Espera

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Encosto o meu corpo para trás na cama, e puxo o corpo de Draco, colocando a sua cabeça no meu pescoço, ouvindo ele suspirar. Toco as suas costas, de cima para baixo.

- Eu me arrependo tanto Daena. - ele sussurra conta a minha pele.

- Então porque o fizeste?

- Porque eu queria pela primeira vez que o meu pai sentisse orgulhoso de mim. - sinto as lágrimas dele molharem a minha pele.

- Como assim? - ele ergue a sua face e me encara.

- Eu nunca soube o que era amor de pai. - ele me olha diretamente. - Eu sempre fiz tudo para que ele dissesse que estava feliz por mim, mas tudo o que sempre recebi foi pressão e que não era mais que minha obrigação. Eu tinha que ser o filho perfeito mas ele não aceitava menos do que isso.

- Mas isso é idiota. - eu limpo uma das suas lágrimas e ele beija a palma da minha mão. - Seus pais deveriam de ser o seu maior apoio.

- Minha mãe é. Ela me defende, ela sempre bateu pé contra ele.

- E você se juntou aos comensais para lhe provar que conseguia lhe dar orgulho?

- Também por isso. - ele volta a baixar a cabeça, a colocando junto ao meu seio. - Depois de meu pai ter sido preso, depois do ataque ao ministério, Voldemort manchou ainda mais o nome dos Malfoys. Eu fui obrigado por ele a tentar matar o Dumbledore pois eu tinha que provar que nós não éramos maus comensais.

- Seu pai foi preso por pura idiotice dele. Porque ele achou que conseguiria atacar o ministério, levar lá o Harry e todos nós e sair impune? - ele me olha. - E ele quebrou a profecia. Se o Voldemort tinha que castigar alguém era o seu pai, e não você.

- Minha mãe disse o mesmo. - passo a mão em seus cabelos. - Que eu sou só um menino.

- E você é. Você não tem que carregar as dores ou enganos dos seus pais, neste caso do seu pai. Não existe culpa do Harry, meu, da Hermione ou do Ron para que você tenha sempre agido assim. - ele beija o meu queixo. - Você usa o nome Malfoy, mas você pode escrever uma nova história. Você não precisa de ser igual ao seu pai.

Ele me olha novamente e eu passo a mão na sua cara, e a puxo para o meu pescoço, o acariciando.

- Atacamos o ministro. O ministro morreu.

Ouço as vozes lá fora, e aperto as costas de Draco.

- Agora só falta a Toca, onde o Potter está.

Sinto as lágrimas rolarem, e Draco me olha, agarrando o meu maxilar.

- Vai ficar tudo bem. Eles vão ficar bem. Ele vai ficar bem.

O abraço novamente com mais força ainda.

Acabo de mandar outra carta para Fred, quando sento o meu corpo no sofá. Coloco as mãos na minha cabeça, e contemplo a noite escura que está bem presente na rua. Preciso de saber se eles estão bem, se não houve consequências do ataque dos comensais, e principalmente se todos eles estão vivos.

Ergo o corpo do sofá e uma tontura me atinge, e eu agarro a parede mais perto de mim, ao mesmo tempo que coloco a mão junto ao meu ventre. Me olho no espelho enorme que ocupa uma das portas do armário, e noto um inchaço. Retiro o anel do meu dedo, pois realmente não quero que Draco ouça os meus pensamentos. Será possível?

Entro no banheiro do quarto e agarro a minha varinha. A aponto para a minha barriga, seguindo o que a minha avó me ensinou.

- Homenum Revelio.

Fecho os olhos e quando os abro, lá está um ligeiro brilho. OK, é real, eu tenho um pequeno ser a crescer dentro de mim.

Volto a colocar o anel e me deito na cama, olhando o teto. Só não posso pensar muito nisto.

"Pensar no que Daena?"

"Em tudo Draco. Eu tudo mesmo."

Mais tempo se passou, eu realmente não sei o quanto, eu só sei que o sol nasce e se põem porque assisto a isso todos os dias. Aliás é o que estou a fazer neste momento, olhando o sol nascer. Fred ainda não me respondeu e eu estou a ficar preocupada.

- Já acordada?

A voz de Draco ocupa o quarto e eu mantenho o meu olhar no vidro.

