Feeling Bad By Being Fat

Juntos

[Keith]

Não consegui esperar Lance abrir a porta, até porque eu não sabia que ele ia abrir a porta. Já tinha percorrido meu caminho até a frente do carro quando ele me girou, me empurrando até que eu estivesse de volta dentro do carro.

-Você não sabe nada sobre encontros? Primeiro você sai do carro sozinho, daqui a pouco vai estar dizendo que eu não preciso segurar sua mão o tempo todo ou que não tenho que te levar até a porta de casa!

-Pensando bem, acho que eu nunca estive em um encontro antes.- pensei em voz alta enquanto ele abria a porta e me oferecia a mão em ajuda- Então, por hoje, você lidera. Quais são as regras?

-Só tem uma...- meu coração parou,  arrepios percorrendo todo o meu corpo enquanto ele me puxava para perto de si, eu tinha certeza que iria me beijar, e isso é super normal agora, não é o primeiro nem o segundo, e estamos caminhando para alguma coisa mas então... por que ainda me sinto tão nervoso?- Você tem que me dar um beijo no final do dia, quando eu te deixar na porta de casa, marcando o fim do encontro.

"E por que você tem que ficar para fora da porta?" não soa maldoso o suficiente "E por que parariamos por aí?", "E por que temos que esperar até lá?"

Merda! Eu perdi tempo de mais pensando para fazer qualquer provocação e ainda assim não pensei em nenhuma provocação digna de Lance McCain!

-Okay...Eu já disse, as suas ordens, eu sou todo seu.- senti meu rosto queimar, meu tom de voz fez isso soar mais maldoso do que eu queria- E-eu quis dizer... aqui! Durante esse encontro!

Me afastei o máximo possível sem soltar nossas mãos. Observei o garoto a minha frente prendendo os lábios em uma linha, tentando não rir, com o rosto completamente vermelho.

-Tudo bem...- ele finalmente disse sorrindo, e eu já sabia que ele tinha encontrado sua provocação perfeita, ele se aproximou parando um pouco por trás de mim, e sussurrou no meu ouvido, causando arrepios evidentes na minha pele- Não vai demorar muito até eu fazer você falar isso do outro jeito.

Eu revirei os olhos. Ele fez um gesto com a cabeça indicando o parque. Nós caminhamos de mãos dadas. Tudo tão natural, como um sonho. Se eu não morrer de ataque cardíaco.

Estamos em um desses parques móveis, cheio de luzes rosas, amarelas e azuis. Dois tamanhos de montanha russa, uma estrela, um carrosel, uma barca, um bate-bate, tiro ao alvo, pula-pula, pescaria, sala de espelhos, um pequeno túnel do terror, várias vendinhas, e um twister.

Era um parque pequeno, mas quanto mais eu olhava menos parecia que eu tinha visto e mais parecia ter para ver. E, com ele, eu quero ver tudo.

Lance pagou por todos os tickets, cumprindo com outra regra que, segundo ele, é clássica. Por outro lado sobrou para mim decidir aonde iríamos primeiro, o que foi surpreendentemente fácil.

Na montanha russa menor nós nos distraímos tentando não demonstrar as emoções causadas pelo leve frio na barriga. Lance parecia tão tranquilo que nem teria graça, não fosse pelo fato do meu frio na barriga ser justamente causado pela companhia dele .

-Keith...

-Oi?

-Se a vida é uma montanha russa para trilhar, com os olhos vendados cruzo os dedos, quero alguém para me abraçar...

-Isso é Barbie?- tento interromper mas ele só confirma com a cabeça e continua cantando

-Então eu vou, enfrento as curvas, sem medo de sentir solidão, tenho você, sei que não vai me abandonar...

-Okay!- coloco a mão na sua boca antes que comece o refrão- Lindo isso, mas é cedo de mais para outra serenata.

Na montanha russa maior nós apenas gritamos. Meu Deus como eu amo isso! Eu apertei sua mão até que acabasse. Poderia morrer de tão feliz. Meu coração tendo sua própria aceleração, por ele.

-Você está bem?- ele perguntou preocupado, parando na minha frente e enquadrando meu rosto com suas mãos- Você está com as bochechas avermelhadas!

-Você também!- menti - Deve ser normal. E agora? Twister e depois barca?

-Você não quer fazer uma pausa?

-Eu já disse que estou bem...- revirei os olhos- mas a gente pode ir no túnel do terror primeiro se quiser...

-Ham... não, não... a gente deixa o túnel para depois da barca, melhor assim.

Foi a primeira vez que eu fui numa barca, sempre me pareceu estúpido de mais para ser divertido. Por que ele, e só ele, faz tudo parecer tão especial?

Enquanto a barca subia ele sorria.
Então a barca desceu. Em um movimento involuntário eu me agarrei nele, meus olhos arregalados, frio na barriga, e a barca subindo de novo.

-Você tá bem?

-Isso é horrível!- eu gritei enquanto desciamos de novo e eu o apertava, como é que alguém pode gostar de simplesmente sentar em um banquinho e cair várias vezes?- Quantas vezes isso ainda vai acontecer?

-Algumas?- Lance sugeriu nervoso, então eu comecei a ouvir o coração dele, batendo acelerado aonde minha cabeça estava apoiada, até essa barca idiota tem mais efeito nele que eu...- Sua primeira vez numa barca?

Eu apenas concordei com a cabeça, e ele me abraçou com uma mão, se segurando com a outra. Frio na barriga, só que estamos na subida.

-Eu tenho que dizer...- ele começou quando estávamos de volta no chão, ainda me envolvendo pelos ombros-...Keith Kogane Shirogane com medo de uma barca de parque móvel, isso merece uma foto para recordar.

-Cala boca- afastei ele com um leve empurrão- Vamos logo no túnel do terror para eu recuperar minha reputação!

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