Capítulo 25

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Acordei pela manhã me sentindo desconfortável. Minhas costas doíam. Abri os olhos com lentidão, percebendo que não estava em meus quarto. Muito menos sozinha. Havia um braço em volta da minha cintura e outro debaixo do meu pescoço.

Voltei a raciocinar direito, lembrando da noite anterior. Eu convidei Enzo para assistirmos a um filme. E, em um dado momento, nos deitamos no sofá. O sono nos pegou sem que tivéssemos para onde correr. E dormimos.

Virei para observar Enzo. Ele continuava dormindo. Sereno e tranquilo. Não vou negar. Ele era muito fofo.

Deixei de observar ele para notar o espaço ao meu redor. Estávamos nós dois juntos em um sofá. Por isso meu desconforto. Havia um cobertor nos cobrindo e a TV havia sido desligada. Droia! Meus irmãos haviam chegado de madrugada e encontrou nós dois naquela situação.

Tentei me levantar, mas Enzo me segurou com mais força. Sorri como uma boba, notando que mesmo dormindo, ele não deixava de cuidar e proteger a mim. Entretanto, minha tentativa de levantar acabou despertando o garoto ao meu lado. Ele esfregou o olho com a mão que estava em minha cintura, voltando a me abraçar em seguida.

— Que horas são? — Enzo murmurou para mim.

Antes que eu pudesse me virar para olhar a hora no relógio digital na estante da sala, uma voz, bastante conhecida por mim, e também por Enzo (mesmo que eles tivessem se visto poucas vezes) respondeu:

— Ainda é cedo. Sete e alguma coisa. — meu irmão mais velho respondeu.

Eu e Enzo sentamos juntos no sofá, de susto. Porém, nossos motivos eram completamente diferentes. Não estava em meus planos dormir com Enzo no sofá. Muito menos ser flagrada pelo meu irmão mais velho na manhã seguinte. Na verdade, só queria a companhia do primo do meu amigo até a hora que meus irmãos chegassem. Meu rosto queimou de vergonha. Abaixei a cabeça, incapaz de olhar na direção dos meninos que estavam no ambiente. Entretanto, esses não eram motivos o suficiente para assustar Enzo.

— Meus tios devem estar preocupados comigo. — ele respondeu, assustado.

Alivia! Mandei uma mensagem para o seu primo. — meu irmão respondeu. Aquilo foi o suficiente para causar mais pânico em Enzo.

— O que você falou com ele?

— Que você iria dormir aqui. — meu irmão respondeu, como se fosse óbvio. Se ele soubesse o tipo de amigo que eu possuía, não ficaria tão tranquilo.

— Só isso? — Enzo perguntou, com medo.

Não queria nem imaginar o estado que George ficaria se meu irmão lhe mandasse uma mensagem dizendo que Enzo estava dormindo comigo. Meu amigo ficava irritado com o simples fato de o primo ficar me abraçando e beijando minha bochecha. Sem contar que George tinha uma mente bastante poluída.

— Sim. O que mais eu falaria? — meu irmão perguntou.

Enzo não lhe respondeu. Apenas respirou aliviado, soltando as próximas palavras sem nenhum tipo de filtro.

— Ufa! Tenho chances de sobreviver quando chegar à casa dos meus tios. E dele não ter sofrido nenhum ataque. Se bem que meus tios estão em casa. Então, está tranquilo.

Enzo voltou a se deitar, me puxando junto com ele. E, eu pude ver meu irmão, que ficou de frente para nós. Ele estava de braços cruzados. Mas, para a minha surpresa, não estava bravo, irritado ou qualquer coisa do tipo. Na verdade, ele sorria. Sabrina surgiu no ambiente, vindo da sala de jantar. Ela se aproximou de Ícaro, escorando seu rosto no ombro do nosso irmão.

— Então, esse é seu namorado, Nina? — minha irmã perguntou.

Ícaro sorriu, sabendo da resposta que eu daria em seguida. Eu poderia ter voltado a me aproximar dos meus irmãos. Mas, eles continuavam a implicar comigo.

Conflitos de Carolina  [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora