C-.Minha nota foi C-.
Olhei para a prova novamente, encarando a nota e tentando entender que merda aconteceu.
O trabalho de escrita criativa foi ótimo, tive a liberdade de escrever o que queria em troca de nota porém eu consegui ter um desempenho péssimo? Como assim?
O sinal indicando que a aula acabou tocou, todos os alunos levantaram em um pulo, deixando a sala. Enfiei o trabalho na mochila, ainda indignada.
– Anna, posso falar com você? – O professor chegou perto da minha mesa, assenti e ele pediu para que eu me sentasse. Assim o fiz. – É sobre o seu trabalho.
Eu fui tão absurdamente ruim assim?
– Professor, C-? Eu estava esperando pelo menos um A-! Algo assim...
– Anna, a história é incrivelmente boa. – Mr Bailey me interrompeu, ele é bem jovem para ser professor, usa roupas descoladas e tem um sotaque australiano bem forte, mesmo assim me sinto muito intimidade por ele – Porém faltou sua verdade ali.
– Minha verdade?
Que verdade é necessária em um pequeno conto ficcional?
– Como apreciar uma história que tem enredo mas não tem os sentimentos? – Ele me respondeu – Afinal, quem são suas personagens? O que elas querem? O que sentem? Eu preciso de mais para te dar uma nota A nesse trabalho. Preciso sentir o que as personagens sentem, não adianta me envolver com a história e não conseguir gostar ou me identificar com quem está narrando.
Suspirei fundo, tentando não demonstrar o quão chateada eu estou agora. Mr Bailey é um professor incrível, ele não tem culpa da minha incompetência.
– Vou te dar uma chance para refazer o trabalho. – O loiro afirma, me fazendo engolir seco. Estou um pouco nervosa, tenho que admitir – Você pode tentar refazer essa história de uma forma melhor ou pode começar do zero. Te dou uma semana para me entregar. Estamos combinados?
– Ok, Mr Bailey. – Tentei sorrir simpática. O cara está me dando uma segunda chance, não posso irritá-lo só por que eu estou irritada. – Muito obrigada por isso.
– Por nada, querida. – Ele sorriu, dando dois tapinhas na mesa – Acredito no seu potencial, Anna. Sei que você consegue me entregar algo digno de um A. Quem sabe até de um A+.
Ok, ouvir isso é até animador. Entretanto, não queria ter que refazer algo para alcançar a nota máxima, eu tinha que ter alcançado de primeira e ponto final.
Argh, isso já estragou meu dia.
Sai da sala, sentindo todo o bom humor sair de mim. Tirei A em química (eu poderia ter me saído melhor) e agora essa nota ridícula em escrita criativa. Mal posso esperar para a nota da próxima aula.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SWELL HOUSE.
RomanceLuca e Anna Kepner sempre estiverem acostumados a viajar o mundo e conhecer novos lugares. Sendo filhos de uma diplomata renomada e um surfista profissional, a vida sempre foi longe de comodismos e constâncias. Entretanto, a hora de parar chegou qua...