- Eu não tenho dormido. - respondo sem o olhar. Quando viro a cara para o encarar, por cima da sua sobrancelha, uma marca ressalta.

- O que lhe fizeram? - me levanto do sofá e me aproximo dele. Passo o dedo na ferida e ele morde o lábio.

- Não se preocupe comigo Daena. - ele agarra a minha mão.

- O problema é que eu me preocupo.

- Nunca ninguém se preocupou comigo Daena. - eu puxo o seu maxilar.

- Eu quase morri por você Draco. - ele fecha os olhos. - Eu defendi você sempre.

Ele puxa a minha cintura e beija os meus lábios. Eu me deixo ir, e passo os meus braços pelo seu pescoço, agarrando a sua nuca por trás. Eu não deveria de estar a fazer isto, mas eu preciso tanto.

- Draco. - falo entre o beijo, e afasto os seus lábios dos meus, o olhando. - Você se lembra quando eu disse que você poderia começar uma nova história?

- Sim, lembro. Por que?

Eu agarro a sua mão e a levo até à minha barriga, a pousando ali. Ele olha para o movimento e depois para mim.

- Você está me dizendo que.

- Que eu estou grávida. Que a sua nova hipótese está bem aqui.

Ele volta a beijar-me, e inverte as nossas posições, enquanto se senta na cama e me puxa para o seu colo, me fazendo ficar sentada no seu colo. Minha camisa desaparece em segundos e ele beija toda a extensão desde o meu maxilar até ao meu pescoço. Inclino o mesmo para trás, enquanto vou abrindo lentamente a sua camisa e passo as unhas na sua pele branca.

Em alguns instantes, toda a nossa roupa some, e ele me invade lentamente. Beijo o seu pescoço, e sinto as suas mãos nas minhas costas. Ele continua a investir em mim alternando a velocidade, até que se joga na cama, e me puxa, virando novamente os nossos corpos, me olhando fixamente enquanto a velocidade aumenta.

- Eu juro que vou tirar você daqui. - ele fala depois de abotoar as calças. Ele sobe na cama, ficando à altura da minha barriga. - Eu vou tirar vocês daqui. E levar vocês para casa. - e deposita um beijo.

Eu puxo o lençol para cima, quando a porta se abre e revela Bellatrix e Lucius. Ele olha para o filho e para mim, apontando imediatamente a varinha para Draco.

- Que é isto Draco?

- Pai, para com isso. - ele fecha os olhos quando a ponta da varinha encosta na sua pele.

- Ora, ora, vocês acabaram de fazer o que? - Bellatrix fala olhando para mim, e eu me cubro mais com o lençol. - Sério Draco, com uma dessas ai? E porque você estava beijando a barriga dela? Por acaso ela. - Bellatrix me olha novamente e abre a boca.

- Ela o que Bella? - Lucius quase que berra e força mais a varinha na pela de Draco.

- Ai meu Merlim. - ela ri escandalosamente. - Ela está grávida Lucius. Você vai ser avô. - ela continua rindo quando Lucius invoca um feitiço que manda Draco ao chão, implorando para que o pai pare. Ele ergue o corpo do filho e sai com ele, e eu me levanto, vestindo rapidamente as roupas e antes que consiga sair, Bellatrix aponta a sua varinha.

- Onde pensa que vai garota? - ela continua rindo.

- Me deixa ir Bellatrix, por favor.

Eu consigo ouvir os gritos de dor de Draco e a voz de Narcissa a pedir que o marido pare pois irá matá-lo. As lágrimas novamente aparecem, e quando Bellatrix baixa a varinha eu corro. Encontro o corpo de Draco caído no chão, num dos corredores, mas ele não grita mais. Me ajoelho junto a ele, e coloco a mão no seu peito, onde sinto os seus batimentos fracos.

- Espera, eu ainda preciso de você. - dobro o tronco e choro sobre o seu corpo quase sem vida. Na minha mente os nossos momentos passam como flashback.

- Não me deixes Draco, por favor. Eu preciso de você. Eu não irei aguentar sem você. Você me prometeu levar para casa Draco. - as lágrimas caem como cascatas. - Vamos para casa meu amor.

 I would die for you /Draco Malfoy [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora