Anna sempre esteve por perto.Não existem muitos momentos na minha vida, onde ela não tenha sua aparição. Afinal, eu nasci um ano antes e depois passei minha infância com ela, o que significa: muitas viagens. Mas tudo bem. Valeu a pena.
Gostar de Anna é meio complicado—o que pode significar: muito—mas sei lá, sempre pareceu certo, mesmo que a ideia seja repugnante para ela. É só...Argh, não sei...
É Anna e sempre foi.
Eu me lembro de fazer qualquer coisa para chamar a atenção dela...desde pequeno.
Como quando eu tinha seis anos. Eu queria fazer um penteado legal na boneca de Anna para ela ficar feliz porém...eu quebrei a cabeça da boneca, a decepei, a matei. Anna não gostou muito disso e ficou sem falar comigo por dois dias inteiros.
Eu fiquei com febre por causa disso. Acho que desde pirralho, a ideia de chatear Anna não me parecia agradável.
Quando Anna tinha seis e eu sete, minha família decidiu visitar o Brasil, onde ela morava. Nós íamos bastante na praia e eu peguei algumas conchinhas e dei para Anna.
Foi a primeira vez que ela me abraçou.
Tipo...um abraço de verdade, sabe? Sem ser por cumprimentos ou por que nossos pais obrigaram.
Anna pediu para tia Sirena fazer um colar para ela com as conchas e quando ela me mostrou, eu senti minhas bochechas pegando fogo. Talvez, eu já estivesse começando a gostar dela naquela época. Com sete anos...é pois é.
A coisa ficou feia quando eu quase matei Anna com seus oito anos de vida. Como é perceptível: eu adorava me mostrar, em qualquer oportunidade, para ela. Então, quando estávamos na praia, nas nossas férias no Havaí, eu disse a Anna que eu poderia nadar no fundo já.
E obviamente eu podia, eu só não contava com a porcaria de uma correnteza. Anna veio comigo e no desespero com as ondas, eu me apoiava nela para subir à superfície, ela fazia o mesmo comigo.
Não foi nada bonito.
Se tio Dylan não estivesse surfando naquele dia, eu e Anna morreríamos juntinhos. Que fofo. Ou totalmente horrível. Tanto faz.
– Ok, Anna, me desculpa! – Eu pedi assim de termos escutado um belo sermão dos nossos pais (foram uns trinta minutos, depois de tia Sirena chorar bastante de susto) – É sério, eu não sabia que as ondas podiam fazer aquilo...
– Você é burro? – Anna arregalou os olhos, cruzando os braços – Você quase me matou, Austin.
– Eu juro que não era minha intenção! – Ela voltou a andar, indo em direção ao quarto dos pais na casa que tínhamos alugado – Anna!
A porta bateu na minha cara. E eu precisei arranjar um jeito dela aceitar minhas desculpas, caso eu não quisesse ter febre de novo.
Sério, mamãe vive dizendo que eu sou um pouco emotivo demais.
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SWELL HOUSE.
RomanceLuca e Anna Kepner sempre estiverem acostumados a viajar o mundo e conhecer novos lugares. Sendo filhos de uma diplomata renomada e um surfista profissional, a vida sempre foi longe de comodismos e constâncias. Entretanto, a hora de parar chegou qua...