou.- reviro os olhos- Nós somos completamente opostos, óbvio que a gente só discorda, sempre foi assim e você não reclamava antes.

-Antes a gente não estava namorando!- ele exclama como se estivesse segurando isso por dias, o cômodo ficando em um silencio frio durante longos segundos, como se precisássemos recuperar o fôlego- Eu fui sincero em tudo que eu disse, e eu entendo que você não consegue ver o quanto você significa pra mim, mas as coisas não mudaram nada entre nós dois então é óbvio que eu me sinto inseguro.

-Mas...

-Toda vez que a gente se encontra a gente briga, sou sempre eu que estou vindo e indo atrás de você, e no fim do dia você sempre me afasta... Você ainda me trata como se eu fosse só seu... amigo? Como se eu fosse só qualquer coisa que eu era antes.

-Eu queria estar fazendo coisas bem pouco amigáveis com você agora mas você me interrompeu porque prefere ter DR.- dei de ombros, mantendo o tom de ironia, mas me levantando de cima dele- Que seja...- levanto a mão esquerda fazendo sinal de juramento- Eu juro solenemente que vou me comprometer a não brigar mais.

Ele levanta da cama me olhando com ar de deboche, incomodado por eu não estar o levando a sério, e abaixa meu braço esquerdo, levantando meu braço direito na posição de juramento.

-Agora sim. - ele sorri, como se estivesse tudo bem, mas quando eu reviro os olhos e desfaço a pose, ele me para e levanta meu braço direito de novo- Você tem que repetir, com o braço errado é inválido.