"Para pôr favor. Draco para."
Agarro a almofada do sofá, e coloco a mesma sobre a minha cara, gritando alto. Eu sinto o meu coração a se partir a cada lágrima que eu deito. Eu tenho vontade de me jogar da janela da sala e acabar com tudo. Eu não aguento mais. A dor me sufoca a cada batida.
"Eu preciso de você. Daena, vem ter comigo ao pé da sala precisa por favor"
"Draco, por favor. Não, eu não posso. Eu estou aqui destruída, em cacos, querendo um avada para sumir. Por favor."
"Fico à tua espera."
O silêncio ocupa a minha mente e eu soluço alto. Jogo a almofada para o canto do sofá e levanto o corpo do mesmo. Tento enxugar as lágrimas e pego novamente na capa de Harry, a colocando por cima do meu corpo. Quando caminho até à parte traseira do retrato, Fred aparece no cimo das escadas.
- Daena?
Ele me chama, e eu aperto o meu peito. Mas eu não posso me mostrar, eu não lhe posso dizer. Ele desce as escadas e eu posso sentir o seu cheiro. Inalo o mesmo, e estico a minha mão, como se o quisesse tocar.
- Me desculpa meu amor.
Baixo a cara e choro baixo, enquanto o escuto subir as escadas. Viro-me e o retrato se abre. Eu desço as escadarias, tentando controlar o meu choro. Caminho pelos corredores, vendo se ninguém aparece, se bem que neste momento eu nem me importaria de ir para a detenção. Se fosse expulsa, ainda melhor.
Chego ao corredor da sala precisa, e observo Malfoy junto à parede. Caminho até ele, calmamente, evitando fazer barulho pois se eu mudar de ideias, eu posso realmente virar costas e voltar para a sala comunal.
- Ainda bem que vieste. - Draco fala enquanto retira a capa de cima de mim. Elevo os meus olhos e o encaro. Limpo a cara com as mãos, e ele agarra nelas. - Por que tiveste a chorar?
- Porque achas Malfoy? - mais uma lágrima cai pelo meu rosto, mas ele a limpa com o polegar. - Eu estou destruída. Eu destrui o Fred. Tu sabes o quanto isso me dói?
Ele olha para cima, inspira e se vira para a parede, fechando os olhos. Em alguns segundos uma porta aparece na nossa frente. Ele agarra a minha mão e me puxa para dentro das portas. A sala precisa se transformou numa espécie de sala comunal. Retiro o resto da capa, e deixo ela em cima de uma cadeira. Draco se aproxima da lareira, e em alguns segundos um fogo caloroso ocupa a sala inteira.
- Draco. - me aproximo dele, tocando o seu ombro. Ele se levanta, e me olha de cima para baixo. - O que se passa com você? Os seus pensamentos estão a me deixar maluca. Eu sufoco a cada dia.
- Eu queria contar Daena. - ele passa seus dedos em minha bochecha. - Mas eu não posso. É algo que eu tenho que fazer sozinho.
- Me fala Draco. - agarro seu braço e ele se mostra assustado. - Você sabe como eu estou me sentindo assustada?
- Não fica. - ele aproxima a sua face da minha. - Eu vou conseguir.
- Conseguir o que Draco?
Os seus dedos passam em meus lábios, e eu fecho meus olhos. Isto é tão errado, tão mau, tão incapacitante. Sinto a sua respiração quase coincidindo com a minha. Sua mão desce para o meu pescoço, passando pela minha pele a cada toque. Os meus olhos se mantêm fechados, e eu sinto os seus lábios nos meus. Largo o seu braço, e aperto as suas costas. Isto é tão errado.
- Draco. - o seu nome sai em sussurro pelos meus lábios, quando ele se afasta. - Eu tenho que voltar.
- Poderias passar a noite aqui comigo? - ele aperta a minha mão e me olha fixamente. Me sento no sofá, e bato no lado esquerdo do meu corpo. Draco se senta, mas alguns segundos depois, a sua cabeça se deita nas minhas pernas. Passo a mão no seu cabelo. Ele se mexe, se pondo de lado, com uma das suas mãos no meu joelho. Continuo a acariciar o seu cabelo mas noto que o seu olhar está preso nas chamas que se elevam na lareira.
- Tem quanto tempo que você não dorme? - pergunto baixo.
- Demasiado. - ele sussurra contra a minha pele. - Demasiado tempo que eu estou preso.
- Draco, por favor. - sinto as lágrimas se formarem de novo. - Me conta o que se passa.
- Eu não posso Riley. - sua mão em meu joelho, o aperta. Eu continuo a mexer em seu cabelo, que se entrelaça nos meus dedos. - Eu o faria mas não posso.
- Eu posso lhe ajudar.
Ele ri um pouco, e sopra sobre a pele da minha perna. Eu lhe dou um ligeiro tapa na orelha, e ele vira a cara e me olha.
- Não, você não pode. Ninguém pode. - seus olhos não tem expressão nenhuma. - Mas você pode fazer uma coisa por mim.
- O que Malfoy? - dou um sorriso de lado. Ele me chama com os dedos, e eu inclino um pouco a minha cabeça, e ele agarra novamente o meu pescoço, puxando os meus lábios contra os dele. Sua mão entrenha pelos meus cabelos, enquanto os seus lábios estão colados aos dele.
Quando nos afastamos, ele me olha, e eu fecho meus olhos segundos depois. Continuo a mexer no seu cabelo. Encosto a cabeça no sofá e só penso no quanto eu vou me quebrar mais.
- Tenta dormir. - falo baixo, e ele deposita um beijo na minha perna. Eu mordo o lábio, quando uma lágrima cai. Imagens de Fred chorando passam na minha mente, e eu evito gritar. A respiração de Malfoy demonstra que ele adormeceu finalmente e eu deixo toda a dor sair, enquanto choro.
Entro no salão comum, quando a maioria das mesas já estão ocupadas. Harry, Mione e Ron estão falando e eu passo por eles, me sentado no meu lugar. Eles viram a cabeça para mim, e eu olho para Fred que me observa também.
- Daena. - Mione fala, mas eu coloco o dedo em meus lábios. Olho para a frente, e Draco esta sentado, e eleva o seu olhar no mesmo momento que eu eu.
- Que aula temos agora? - falo depois de morder um pouco de pão.
- Defesa contra. - Ron começa a falar.
- Já entendi. - reviro os olhos. - Vamos aturar o Snape.
Eles riem, e eu volto a atenção para a comida na minha frente, se bem que o meu estômago não está a aceitar bem a comida.
- Me desculpa mais uma vez. - sussuro para Fred, que está do meu lado. - Eu nunca quis magoar você. Você é a única pessoa que eu nunca quis machucar. Espero que algum dia, você me possa desculpar por todo o mal.
Me levanto da mesa, com as lágrimas nos olhos e corro pelo corredor. O sufoco é real. E eu estou perdida.
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I would die for you /Draco Malfoy [Concluído]
FanfictionSexto ano em Hogwarts, com a volta mais que anunciada daquele cujo o nome não deve ser pronunciado. Eu só quero que seja um ano de paz e que eu possa sair com a saúde mental que entrei. Mas as dúvidas, essas dúvidas // História nada fiel aos livros...