A MARCA - ABO - LEONATO (adaptação)

🐺37 - Encontro de casais;

Após a árdua tarefa de convencer o amigo ranzinza a ir em um jantar, escondendo o fato de que Miguel Lopez estaria presente, Thiago Reis arrastou Renan Fiorini até o centro de Londrina.

As ruas estavam movimentadas; o ir e vir dos carros, era constante; o clima estava agradável, mas dava sinais de que logo cairia um pé d'água na cidade, talvez em cima de suas cabeças. Com cardigães e luvas, Renan insistia em caminhar de um lado para o outro, em frente ao restaurante que havia marcado com Thiago, entretanto, agora sabia que não fora o único convidado.

Ele se sentia idiota por não ter percebido a armação. Era tudo tão óbvio. Nunca o beta lhe convidaria para um lugar tão caro, sem nenhuma ocasião especial. Irritado, acabou chutando a canela do mais velho, logo voltando a gastar a calçada, caminhando de um lado para o outro.

— Sabia que era roubada aceitar seu convite. - Enterrou as mãos nos bolsos, resistindo ao desejo de socar a parede. — Por que teve que convidar o primo louco do Léo, seu traidor? - Agora socava o soco do amigo, enquanto as mãos deslizavam por seus cabelos bagunçados. Em muito tempo, era a primeira vez que o alfa se sentia tão nervoso.

— Ele não é louco, só um pouco animado demais. - Tentou defender o primo de Léo, segurando o amigo pelos ombros. — Desamarra essa cara. - Incentivou, dedilhando sobre seus ombros. — Vai ser divertido. - Gostava de pensar assim, mesmo que sentisse que aquela noite acabaria muito mau, e o pior era não conseguir impedir algo que sequer sabia do que de tratava.

— Só se for pra você, porque só de imaginar aquela voz irritante no meu ouvido e já me dá urticária. - Começou a rasgar a pele em volta do pescoço, a deixando num tom de vermelho pimenta.

— Você é um grande exagerado. - O puxou pelos ombros, deitando a cabeça contra a sua. — Deveria se tratar e parar de ser tão paranóico. - Provocou, se afastando do alga irritado, só por precaução.

Renan já de preparava para falar algo, quando Bruno e o sorridente Miguel chegaram onde estavam.

— Podemos jantar. - Thiago proferiu, animado.

— Vocês demoraram pra um cacete, estavam fazendo o quê? - Renan questionou, visivelmente irritado com a demora.

— A chuca! - Bruno retrucou, cruzando os braços.

— Sério? - Thiago tinha um sorriso tão largo que alcançava seus olhos.

— Não, seu retardado, só não conseguia escolher uma roupa ideal pra esse momento. - O beta estava no mesmo nível de irritação de Renan, com o acréscimo do noivo está esquecendo seu aniversário. — Também decidimos que vamos comer na rua. - Agora ele encarava Thiago, esperando que ele o felicitasse a qualquer momento.

— Bru, você me fez madrugar pra conseguir uma reserva na droga desse restaurante chique e agora você vem me dizer que não quer mais? - Pra sua incredulidade, seu noivo assentiu com a cabeça. — Porra, amor! - Rosnou possesso.

Thiago era péssimo com datas, mas não havia esquecido aquela. Não tinha dúvidas de que aquele beta, era o beta de sua vida e pretendia ter uma noite inesquecível ao seu lado. Em contrapartida, Renan só pensava em voltar para casa e tirar um cochilo antes de comer decentemente.

— Perdi a vontade. - Bruno virou-se de costas, amuado. — Se continuar com esse drama, vou contar seu segredinho para todos aqui. - Ameaçou, com o ânimo se revigorado aos poucos.

—Qual segredo? - Para o pânico de Thiago, Miguel parecia muito interessado no assunto. Os olhos do ômega, agora estavam vidrados no beta, que trocava olhares suspeitos com sei noivo.

— Agora fiquei interessado no assunto. - Renan deu de ombros com Miguel, ambos encurralando o beta com os olhos.

— Não aguento mais essa chantagem idiota. - Thiago explodiu, puxando os fios capilares com tanta força, que seu noivo se assustou. De repente, Bruno estava arrependido pela chantagem. — Eu mesmo vou contar e juro que quebro os dentes de um dos dois, se começarem a rir, estão avisados. - Por precaução, Miguel e Renan se afastaram do beta. — A verdade é que... - pigarreou, sem coragem de falar a verdade. — Eu gosto de usar calcinhas. - Pronunciou tão baixo e rápido, que ninguém conseguiu compreender a frase, obrigando o beta a repetir tudo. — EU GOSTO DE USAR CALCINHAS. - Pronto! Agora havia falado alto o suficiente para que todos na rua ouvissem.