🐺12 - Relação boomerang;

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— Senhor, já bebeu mais do que devia.

Thiago tentou alertar seu líder, ao perceber que o alfa já secara mais garrafas de uísque do que deveria e podia.

Ele mal se aguentava sentado na cadeira em frente ao balcão de madeira.

Na verdade, Renato não era o mesmo desde que Léo surgiu em sua vida e quando o ômega foi embora, levou consigo a sua alegria de viver, ele passava os dias focados nos assuntos da gangue, se arriscando em invasões das mais diversas formas possíveis e mesmo que não se desse conta, ele vinha tentando se matar dia a dia, evidenciando o quão era dependente de Leonardo Ruiz. Um mês sem ele, mais parecia anos, talvez décadas.

— Me deixa, Thiago. - Tirou a mão do beta do seu ombro com um tapa, secando mais um copo do uísque puro. — Pode ir embora, eu não estou bêbado. - Apenas lento, Renato gostava de pensar assim.

— Isso é o que todos os bêbados falam. - Bruno, que também estava no bar, acompanhando o noivo, resmungou, cruzando os braços em sua frente.

— Vá embora e leve-o com você. - Renato ordenou, pronunciando as palavras com certa lentidão.

— Se sabia que ficaria assim, por que deixou o Ruiz ir embora? - Bruno, diferente do noivo, não media as palavras para falar com seu líder.

— Pensei no melhor para ele. - O alfa apoiou a cabeça no punho fechado, enchedo outra vez o copo.

— Por que não me convidaram?- Dhara parecia indignada quando chegou ao bar, logo focando a atenção em Renato.

— Dhara, nem tenta vir com suas garras pra cima do Renato, ele está mal por causa do ômega dele. - Bruno se antecipou em repreendê-la, depois saiu puxando-a pelo braço até uma parte afastada do bar.

— O Leonardo não é o ômega dele.- Dhara encarava o beta com raiva, afastando sua mão de si com truculência.

— Ele não sofreu assim quando terminaram da primeira vez. - Seu tom de zombaria fez a outra se irritar ainda mais. — Acho que só vi o Renato tão mal desse jeito, quando o primeiro namorado o largou. - Murmurou com certo temor na voz, desviando o olhar para seu líder, que estava sendo consolado por Thiago.

— Renato só está mal por causa da marca idiota. - Rosnou no auge da irritação, transformando o copo que segurava em cacos. — Achei que fosse meu amigo. - Bruno riu ladino, passando um braço ao redor do ombro da ômega.

— Amigo é uma palavra muito forte, Dhara. - Bagunçou todo cabelo, antes bem-arrumado, oferecendo-lhe um pouco da sua bebida. — Não se aproveite da dor dele para se aproximar, Renato precisa de um pouco de paz. - Usou de sua sensatez para convencer a outra, que após um longo tempo de ponderação, concordou com a cabeça.

Seguiram outra vez para o balcão de bebidas, onde Thiago tinha a difícil tarefa de convencer seu líder a levantar da cadeira.

— Vamos, senhor. - Passou seu braço destro ao redor do seu ombro, impulsionando o corpo do menor para cima. — Por favor. - Não se importou em parecer suplicante, desde que ele concordasse em ir embora de uma vez.

— Tudo bem. - Bruno e Thiago respiraram aliviados, enquanto Dhara observava tudo à margem da situação. — Você é um bom amigo, Thi...ago. - Se esforçou para completar a frase, já que seu raciocínio estava lento como nunca.

— Ainda disse que não estava bêbado. - Bruno resmungou, rindo discretamente da situação.

— Seu namorado é um chato. - Renato apontava para o mais novo da turma.

— Mas eu sou seu noivo. - Arregalou os olhos em direção a Thiago, que desviou o olhar para Dhara, esta parecia estar de divertindo com a situação. — Não contou pra ele?

A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora