Capitulo 14

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                                    Josh Jones:

Entramos no carro e a Jenna continua calada, seus olhos estão marejados e sei que ela está a ponto de desabar. Escutei toda a discussão e imagino o quanto deve ter doído cada palavra do Peter e todas as que ela também falou.

-você está bem? - pergunto no impulso, motivado pela agonia de vê-la tão vulnerável. A Jenna só me olha, e começa a chorar. Encosto o carro na calçada e  a encaro, pegando na sua mão.

-calma, Jenna - peço e ela me abraça, enquanto chora no meu ombro. Passo aos mãos no seu cabelo e caricio, junto com suas costas. - as coisas vão melhorar.

-como Josh? O Peter não consegue ser ele mesmo comigo, como vamos dar certo? - ela pergunta triste, assim que se separa de mim. Eu tomo a liberdade de levar a minha mão ao seu rosto e enxugar suas lágrimas, que insistem em cair.

-ele só tem que cair na real e entender que você é diferente dele e não adianta ele tentar ser uma coisa que não é, só pra te agradar.

-você vê futuro na gente? - ela pergunta pra mim, esperando a minha resposta. Por um segundo, eu pensei que estivesse falando da gente, mas óbvio que não. Não sei porque minha cabeça pensou isso.

-eu acho que só você e o Peter podem responder isso - digo e ela concorda com a cabeça. Ela enxuga as suas lágrimas e respira fundo, forçando um sorriso fraco.

-tá legal. Já estou bem, podemos ir - diz tentando parecer forte.

-quer que eu te leve pra outro lugar? Pra distrair a cabeça? - pergunto no impulso. Me vejo na necessidade de fazer ela se sentir bem. A Jenna já me ajudou tanto, sem nem me conhecer direito, não posso e não vou dá as costas pra ela, agora que está mal.

-por favor - ela pede e eu concordo. Dando partida no carro e voltando pra estrada. Paro no mercadinho e compro uma vodka e besteiras pra comermos, depois volto para o carro e levo a Jenna pra onde planejava. Descemos do carro e a brisa logo nos invade, bagunçado nossos cabelos.

-como sabia que o mar me faz se sentir melhor? - ela pergunta e eu dou um sorriso.

-faz qualquer pessoa se sentir melhor- digo e nos caminhamos até a areia. Nos sentamos e encaramos o mar, que está calmo. Pego a vodka, abro a tampa e coloco na frente da Jenna.

-vai fundo - digo e ela tira a vodka da minha mão, dando um gole bem grande no conteúdo, que desce como água na sua garganta.

- fala alguma coisa sobre você, preciso me distrair - ela pede e eu penso bem no que falar.

-bom... o que você quer saber primeiro? Da minha relação conturbada com meu próprio pai? De como eu ainda não consegui juntar dinheiro pra abrir minha galeria? Ou do quanto eu sou irresponsável? Pensando bem... acho melhor falarmos sobre outra coisa, minha vida é mais deprimente do que parece

-sua vida não é deprimente. Você é você mesmo e isso é libertador. Você não precisa fingir nada, você é quem é, sem medo do que os outros vão pensar, você corre atrás daquilo o que quer. Chame de deprimente se quiser, mas eu acho que você leva a vida da maneira que todos deveriam levar. - ela diz, me fazendo encara-la.

-mas e você Jenna? Porque não leva a vida assim também? Porque não faz aquilo que quer? Aquilo que deseja?

-porque é mais complicado do que parecer. Diferente de você, eu não sou tão corajosa.

-todo mundo pode ser corajoso, basta você da o primeiro passo. O que está faltando pra você da o seu?- pergunto e ela me encara.

-eu escrevo livros e meu grande sonho é ser escritora, porém nunca tive coragem de mandar os meus rascunhos pra uma editora, tenho medo de ser rejeitada, medo da rejeição me travar e me fazer desistir do meu sonho. Então... eu não consigo dar o primeiro passo.

O irmão do meu namoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora