Não dormi direito pela noite. E, na manhã seguinte, levantei mais cedo. Tomei um banho frio para espantar o sono. Tomei café (a bebida), mesmo eu odiando, numa tentativa de me manter acordada pelo dia todo, sem parecer que eu estava sonambulando.
Assim que cheguei à escola, meus amigos estavam nos mesmos lugares que o dia anterior. Enzo não estava presente. E, eu continuava sentindo os olhos de Alicia em mim, acompanhado de um sorriso vitorioso. Como se ela soubesse de algo que eu não sabia.
Será que ela sabia o motivo de Enzo estar me ignorando? Não. Claro que não. Os dois nem eram próximos.
Cumprimentei meus amigos, como sempre fazia todas as manhãs. Foquei em meu melhor amigo. Ele teria que me explicar o que estava acontecendo com o primo. Ou me ajudar a descobrir.
— George, você pode me ajudar com uma coisa? — perguntei.
Ele assentiu. E rapidamente se levantou. Meu amigo passou o braço em volta do meu pescoço. Caminhamos juntos até a sala de aula, em silêncio. Chegando ao nosso destino, me sentei em meu lugar, com meu amigo a minha frente, olhando para mim.
— O que está acontecendo? Por que Enzo não quer falar comigo? — perguntei, aflita.
— Eu não sei, Carol. De verdade. Mas, o que eu sei é que ele está estranho. Bem estranho. Desde que voltou daquele passeio de carro.
— Será que…
Será que ele ficou com ciúmes de mim com você?, Era o que eu iria pergunta. Mas, me contive. Não podia fazer aquele questionamento. Ou George descobriria do meu envolvimento com seu primo.
— Será que ele ficou sabendo que você me disse sobre as multas? Meu irmão conversou com o pai dele, dizendo que era o culpado…
— Não. Não é isso. Se fosse, ele ficaria bravo comigo. E, ele não está bravo. Ou qualquer coisa assim. Eu não me lembro de ter visto ele assim antes. E… eu perguntei de você para ele…
— E ele? O que ele disse? — perguntei, angustiada.
Meu coração disparou com expectativa. Talvez, eu estivesse me preocupando sem motivos. Enzo disse que gostava de mim. Que era apaixonado por mim. Não brigamos. Não havia motivos para ele me ignorar. Existia uma explicação para ele não ter me respondido.
George desviou os olhos de mim por um instante, como se procurasse as palavras corretas para me responder. E, quando seus olhos voltaram a mim, mesmo antes dele me responder, soube que sua resposta não iria me agradar.
— Ele não me respondeu. Desviou do assunto. E logo disse que estava ocupado, e que não poderia falar muito.
Lágrimas começaram a se formar em meus olhos. Pisquei várias vezes, fazendo com que elas sumissem. Mas, a dor que eu estava sentindo em meu coração não desapareceu. Aumentou consideravelmente. Queria correr e me esconder no banheiro. Mas, não podia demonstrar que eu estava sendo fraca. E que estava sofrendo, mais uma vez, por um garoto.
— O problema é comigo. — murmurei, sentindo um nó se formar em minha garganta.
George rapidamente se levantou, me puxando para um abraço. Escondi meu rosto em seu pescoço. Eu não iria chorar. Meu amigo acariciou minhas costas, para me consolar.
— Você não é o problema, Carol. Você pode ter certeza disso.
Eu não tinha certeza de mais nada. Acreditei que ele gostava de mim como eu gostava dele. Acreditei que seus sentimentos eram sinceros. Acreditei nele. Se fosse verdade, ele não me ignoraria. Ele me responderia.
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Conflitos de Carolina [Concluído]
Roman pour AdolescentsCarolina Souza acredita que sua vida é cheia de problemas. Parte deles, causados pelos irmãos mais velhos, que a atormenta desde que era nova. Ícaro e Sabrina viviam em seu mundinho particular, impedindo que os demais se aproximassem. Graças aos doi...