Memory

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POV DRACO MALFOY

- Você é simplesmente imprestavel. - sinto um tapa bem forte na minha face.

Meu pai me fala, depois de Harry Potter e os seus amigos terem escapado das nossas mãos. Bellatrix grita pelos cantos da sala, e minha mãe me olha.

- Eu não tinha a plena certeza se era ele.

- Mas você devia de ter chamado do Lord Das Trevas quando sua tia falou. - ele agarra novamente a minha nuca, desta vez apertando com mais força. - Nós poderíamos estar livres neste momento.

- Pare com isso Lucius. - minha mãe afasta meu pai de mim e agarra na minha face com as duas mãos. - Vai para cima meu amor. - ela beija minha testa e eu aceno que sim.

Viro meu corpo e caminho pela sala até as escadas, que subo devagar, degrau a degrau. Chego na porta do quarto e a mesma ainda permanece aberta e com o cheiro dela. Ai ela. A pessoa que realmente me fez pensar em mudar de ideias.

Quando Voldemort chegou perto de mim, desgostoso pelo erro do meu pai e me disse que eu teria que ser um comensal da morte para não morrer, eu realmente preferia que ele me tivesse morto naquele momento. Minha mãe foi totalmente contra, e mesmo quando meu pai foi solto de Azkaban, ela tentou por tudo que o meu pai evitasse que eu tivesse que pagar pelo erro dele. Mas meu pai sempre disse alto e bom tom que eu tinha sido educado para o obdecer e que a ordem era essa.

O me tornar comensal não foi o pior, a marca negra no meu antebraço não me incomoda assim tanto. Mas ser destinado a matar o Dumbledore foi a estocada final. Eu tinha que matar somente o diretor de Hogwarts, sem levantar qualquer suspeita sobre mim. Ou eu iria morrer e levar a minha família comigo.

Minha mãe foi a muito contragosto comigo ao Beco Diagonal naquela noite antes da partida para o Expresso. Ela não queria que eu entrasse nessa missão e sempre me alertou que eu era somente um menino que não tinha que fazer as coisas de pessoas adultas, muito menos matar alguém. Mas se eu queria ser pelo menos o motivo de orgulho do meu pai, eu tinha que o fazer. Quando encontramos o que queríamos, eu sabia que estava só um passo mais próximo.

Nunca odiei tanto um início de ano letivo. Eu não tinha o claro gosto em estar ali naquele expresso, em voltar para Hogwarts, mesmo sabendo da minha missão. Quando no dia 1 de Setembro, encontrei Riley junto ao nosso compartimento, o meu maior receio era que ela ouvisse alguma das conversas pois eu sabia que os amigos dela andavam desconfiados de mim. Por mais que tentasse evitar suspeitas, parece que Harry Potter sempre acerta em tudo. Quando ela teve a audácia de agarrar bem junto à marca, eu senti como se tudo tivesse fugido de mim. E ela me olhava bem nos olhos. Ela não tinha medo de mim, nem mesmo pelo meu sobrenome.

Mas o pior daquela viagem, foi Potter achar que conseguia entrar no compartimento e que eu não o notaria. Depois de o petreficar, e de retirar a capa de cima dele, a minha única vontade foi o matar ali mesmo. Eu sabia que não o podia fazer, então só o pontapeei no nariz e o tapei. Não sem antes garantir que ele sabia que aquilo era pelo meu pai. Eu tinha que descontar em alguém o simples fato de estar a ser sujeito à pior coisa da minha vida.

Os dias foram se passando naquele castelo e eu estava literalmente a surtar com tudo o que tinha que fazer e que não podia desabafar com ninguém. A única pessoa que ainda me escrevia era minha mãe que pelas suas palavras eu sentia o amor que ela demonstrava por mim. Do meu pai eu não recebi nem uma palavra que fosse. Eu andava a procurar a melhor solução para que tudo correr pelo melhor, sem surpresas ou imprevistos no meio do percurso. Até que aquela aula de poções começou a mudar um pouco a minha percepção das coisas. Eu nunca fui fã de poções, muito menos de poções do amor ou de algo do género. A única coisa que eu conhecia com esse nome, era o que a minha mãe demonstrava para mim. Mais ninguém sentia isso pela minha pessoa.

 I would die for you /Draco Malfoy [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora