Quando abro os meus olhos, ainda estou nos braços de Draco. Mexo o meu corpo devagar, pois não quero o acordar, e não quero sinceramente mais nenhuma discussão. As palavras do pai dele ainda estão bem presentes e eu ter visto a memória, só me faz entender que tudo o que foi dito tinha razão de ser.
- Já acordada? - oh porra. Respiro fundo e ele aponta para a minha cabeça e eu rolo meus olhos.
- Tenho que ir no banheiro. - levanto o meu corpo, e sigo até ao espaço pretendido por mim. Fecho a porta atrás de mim, e seguro a maçaneta. Respiro mais uma vez fundo e observo a minha imagem no espelho. Tenho um aspeto de doente, as minhas olheiras estão bem marcadas e negras. Eu emagreci bastante neste tempo aqui, e acho que se não fosse pelo ser que carrego no meu ventre, eu nem me alimentaria. Passo a cara na água, quando ouço batidas na porta.
- Por favor Malfoy, me deixa por um tempo. - falo enquanto me olho no espelho.
- Vou ter que usar magia para a porta se abrir Daena? - eu rolo os meus olhos e só ouço a fechadura abrir e Draco entrar no mesmo espaço que eu.
- Você não consegue me respeitar ne? - ele me observa pela imagem refletida no espelho.
- Espera. - ele coloca dois dedos por baixo do meu queixo e vira a minha cara para si. - Que marcas são estas aqui?
- Estas? - aponto para as marcas ainda presentes junto ao meu olho e bochecha. - Foi o seu amado pai.
Ele me olha ainda mais intensamente como se quisesse que eu continuasse a falar.
- Sim, você não estranhou quando acordou, estar noutro quarto? - ele ainda me olha. - Então eu cuidei de você durante muito tempo, depois que seu pai lhe atacou. Até o dia que ele invadiu o quarto e lhe levou. Eu tentei impedir e ele me bateu.
- Meu pai lhe bateu?
- Foi o que eu acabei de falar Malfoy.
- Vai voltar a me tratar por Malfoy? - eu rolo os olhos e ele puxa lentamente o meu cabelo. - Não lhe avisei já para não fazer isso para mim Daena?
- Para você Malfoy. - me afasto dele. - Já lhe disse que a menina que estava sempre disposta a você, não existe mais.
- Que conversa é essa? - eu o empurro e saio do banheiro indo até perto da janela. - Você já me falou isso no outro dia, mas não me explicou o por que dessa afirmação!
Eu solto uma gargalhada e olho para ele que está bem atrás de mim.
- Você deve saber bem melhor que eu não? - abro os olhos. - Talvez se você procurar aí nas suas memórias recentes, você se lembrará. As memórias nem minhas são, mas eu as vi, por isso. - volto a virar costas e a olhar o dia de sol.
- Por que você está de rodeios Riley? Fala de uma vez. - ele me puxa pelo braço.
- Ui, ficou irritado Malfoy? Já tá me chamando pelo sobrenome também. Eu não lhe vou dizer nada, aliás eu não tenho que lhe dizer merda nenhuma. Eu só quero que por uma vez, você cumpra o que prometeu.
- Tá falando do que?
- De me tirar daqui. - puxo o braço e o olho. - Estou ansiosa por poder sair desta casa e principalmente por deixar de o ver, a si e ao seu pai.
- Você irá me abandonar?
Volto a rir e viro novamente o corpo para ele. Draco mantém o mesmo olhar impenetrável e sem expressão que eu vi os meses passados em Hogwarts.
- Abandonar o que Malfoy? Tenho algo para abandonar com você?
- Talvez o bebê que você carrega!
- Não o use por favor. Ele foi um pequeno percalço no meio disto tudo. - ele fixa mais o seu olhar. - Não que eu o ache um erro ou assim, mas com você? Foi certamente. Assim como eu não mandar nos meus sentimentos.
Ele não retira o seu olhar de mim, e eu abro um sorriso.
- Ah, por merlin, se eu pudesse mandar nos meus sentimentos eu não teria me apaixonado por você Malfoy. Eu tava bem sabe? Eu tinha um namorado que me amava, que fazia tudo por mim e que me fazia sentir bem e amada. Aliás, ainda hoje o faz.
- O que é você está tentando me dizer?
- Que eu fui burra, idiota. Quando eu deixei um homem como o Fred, por você. Eu fui idiota em ter perdido a virgindade com você. - solto mais uma gargalhada. - Se eu soubesse, aliás eu devia de saber ne? Você em 6 anos só nos fez mal. Você zuava cada vez que nós passávamos ou fazíamos algo. Caralho, você fez parte da brigada da Dolores, para nos apanhar.
- Para com isso Daena.
- Não. Não paro Malfoy. Eu pensei que você poderia ser diferente do seu pai. Mas como já lhe disse, você é mesmo filho dele. E é algo assim que eu não quero para o meu filho.
- Mas ele nunca seria educado assim. - ele agarra o meu pulso e me puxa.
- Pois não Malfoy, por que nem eu deixaria. O meu filho.
- Nosso filho.
- O meu filho não vai crescer achando que só o sangue puro é que vale. Ele vai crescer acolhendo todos e sabendo que até os trouxas são pessoas de bem. Ele não vai ser como você Malfoy, e muito menos como o seu pai. Nem que eu tenha que o criar longe de vocês.
- Você afastaria o meu filho de mim? - a sua mão continua no meu pulso e eu olho para ela.
- Pelo bem dele? Não pensaria duas vezes.
- Me olha, me olha nos olhos e me diz que você se arrepende de tudo.
Olho para o teto, mas ele puxa a minha face para focar na dele.
- Eu disse nos olhos.
O olho fixamente e na minha mente tudo passa como um flashback. Todos os momentos que passamos, tudo o que eu chorei e senti. Todos os sufocos, as dores. As desilusões.
- Eu. - engulo em seco. - Malfoy, eu.
Antes que eu consiga expremir algo, os seus lábios tocam os meus e eu deixo o meu corpo amolecer nos seus. Um barulho nas escadas nos faz afastar e eu ouço uma voz familiar. Aliás, há dias que ando a ouvir vozes familiares, uma delas me parecia a da Luna.
- O que se passa ali?
Ele me solta e abre a porta, e eu aproveito e o sigo, coisa que nunca fiz, pois desde o dia da vinda do Voldemort aqui, eu só tinha saído do quarto quando ele foi atacado. Coloco a mão na barriga, enquanto desço as escadas e observo alguns comensais na sala, assim como os pais de Draco e Bellatrix. Os comensais trazem 3 pessoas com eles.
Me encosto ao corrimão, quando tento observar as pessoas que vêm com eles.
- Acho que são eles mesmos. - ouço uma voz dizer e eu estreito meus olhos.
Tapo a boca enquanto Draco me olha. Por MERLIN, é a Hermione e o Ron.
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I would die for you /Draco Malfoy [Concluído]
FanfictionSexto ano em Hogwarts, com a volta mais que anunciada daquele cujo o nome não deve ser pronunciado. Eu só quero que seja um ano de paz e que eu possa sair com a saúde mental que entrei. Mas as dúvidas, essas dúvidas // História nada fiel aos livros...