Capítulo 11

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Na manhã de segunda feira, acordei mais cedo para fugir dos meus irmãos. Nem tomei café da manhã em casa. Enquanto estava saindo, encontrei minha mãe. Apenas lhe disse que eu tinha um trabalho importante para fazer e sai.

Na escola, peguei um pouco de leite quente com alguns biscoitos e me sentei à mesa de sempre. Abri meu caderno de História Nacional para dar uma lida. Minhas notas nessa matéria estavam decaindo. Se eu não recuperasse, era capaz de eu ficar abaixo da média.

Estava tão distraída lendo sobre Brendon Cales, o primeiro líder de Phonterrumbra, que me assustei quando um par de braços me rodeou e lábios beijaram minha bochecha. Olhei para a pessoa, pronta para acertar um soco no meio da cara ou um tapa. E, por sorte (da pessoa), eu consegui me controlar a tempo. E apenas dei um tapa em seu braço. Enzo reclamou, enquanto sentou ao meu lado, com uma perna de cada lado do banco, ficando de frente para mim.

— Gostou do cumprimento surpresa? — ele me perguntou, com um sorriso travesso. Cruzei os braços, fingindo estar irritada — Eu posso melhorar, se você quiser.

Com rapidez, Enzo se inclinou na minha direção. E, mais veloz que ele, virei meu rosto. Esperava receber um beijo na bochecha, mas ele foi em meus cabelos. Afastei dele, ainda com os braços cruzados. Será que ele não entendeu o que eu lhe disse no sábado? Bom, se ele não me compreendeu o que eu lhe falei naquele dia, ele percebeu que eu não estava de brincadeira. Também se afastou, com as mãos levantadas.

— Não precisa ficar brava, Lina. Eu estava brincando. Eu te daria um beijo na testa. Mas, se o meu plano fosse dar um beijo na bochecha, você se daria mal. — ele se aproximou um pouco mais, e completou em tom baixo — Eu nunca te beijaria sem o seu consentimento. E, no carro, você deixou claro que não queria. Eu te respeito. Só queria brincar com você. Tentar fazer o seu dia mais feliz. George me disse que nas segundas você não fica no melhor humor por causa dos seus irmãos. E eu queria mudar. Mas, eu acho que falhei.

Enzo abaixou a cabeça, chateado consigo mesmo. Olhei na direção do portão do bicicletário, e vi meu amigo caminhando até nós. Ele estava longe o suficiente para não ouvir nossa conversa.

Voltei a focar no garoto ao meu lado. Era impossível nutrir algum sentimento ruim por ele. Enzo era muito fofo. Por isso, resolvi lhe dar um abraço, já que beijos estavam fora de cogitação (infelizmente, por minha causa). Ele passou os braços pela minha cintura. Apoiei minha cabeça em seu ombro, inalando seu perfume. Fechei os olhos apreciando nosso momento.

— Desculpa. — ele sussurrou, fazendo com que eu arrepiasse da cabeça aos pés.

— Tudo bem. — falei, no mesmo tom.

Infelizmente, tivemos que nos afastar. Enzo olhou em meus olhos e pegou minhas mãos, fazendo pequenos carinhos circulares nela. Sorri com a caricia, fazendo um sorriso também aparecer em seu rosto. Queria beijar ele, como nos beijamos na housboat e em seu carro. Mas, meu amigo se fez presente, sentando em nossa frente.

— Esse moleque estava mesmo ansioso para te ver. — meu amigo provocou. Era lindo de se ver as demonstrações de carinho dos dois.

— Vai plantar batatinha no Alasca, GS. — Enzo devolveu.

Gabriel, sem esperar um convite meu, se deitou no banco, colocando a cabeça em meu colo. Que garoto folgado. Mas um folgado que eu ama… que eu gostava. Sim, eu gostava de Enzo. Não podia negar.

— Cuidado com esse aí, Carol. — George me alertou, colocando as mãos em cima da mesa — Não fica dando confiança para ele não. Você pode ver o meu exemplo. Cedi minha casa para ele. E ele já está tomando conta do meu armário. Do meu quarto. Dos meus pais. E, pelo jeito, se apoderou da minha melhor amiga também.

Conflitos de Carolina  [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora